A maioria dos imigrantes estava trancada na estiva do navio. Papa Francisco rezou por eles
Roma, 20 de Abril de 2015 (Zenit.org) Sergio Mora
Ainda há pouca informação. A Guarda Costeira italiana em
seus últimos twits indicou: "barco virado nas águas da Líbia. Às 18h30
deste domingo (19), o balanço do naufrágio era de 24 mortos e 28 pessoas
salvas”.
Vinte e quatro mortos já é assustador, mas teme-se que o número
seja maior do que cem. Fala-se de 700 pessoas. De acordo com um
sobrevivente de Bangladesh levado de helicóptero para um hospital em
Catania, havia 950 pessoas a bordo. De acordo com outra testemunha,
muitos imigrantes estavam trancados na estiva.
O barco de 20 metros de comprimento está a cerca de 200 metros de
profundidade, por isso os mergulhadores não conseguem chegar e será
necessário um robô subaquático para obter o número de vítimas.
Caso os dados sejam confirmados, será o pior naufrágio desde a
Segunda Guerra Mundial, pior do que Lampedusa em 03 de Outubro de 2013,
com 366 mortos e 20 desaparecidos.
O navio partiu do Egipto, pegou os imigrantes num porto da Líbia a 70 quilómetros de Trípoli, e sábado à noite enviou uma mensagem para a
guarda costeira italiana pedindo ajuda. A Guarda Costeira identificou as
coordenadas e organizou uma operação de socorro, que envolveu navios e
helicópteros. Foi solicitada a ajuda de um navio porta contentores de 147
metros de comprimento, o King Jacob, localizado a poucos quilómetros do
local do SOS.
O comandante do King Jacob disse que ao verem o navio, os ocupantes
se desesperaram e foram para um dos lados fazendo com que o navio
naufragasse. "Assim que nos viram, eles se agitaram e o barco virou",
afirmou.
Os sobreviventes farão uma primeira parada em Malta e, em seguida, vão para a Itália.
Neste domingo (19), o Papa Francisco
disse: “Exprimo a minha sentida dor perante a tal tragédia e asseguro
para os desaparecidos e as suas famílias a minha oração. Dirijo um forte
apelo a fim de que a comunidade internacional actue com decisão e
prontidão, para evitar que semelhantes tragédias se repitam”.
Ele lembrou que essas vítimas "são homens e mulheres como nós, nossos
irmãos que buscam uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos,
explorados, vítimas de guerras; buscam uma vida melhor. Eles estavam à
procura de felicidade... Eu os convido a rezar em silêncio, primeiro, e
depois todos juntos por estes irmãos e irmãs”.
Depois de um momento de silêncio, o Papa e os fiéis reunidos na Praça de São Pedro rezaram uma Ave-Maria nesta intenção.
(20 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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