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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Arménia: Vítimas do genocídio serão canonizadas hoje

A solene liturgia será presidida pelo Catholicos Karekin II, na catedral de Echmiadzin, na presença dos descendentes das vítimas. Amanhã haverá um culto ecuménico em Milão


Roma, 23 de Abril de 2015 (Zenit.org)


Há 100 anos do "Grande Mal", a Igreja Apostólica da Arménia canoniza hoje todos os conhecidos e desconhecidos vítimas do genocídio que dizimou um milhão e meio de arménios. A celebração será presidida por Karekin II, Patriarca Supremo e Catholicos de todos os Arménios, na presença dos descendentes de arménios que morreram nas mãos do Império Otomano. Estes - incluindo várias mulheres e crianças deportadas para os desertos da Síria e do Iraque - serão declarados pela Igreja Arménia como "mártires".

A cerimónia também prevê a unificação de todos os restos mortais das vítimas do genocídio em um ossuário. Esta terá lugar na catedral de Echmiadzin, conhecida por custodiar duas relíquias preciosas: um pedaço da Arca de Noé e a lança com a qual o centurião perfurou o corpo de Cristo na cruz. A canonização será marcada pelo repicar dos sinos da catedral e simultaneamente os sinos de todos os lugares de culto de diferentes países tocados pela diáspora arménia, bem como os das igrejas católicas, protestantes e ortodoxas em todo o mundo que desejam recordar o massacre.

Das celebrações do centenário também participa o Cardeal Bechara Rai, patriarca maronita do Líbano, que partiu ontem para Yerevan, onde ficará até 28 de Abril. "A cerimónia do centenário dos mártires arménios mortos há 100 anos não é apenas uma cerimónia litúrgica, mas um evento importante para a Igreja e para os povos do Oriente", disse à agência Asia News. Através dos mártires, acrescentou o patriarca, "a Igreja é fortalecida e difundida, baptizada no sangue deles". Referindo-se, de modo mais geral, sobre a situação da região e do Líbano, destacou que o Oriente Médio precisa urgentemente de valores cristãos, fundamentados no amor e na verdade, e não na violência e no dinheiro.

Na Itália também será celebrada a triste ocasião. Amanhã, na Catedral de Milão, será realizada uma celebração ecuménica presidida por Dom Angelo Scola e aberta a todas as igrejas cristãs da diocese. A celebração foi um pedido de Karekin II ao Cardeal Scola, explicou o Vigário Episcopal Monsenhor Luca Bressan. Um "gesto de comunhão e solidariedade, a ser realizado no dia seguinte à data em que o Patriarca presidirá a grande celebração da canonização de todos os mártires do genocídio."

"A razão pela qual respondemos imediatamente a esse pedido - acrescenta Bressan - é precisamente o desejo de favorecer, longe de qualquer controvérsia, caminhos de fé, capazes de levar o amor de Cristo e a vida onde nossas culpas humanas semearam a morte".

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