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sexta-feira, 11 de março de 2022

"De calar-te não te arrependerás nunca; de falar, muitas vezes", Caminho 639

Esta frase de Caminho, para pessoas como eu, que gostamos de falar muito e, ainda por cima, às vezes, somos impulsivas, é uma reflexão bastante prática. Ajuda a ser mais ponderada, mais discreta, a dizer as coisas mais tarde, a falar de assuntos importantes e conflituosos outro dia. Ajuda a controlar a língua, a saber estar mais caladinha, procurando mais vezes a palavra adequada e o momento oportuno. Ajuda a encontrar a resposta cada vez que me pergunto se devo falar disto ou não, agora ou depois, com aquela pessoa ou com aquela outra...

Quantas são as ocasiões que falamos demais, que deveríamos escutar mais, que poderíamos ser mais discretas, respeitosas e caritativas! De calar-nos, como diz São Josemaria, não nos arrependemos nunca, pois se realmente deveríamos ter dito alguma coisa, sempre estamos a tempo de a dizer, num ambiente mais sossegado, num momento mais oportuno, mais calmo, com umas palavras melhor pensadas. 

Agora sim, tal como São Josemaria tem frases para fazer-nos calar, também tem outras para fazer-nos falar, sobretudo na Confissão: "o inferno está cheio de bocas fechadas", diz em Amigos de Deus, 161. E então? O que fazemos agora? Falamos? Calamos? 

Tenho aprendido com isto que, para Deus tudo: todos os desabafos, comentários, pensamentos, sentimentos. Contar tudo o que nos tem acontecido, como nos temos sentido, como gostaríamos de reagir, pensar se deveríamos pedir desculpa, etc. Com Ele é com Quem vemos se é a nossa “amiga soberba” a querer mandar nisto tudo, se ela não deixa ver os nossos erros, as nossas fraquezas, o pouco importante do assunto. Com Ele vemos na oração o que é que se faz com isso tudo, agora sim: falo, calo, escrevo, esqueço, peço desculpa, perdoo?

E é que o ponto médio, a virtude, é bem difícil, mas mesmo edificante! Falar? Calar? Sempre vai ser preciso usar também a virtude da prudência para discernir quando é preciso calar, quando falar. Nosso Senhor faz-nos ver isso!

E assim, quando estamos magoados, porque nos falam mal, ou dizem algum comentário inoportuno ou íamos dizer alguma coisa inoportuna, devemos tentar lembrar–nos do “santo do quotidiano” e tentar dar o nosso melhor, ainda que nem sempre o consigamos…

Apesar de ainda falta muito caminho por andar, estou muito agradecida a São Josemaria e aos seus ensinamentos, que nos ajudam a começar e recomeçar, apesar dos pesares…

Ângela Santa María
mãe de família numerosa
















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