Na audiência, o Pontífice explicou a reciprocidade e a complementaridade entre homem e mulher
Cidade do Vaticano, 22 de Abril de 2015 (Zenit.org)
Mais uma vez, o Papa passou a manhã de quarta-feira na Praça
de São Pedro com os fiéis e peregrinos de todo o mundo reunidos para
ouvir sua catequese, no dia em que celebra-se o Dia da Terra.
O Santo Padre exortou a "verem o mundo com os olhos de Deus
Criador: a terra é o ambiente a guardar e o jardim para cultivar. A
relação dos homens com a natureza – explicou – não seja guiada pela
avidez, de manipular e de explorar, mas conserve a harmonia divina entre
as criaturas e a criação, na lógica do respeito e do cuidado, para
coloca-la ao serviço dos irmãos, mesmo das gerações futuras”.
Francisco passou entre os fiéis, a bordo do jeep descoberto, saudando
e abençoando os presentes. Enquanto a multidão balançava bandeiras,
demonstrando alegria e entusiasmo, o Papa também respondia com alegria o
acolhimento. Em certo ponto do trajecto, ele desceu do papa móvel para
conversar alguns minutos com uma mulher idosa em uma cadeira de rodas,
que estava na primeira fila. Hoje, ele também trocou o solidéu com um
peregrino entre a multidão.
O resumo da catequese que o Papa fez em português, destaca que hoje
“no livro do Génesis, lemos que inicialmente Adão, o primeiro homem,
sentia-se sozinho, mesmo vivendo cercado de tantos animais. Querendo pôr
remédio à sua solidão, Deus lhe apresenta a mulher, que o homem acolhe
exultante, como um ser igual”.
O Papa explicou que “com a imagem bíblica da costela de Adão, da qual
Eva é plasmada por Deus, não se quer afirmar uma inferioridade da
mulher ―ela não é uma réplica do homem ―, mas expressa uma reciprocidade
entre eles: possuem a mesma natureza e são complementares”.
Contudo, prosseguiu o Pontífice, “por sugestão do maligno, os dois
são tentados pelo delírio da omnipotência e desobedecem a Deus. Este
pecado rompe a harmonia que existia entre eles, gerando desconfiança,
divisão, prepotência. Machismo, instrumentalização do corpo feminino e
recusa a viver uma aliança, na diferença e complementariedade, entre o
homem e a mulher são consequências dessa desarmonia. Porém, Deus não
abandona o homem e a mulher após o pecado: a exemplo de Deus, também os
cristãos devem buscar curar as feridas nas relações e recuperar o valor
do matrimónio e da família”.
Ele, então, cumprimentou os peregrinos de língua portuguesa,
“particularmente aos fiéis vindos de Portugal, da Suíça e do Brasil”. E
pediu para rezar “por todas as famílias, especialmente aquelas que
passam por dificuldades, na certeza de que as famílias são um dom de
Deus e o fundamento da vida social. Que Deus vos abençoe!”.
No final das saudações em diferentes línguas, o Papa dirigiu um
pensamento especial aos jovens, aos doentes e recém-casados. Todos foram
convidados a aprender com a Virgem Maria a viver esta época da Páscoa,
"dando espaço para a escuta da Palavra de Deus e a prática da caridade,
vivendo com alegria a pertença a Igreja, a família dos discípulos de
Cristo Ressuscitado".
(22 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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