Num telefonema para o director do Instituto "Madonna della Neve" de Adro, o Papa pediu para levar o texto para a Ossezia do Norte, para a comemoração da tragédia do 1-3 de Setembro
Roma, 01 de Setembro de 2014 (Zenit.org)
Dez anos se passaram do terrível massacre de Beslan, cidade
da Ossezia do Norte. Entre o 1 e o 3 de Setembro de 2004 a escola
"Número 1" da cidadezinha osseta foi ocupada por um grupo de
fundamentalistas islâmicos e separatistas chechenos que sequestraram
cerca de 1.200 pessoas entre adultos e crianças. Três dias depois, as
forças especiais russas invadiram. O prédio da escola foi então lavado
pelo sangue de centenas e centenas de pessoas, incluindo 186 crianças.
700 ficaram feridas, muitas delas por causa do fogo que eclodiu no
ginásio após o início da blitz.
Uma carrinha do corpo de bombeiros local chegou quase duas horas depois
do início do incêndio e as poucas ambulâncias disponíveis no local para
transportas as muitas vítimas não foram capazes de ajudar a todos a
tempo. De fato, muitas crianças morriam antes de chegar ao hospital ou
na calçada em frente à escola.
Uma terrível tragédia, portanto, daquelas que marcam para sempre a
história de uma cidade, uma região, um país. Na época do massacre padre
Paolo De Carli, carmelita, actualmente director do instituto paritário
franciacortino "Madonna della Neve" do Adro, era prior do Convento
Carmelita das Lastre, em Trento. O instituto, após o massacre, hospedou
por meses um grupo de cerca de 60 cidadãos de Beslan.
A Província autónoma de Trento tornou-se, então, promotora da
acolhida de um grupo de sobreviventes, dando vida, assim, à associação
"Ajude-nos a salvar as crianças Onlus", que em Beslan organizou um
evento plurienal se apoio psicológico, graças também ao suporte
científico de uma equipe de especialistas da Universidade de Pádua.
Padre De Carli viu, portanto, em primeira pessoa aquela tragédia. E
justo na vigília da terrível tragédia, o religioso recebeu sábado
passado uma chamada muito particular: “Nossa Senhora da Neve de Adro.
Bom dia”. “Bom dia. Busco o padre Paolo De Carli, sou o Papa Francisco”,
foi a resposta do outro lado da linha. Seguiram-se os habituais minutos
de silêncio, o medo de uma brincadeira, a emoção, então a conversa.
Desse lado fala o padre Paolo – que vazou a notícia só no domingo,
31, através do "Giornale di Brescia" - prefere não falar sobre isso.
"Sobre os detalhes do telefonema - diz - deixe-me manter um pouco de
privacidade, pelo menos por um momento. Nenhum mistério sobre o assunto:
no começo de Setembro irei para Beslan, na Ossétia do Norte, por
ocasião do décimo aniversário do massacre, que em 2004, custou a vida de
muitas pessoas, incluindo muitas crianças. Ao meu regresso vou ser
capaz de dizer mais...".
Naquela ocasião, o carmelita levará consigo, sob a ordem do Papa, uma
carta escrita de próprio punho pelo Papa dirigida aos cidadãos de
Berlan para comemorar a tragédia e as suas vítimas. Alem de De Carli
estarão presentes para o aniversário também o cônsul honorário da
Federação Russa de Bolzano, Bernhard Kiem, e o presidente de "Ajude-nos a
salvar as crianças Onlus" Ennio Bordato.
(01 de Setembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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