O anúncio foi feito por Mons. Sorondo, diretor da Academia de Ciências. Em espera pela publicação, Greenpeace escreve ao Papa para agradecê-lo pelo compromisso com o meio ambiente
Roma, 28 de Abril de 2015 (Zenit.org)
A tão aguardada encíclica do Papa sobre a criação está
pronta e será publicada ainda este mês. A notícia foi dada pelo
chanceler da Pontifícia Academia de Ciências, Mons. Marcelo Sanchez
Sorondo, aos microfones da Rádio Vaticano, à margem do Workshop
internacional promovido pela Pontifícia Academia das Ciências sobre o
tema: "Protect the Earth, Dignify Humanity. The Moral Dimensions of
Climate Change and Sustainable Development”, (Proteger a Terra,
dignificar a Humanidade. A dimensão moral das mudanças climáticas e do
desenvolvimento sustentável).
"O Papa disse esta manhã que a encíclica está pronta, que estão
realizando as traduções e que provavelmente será publicada no final de
maio ou no começo de Junho”, afirmou Sorondo, explicando que o documento
terá, naturalmente, uma abordagem mais “pastoral” com relação a estes
temas descritos principalmente pelas ciências naturais e sociais.
Na expectativa pela publicação, por sua vez, a organização
ambientalista Greenpeace enviou uma carta aberta ao Papa para
agradecê-lo pelas iniciativas "em defesa do clima global, assumidas
também tendo em vista a Encíclica anunciada". Na carta assinada por
Giuseppe Onufrio, director-executivo do Greenpeace Itália - entre os
participantes no encontro de hoje no Vaticano – se recorda que os
efeitos das mudanças climáticas “já afectam milhões de pessoas,
especialmente entre os pobres: os mais vulneráveis e menos
responsáveis pelo aquecimento global".
"Uma das maiores ameaças para o clima da Terra vem da exploração
irresponsável do carvão e do petróleo", diz a carta. "Os governos
mostram pouca sabedoria neste campo e grandes interesses industriais
ainda estão ligados a essas fontes de energia, destrutivas para o
ambiente, para o clima e objecto de conflitos sangrentos”.
Para Grennepeace as consequências para a vida humana são
"desastrosas" e muitas vezes "não são entendidas profundamente”. "No
entanto - nota Onufrio - os sinais são muitos: condições meteorológicas
extremas, derretimento do gelo, secas, inundações, tempestades, fome. E
também aumento da migração de inteiras populações em busca de condições
ambientais mais favoráveis".
Se, por um lado, tem-se “o dever de ajudar e dar alívio imediato aos
migrantes”, por outro não se deve negar “a ligação com as razões
profundas que motivam as pessoas a migrar: fome, pobreza, violência,
conflitos para ter acesso aos recursos”. “Todas questões que podem ser
exacerbadas pelas mudanças climáticas em andamento", diz a associação.
Por isso se dirige ao Papa Francisco, pedindo-lhe para fazer “um
apelo a todos os governos e líderes da indústria para que se comprometam
concretamente no sentido contrário do aquecimento global, por um
sistema de energia baseado 100% nas fontes renováveis, que seja
acessível a todas as pessoas do planeta".
(28 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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