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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Francisco aos jogadores de futebol: engrandeçam o coração como irmãos

O Santo Padre recebeu em audiência os participantes da Partida Inter-Religiosa pela Paz, no Estádio Olímpico de Roma


Cidade do Vaticano, 01 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García


“Engrandecer os corações como irmãos” foi o pedido feito na tarde de hoje pelo papa Francisco aos jogadores, técnicos e treinadores da Partida Inter-Religiosa pela Paz, no Estádio Olímpico de Roma. A iniciativa nasceu de um desejo do pontífice e o jogador Javier Zanetti se encarregou de levar o projecto adiante. Estiveram presentes no encontro alguns jogadores veteranos, como o argentino Maradona e o colombiano Valderrama.

No encontro na Sala Paulo VI, o pontífice agradeceu a todos os que atenderam ao seu desejo de ver campeões e treinadores de vários países e religiões participando de uma competição desportiva para testemunhar a fraternidade e a amizade. O papa agradeceu também às pessoas e entidades que contribuíram para a realização do evento, em particular à Scholas Ocurrentes e à Fundação Pupi.

A partida visa levantar fundos para apoiar projetos de solidariedade, mas, acima de tudo, "quer reflectir sobre os valores universais que o futebol e o desporto em geral podem favorecer: lealdade, partilha, acolhimento, diálogo, confiança no outro".

São valores que unem todas as pessoas, prescindindo da raça, cultura e credo religioso. "O evento desportivo desta tarde é um gesto altamente simbólico para mostrar que é possível construir a cultura do encontro num mundo de paz, com crentes de religiões diferentes conservando a sua identidade, porque, quando eu disse ‘prescindir’, não quis dizer ‘deixar de lado’. Não. Crentes de religiões diferentes, conservando a sua identidade, podem conviver em harmonia no respeito recíproco".

O papa declarou ainda que “todos nós sabemos que o desporto, em especial o futebol, é um fenómeno humano e social que tem muita importância na mentalidade contemporânea. As pessoas, especialmente os jovens, olham para vocês com admiração, por causa das suas habilidades atléticas. É importante dar bom exemplo tanto no campo quanto fora dele (...) Nas competições desportivas, vocês são chamados a mostrar que o desporto é alegria de viver. E, como tal, tem que ser valorizado mediante a recuperação da sua gratuitidade, da capacidade de estreitar vínculos de amizade, de abertura de uns para com os outros”.

Nas atitudes quotidianas, prosseguiu o papa, "vocês podem dar testemunho dos ideários de convivência pacífica civil e social, para a edificação de uma civilização alicerçada no amor, na solidariedade e na paz".

Francisco fez um apelo contra todo tipo de discriminação por raça, língua e religião. "Vocês sabem que discriminar pode ser sinónimo de desprezar", advertiu. Por isso, "com esta partida, vocês dirão ‘não’ a toda discriminação".

O papa recordou que "as religiões devem ser vínculo de paz, nunca de ódio, porque, em nome de Deus, é necessário levar sempre e somente o amor".

"Religião e desporto, entendidos neste sentido autêntico, podem colaborar para oferecer a toda a sociedade os sinais eloquentes dessa nova era em que os povos não levantarão mais a espada uns contra os outros", desejou o Santo Padre, encerrando com esta mensagem: “engrandecer os seus corações como irmãos” é “um dos segredos da vida” e “a dimensão mais profunda e mais autêntica do deporte”.

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