A solene liturgia será presidida pelo Catholicos Karekin II, na catedral de Echmiadzin, na presença dos descendentes das vítimas. Amanhã haverá um culto ecuménico em Milão
Roma, 23 de Abril de 2015 (Zenit.org)
Há 100 anos do "Grande Mal", a Igreja Apostólica da Arménia
canoniza hoje todos os conhecidos e desconhecidos vítimas do genocídio
que dizimou um milhão e meio de arménios. A celebração será presidida
por Karekin II, Patriarca Supremo e Catholicos de todos os Arménios, na presença dos descendentes de arménios que morreram nas mãos
do Império Otomano. Estes - incluindo várias mulheres e crianças
deportadas para os desertos da Síria e do Iraque - serão declarados pela
Igreja Arménia como "mártires".
A cerimónia também prevê a unificação de todos os restos mortais
das vítimas do genocídio em um ossuário. Esta terá lugar na catedral de
Echmiadzin, conhecida por custodiar duas relíquias preciosas: um pedaço
da Arca de Noé e a lança com a qual o centurião perfurou o corpo de
Cristo na cruz. A canonização será marcada pelo repicar dos sinos da
catedral e simultaneamente os sinos de todos os lugares de culto de
diferentes países tocados pela diáspora arménia, bem como os das igrejas
católicas, protestantes e ortodoxas em todo o mundo que desejam
recordar o massacre.
Das celebrações do centenário também participa o Cardeal Bechara Rai,
patriarca maronita do Líbano, que partiu ontem para Yerevan, onde
ficará até 28 de Abril. "A cerimónia do centenário dos mártires arménios
mortos há 100 anos não é apenas uma cerimónia litúrgica, mas um evento
importante para a Igreja e para os povos do Oriente", disse à agência
Asia News. Através dos mártires, acrescentou o patriarca, "a Igreja é
fortalecida e difundida, baptizada no sangue deles". Referindo-se, de
modo mais geral, sobre a situação da região e do Líbano, destacou que o
Oriente Médio precisa urgentemente de valores cristãos, fundamentados no
amor e na verdade, e não na violência e no dinheiro.
Na Itália também será celebrada a triste ocasião. Amanhã, na Catedral
de Milão, será realizada uma celebração ecuménica presidida por Dom
Angelo Scola e aberta a todas as igrejas cristãs da diocese. A
celebração foi um pedido de Karekin II ao Cardeal Scola, explicou o
Vigário Episcopal Monsenhor Luca Bressan. Um "gesto de comunhão e
solidariedade, a ser realizado no dia seguinte à data em que o Patriarca
presidirá a grande celebração da canonização de todos os mártires do
genocídio."
"A razão pela qual respondemos imediatamente a esse pedido -
acrescenta Bressan - é precisamente o desejo de favorecer, longe de
qualquer controvérsia, caminhos de fé, capazes de levar o amor de Cristo
e a vida onde nossas culpas humanas semearam a morte".
(23 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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