Programas televisivos dão «quase a impressão que a crise e os problemas» terminaram
Beja, 03 Set 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja assinala na sua mais
recente reflexão semanal que em Setembro “tudo” recomeça, “para não
hipotecar o futuro do país e das instituições”, e a Igreja também retoma
a sua missão.
“Todos os anos, depois das férias escolares e das empresas, recomeçamos
o exercício da nossa missão. Não apenas clero mas todos os baptizados
que querem viver de acordo com a sua dignidade e esta desenvolve-se
quando procuramos partilhar o que somos com outras pessoas”, escreve o
bispo de Beja na nota enviada à Agência ECCLESIA.
“Não somos macacos de imitação ou papagaios”, assinala D. António
Vitalino que explica que esta missão da Igreja e dos baptizados
realiza-se de acordo com “algum plano definido e proposto pelos
responsáveis de cada diocese e comunidade” mas que cada um tem as suas
“convicções profundas, a fé proveniente do amor que o Espírito de Deus
derramou”.
Sobre a Igreja em Beja, que está a realizar um sínodo diocesano, o
prelado revela que pretende “envolver todos os baptizados na
responsabilidade missionária”.
“Neste novo ano pastoral queremos reavivar a nossa adesão a Jesus
Cristo e reanimar as nossas relações interpessoais e intercomunitárias”,
desenvolve D. António Vitalino.
O bispo relembra que o clero tem o seu encontro no dia 22 de Setembro e que o Dia Diocesano é celebrado no dia 27.
Na nota semanal, o prelado de Beja, destaca também o “verão sem calor”
destas férias que motivou regressos a casa mais cedo: “As nossas aldeias
puderam celebrar as suas festas com maior participação das suas
gentes”.
Esta “maior participação” de pessoas que enchem as aldeias também é
preocupante porque depois de Agosto ficam quase desertas, “sem a alegria
das crianças e dos jovens”, uma vez que “muitos casais novos e jovens
emigraram para países com economias mais florescentes e carentes de
mão-de-obra”.
A nível político o bispo de Beja considera que “os políticos e
comentadores deram algum descanso mental” e observa que as televisões
com os “múltiplos festivais e concursos” de terra em terra deram “quase a
impressão que a crise e os problemas tinham chegado ao fim”.
“Na verdade, a confusão e o descalabro do nosso sistema económico e
financeiro continuam a surpreender políticos e analistas”, comentou D.
António Vitalino.
Outra realidade analisada pelo bispo de Beja e que recomeçou no final
de Agosto é o futebol que “continua a investir ou gastar milhões em
negócios de jogadores”, com “dérbis que enchem bancadas”.
“Outrora como hoje, o futebol parece fazer esquecer os reais problemas do país e das famílias”, alerta D. António Vitalino.
CB/OC
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