O Santo Padre recebeu em audiência os participantes da Partida Inter-Religiosa pela Paz, no Estádio Olímpico de Roma
Cidade do Vaticano, 01 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
“Engrandecer os corações como irmãos” foi o pedido feito na
tarde de hoje pelo papa Francisco aos jogadores, técnicos e treinadores
da Partida Inter-Religiosa pela Paz, no Estádio Olímpico de Roma. A
iniciativa nasceu de um desejo do pontífice e o jogador Javier Zanetti
se encarregou de levar o projecto adiante. Estiveram presentes no
encontro alguns jogadores veteranos, como o argentino Maradona e o
colombiano Valderrama.
No encontro na Sala Paulo VI, o pontífice agradeceu a todos os que
atenderam ao seu desejo de ver campeões e treinadores de vários países e
religiões participando de uma competição desportiva para testemunhar a
fraternidade e a amizade. O papa agradeceu também às pessoas e entidades
que contribuíram para a realização do evento, em particular à Scholas
Ocurrentes e à Fundação Pupi.
A partida visa levantar fundos para apoiar projetos de solidariedade,
mas, acima de tudo, "quer reflectir sobre os valores universais que o
futebol e o desporto em geral podem favorecer: lealdade, partilha,
acolhimento, diálogo, confiança no outro".
São valores que unem todas as pessoas, prescindindo da raça, cultura e
credo religioso. "O evento desportivo desta tarde é um gesto altamente
simbólico para mostrar que é possível construir a cultura do encontro
num mundo de paz, com crentes de religiões diferentes conservando a sua
identidade, porque, quando eu disse ‘prescindir’, não quis dizer ‘deixar
de lado’. Não. Crentes de religiões diferentes, conservando a sua
identidade, podem conviver em harmonia no respeito recíproco".
O papa declarou ainda que “todos nós sabemos que o desporto, em
especial o futebol, é um fenómeno humano e social que tem muita
importância na mentalidade contemporânea. As pessoas, especialmente os
jovens, olham para vocês com admiração, por causa das suas habilidades
atléticas. É importante dar bom exemplo tanto no campo quanto fora dele
(...) Nas competições desportivas, vocês são chamados a mostrar que o
desporto é alegria de viver. E, como tal, tem que ser valorizado mediante
a recuperação da sua gratuitidade, da capacidade de estreitar vínculos de
amizade, de abertura de uns para com os outros”.
Nas atitudes quotidianas, prosseguiu o papa, "vocês podem dar
testemunho dos ideários de convivência pacífica civil e social, para a
edificação de uma civilização alicerçada no amor, na solidariedade e na
paz".
Francisco fez um apelo contra todo tipo de discriminação por raça,
língua e religião. "Vocês sabem que discriminar pode ser sinónimo de
desprezar", advertiu. Por isso, "com esta partida, vocês dirão ‘não’ a
toda discriminação".
O papa recordou que "as religiões devem ser vínculo de paz, nunca de
ódio, porque, em nome de Deus, é necessário levar sempre e somente o
amor".
"Religião e desporto, entendidos neste sentido autêntico, podem
colaborar para oferecer a toda a sociedade os sinais eloquentes dessa
nova era em que os povos não levantarão mais a espada uns contra os
outros", desejou o Santo Padre, encerrando com esta mensagem:
“engrandecer os seus corações como irmãos” é “um dos segredos da vida” e
“a dimensão mais profunda e mais autêntica do deporte”.
(01 de Setembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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