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terça-feira, 21 de abril de 2015

Naufrágio no Mediterrâneo pode ter matado centenas de imigrantes

A maioria dos imigrantes estava trancada na estiva do navio. Papa Francisco rezou por eles


Roma, 20 de Abril de 2015 (Zenit.org) Sergio Mora


Ainda há pouca informação. A Guarda Costeira italiana em seus últimos twits indicou: "barco virado nas águas da Líbia. Às 18h30 deste domingo (19), o balanço do naufrágio era de 24 mortos e 28 pessoas salvas”.

Vinte e quatro mortos já é assustador, mas teme-se que o número seja maior do que cem. Fala-se de 700 pessoas. De acordo com um sobrevivente de Bangladesh levado de helicóptero para um hospital em Catania, havia 950 pessoas a bordo. De acordo com outra testemunha, muitos imigrantes estavam trancados na estiva.

O barco de 20 metros de comprimento está a cerca de 200 metros de profundidade, por isso os mergulhadores não conseguem chegar e será necessário um robô subaquático para obter o número de vítimas.

Caso os dados sejam confirmados, será o pior naufrágio desde a Segunda Guerra Mundial, pior do que Lampedusa em 03 de Outubro de 2013, com 366 mortos e 20 desaparecidos.

O navio partiu do Egipto, pegou os imigrantes num porto da Líbia a 70 quilómetros de Trípoli, e sábado à noite enviou uma mensagem para a guarda costeira italiana pedindo ajuda. A Guarda Costeira identificou as coordenadas e organizou uma operação de socorro, que envolveu navios e helicópteros. Foi solicitada a ajuda de um navio porta contentores de 147 metros de comprimento, o King Jacob, localizado a poucos quilómetros do local do SOS.

O comandante do King Jacob disse que ao verem o navio, os ocupantes se desesperaram e foram para um dos lados fazendo com que o navio naufragasse. "Assim que nos viram, eles se agitaram e o barco virou", afirmou.

Os sobreviventes farão uma primeira parada em Malta e, em seguida, vão para a Itália.

Neste domingo (19), o Papa Francisco disse: “Exprimo a minha sentida dor perante a tal tragédia e asseguro para os desaparecidos e as suas famílias a minha oração. Dirijo um forte apelo a fim de que a comunidade internacional actue com decisão e prontidão, para evitar que semelhantes tragédias se repitam”.

Ele lembrou que essas vítimas "são homens e mulheres como nós, nossos irmãos que buscam uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras; buscam uma vida melhor. Eles estavam à procura de felicidade... Eu os convido a rezar em silêncio, primeiro, e depois todos juntos por estes irmãos e irmãs”.

Depois de um momento de silêncio, o Papa e os fiéis reunidos na Praça de São Pedro rezaram uma Ave-Maria nesta intenção.

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