O Santo Padre envia uma mensagem de vídeo para os sem tecto, actores de um espectáculo
Roma, 28 de Abril de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García
Quem acha que é possível aprender algo com um sem tecto? Quem
pensa que ele pode ser um santo? Isso é o que o Papa se pergunta em uma
vídeo mensagem dirigida aos hóspedes dos centros de acolhida da Cáritas
diocesana de Roma. Os destinatários destas palavras do Papa são, além
do mais, os protagonistas do espectáculo “Se não fosse por você” que se
apresenta hoje no Teatro Brancaccio. A obra “conta experiência
verdadeiras, difíceis, de abandono e marginalização” vividas pelos
protagonistas.
Francisco diz no vídeo, que nesta noite os artistas farão do
cenário “um lugar de onde transmitir ensinamentos sobre o amor, sobre a
necessidade do outro, sobre a solidariedade, sobre como nas dificuldades
se encontra o amor do Pai”.
Depois, explica que “a pobreza é o grande ensinamento que Jesus nos
deu quando desceu nas águas do Jordão para ser baptizado por João
Baptista". Não o fez – lembra o Santo Padre – por necessidade de
penitência, de conversão; o fez porque queria colocar-se no meio das
pessoas, das pessoas necessitadas de perdão, no meio de nós, pecadores, e
carregar o peso de nossos pecados. Dessa forma afirma que “este é
caminho que escolheu para consolar-nos, salvar-nos, libertar-nos da
nossa miséria. Ou seja, o que nos dá a verdadeira liberdade, a
verdadeira salvação e a verdadeira felicidade é o seu amor cheio de
compaixão, de ternura e de partilha”.
Por outro lado, Francisco assegura aos presentes que eles “não são um
peso para nós”, mas “a riqueza sem a qual nossas tentativas de
descobrir o rosto do Senhor são vãs”.
Recordando a carta que recebeu deles poucos dias depois de sua
eleição como papa, afirma que, assim como lhes respondeu em seu devido
momento, leva-os "no coração e estou à vosso dispor".
O Santo Padre agradeceu os trabalhadores da Caritas e indica que
sente-os “como minhas mãos, as mãos do Bispo, ao tocar o corpo de
Cristo”. Em seguida o Papa expressou o seu desejo de que esta cidade
pudesse brilhar de “pietas” pelos que sofrem, de acolhida pelos que
fogem da guerra e da morte, de disponibilidade, de sorriso e de
generosidade para aqueles que perderam a esperança". Também expressou
seu desejo de que a Igreja de Roma se manifeste "cada vez mais mãe
amorosa para os fracos". Todos temos nossas debilidades, lembra o Papa.
Finalmente indicou o quanto gostaria que as comunidades paroquiais na
oração, ao entrar um pobre na Igreja, se ajoelhassem em veneração da
mesma forma que quando entra o Senhor. Quanto gostaria – acrescentou –
que se tocasse a carne de Cristo presente nos necessitados dessa cidade.
(28 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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