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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Assim nasceu a vocação dos jovens Koenigsknecht: gémeos, sacerdotes e agricultores do Michigan

São dez irmãos e um terceiro «está pensando» 

Actualizado 1 de Agosto de 2014

C.L. / ReL 

Não só entre cabides anda Deus,
como dizia Santa Teresa: também
entre vitelos.
Fotos: Lansing State Journal.
Em 14 de Junho, muito pouco tempo depois da sua ordenação como diáconos, Todd e Gary Koenigsknecht, de 26 anos de idade, receberam a ordem sacerdotal. São irmãos gémeos (Todd é o mais velho por uns minutos) e, como não é um caso frequente, a sua vida saltou para os meios de comunicação, sobre todo o ambiente de East Lansing, uma cidade de menos de cinquenta mil habitantes no estado de Michigan (Estados Unidos) em cuja paróquia de Santo Tomás de Aquino receberam as suas mãos o poder de consagrar o Corpo e o Sangue de Cristo e de perdoar os pecados.

A quinta (também) imprime carácter
Umas mãos acostumadas ao duro trabalho da quinta. Os Koenigsnecht são uma família muito conhecida na zona, donde, entre outras coisas, criam uma centena de vacas. Brian e Agnes formaram um lar com dez filhos (os sacerdotes são o quarto e o quinto), e todos frequentavam a paróquia da Santíssima Trindade em Fowler, o seu povoado.

Essa forma de vida já imprime carácter. O padre John Linden, director de vocações da diocese de Lansing, confia em que os gémeos serão bons pastores "porque estão muito pegados ao terreno e te fazem sentir a gosto na sua presença. Não há ninguém que entabule conversa com eles que não se sinta bem-vindo e escutado", explica ao Lansing State Journal.

Os irmãos atribuem boa parte da sua formação à tarefa agro-pecuária diária que conforma o sustento familiar: arar a terra, plantá-la, cavar, ordenhar... Cresceram sem televisão em casa, trabalhando duro e num ambiente de oração, rematado com o rosário diário em família. Ao entrar no lar dos Koenigsknecht chama a atenção uma dezena de rosários pendurados de um cabide, de onde os tomam todos os dias para agradecer e honrar à Santíssima Virgem.
Todd e Gary, com os seus pais, que educaram
os seus filhos no trabalho duro e na devoção
à Virgem.
Além disso os Koenigsknecht tem outro sacerdote na família, William, irmão de Brian, que já passou por numerosas paróquias da diocese. Mas quase todas as quartas-feiras havia uma paragem nas suas obrigações para alimentar o gado ou ceifar o trigo na granja do seu irmão. O tio William animou a todos, e em particular aos gémeos, a envolver-se na vida paroquial.

Como o está fazendo Lee, o seu irmão mais novo, que acaba de cumprir 19 anos e está a ponto de tomar também a decisão de ingressar no seminário e formar-se para ser o terceiro sacerdote do clã.

Uma espiritualidade encarnada
"A granja é um bom contexto para a vida familiar", disse o recém-ordenado Todd. "Porque ambos os pais estão sempre próximos e disponíveis", completa a sua mãe, Agnes. E vai-se criando assim uma espiritualidade encarnada, acrescenta o seu pai, Brian: "Na granja dependes de Deus, para a subsistência e para tudo. É muito fácil imbuir os filhos do que é a Criação e de como funcionam as coisas".
Duas imagens cativantes: à direita, partilhando
o dia da sua ordenação com os sacerdotes que
os baptizou (esquerda).
Uma vez concluído o bacharelato, a formação sacerdotal dos gémeos Koenigsknecht durou oito anos, depois de passar pelo seminário San Juan María Vianney de St. Paul (Minnesota) e o do Sagrado Corazón no Detroit (Michigan), e viver um semestre em Roma.

Una vez ordenados fizeram um retiro espiritual, e já tem destino em duas paróquias diferentes (na sua Todd baptizou recentemente uns gémeos). Mas enquanto tem um momento livre... Há que deitar uma mão, e este Verão já estiveram em casa plantando milho e empilhando feno.

"Encanta-me a granja e sempre será assim", disse Gary. E Todd aponta o motivo: "Dá-te tempo para pensar e é um bonito parêntesis na atarefada vida de um sacerdote".


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