Violência sempre houve, e em
casa também, porém quando isso acontecia e se sabia ou se desconfiava, já se
estava alertado e conheciam-se os antecedentes dos agressores e das vítimas.
Havia geralmente casos de alcoolismo pelo meio, de alguma patologia mental na
família e se gerava uma envolvência por parte dos conterrâneos, vizinhos
colegas ou amigos, que tentavam dar uma ajuda no sentido de não deixar evoluir
ou agravar as situações.
Porém, com o volver das décadas,
nomeadamente, nos nossos dias, não se fala noutra coisa, com muita exploração
mediática e partidária pelo meio. E é aqui que eu me interrogo: porque será que
isso acontece e se tornou mais vulgar? Os homens estão mais ferozes? As
mulheres mais submissas e passivas? No namoro deixam-se assim levar com
pancadinhas brutas?
Que sofreu a nossa sociedade,
para numa época de tantas facilidades, independências e liberdades, virem
tantas mulheres queixarem-se, algumas com gravidade e outras com um certo
comportamento de vitimização inocente, que me deixam muito perplexo.
Só encontro uma explicação. Sabido
é que desde há umas décadas a esta parte, as educações dos comportamentos foram
deixando muito a desejar, falar em educar nas virtudes, nos valores, na família,
no pudor, na prudência, nos afectos e nas convivências, é algo que para muitos
cheira a naftalina, a reumático, a machismo, sei lá mais a quê. Mas é
exactamente aqui que reside o cerne da questão, não há modos, não há respeito
por nada nem por ninguém, não se sabe diferenciar um namoro duma outra qualquer
relação mais ou menos ilegal, não se percebe até onde se pode ir ou até onde
devemos permitir que os outros vão.
Exemplos bons rareiam e os que
ainda existem não servem de referências para as modernas (des) educações…
Esta lacuna enorme na formação
das crianças, dos jovens e dos adultos, aliada a um desregrado consumo dos media, nomeadamente dos que passam cenas
eventualmente “muito chocantes” a todas as horas do dia e da noite, mais
pornografia pura e dura, mais um descambar de cenas inimagináveis em qualquer
sexualidade normal e equilibrada, ou em comportamentos anómalos integrados em contextos
aparentemente normais, forçosamente tem que dar em violência. Os especialistas
na área destas patologias vão alertando, mas não se lhes é dada a atenção
devida.
Acresce ainda que, muito boa
gente para além do consumo excessivo de álcool sofre ainda dos efeitos dumas
“coisinhas” que fumam, que metem, injectam, eu sei lá, mas um facto é que
muitas destas substâncias também contribuem para o desencadear de reações
agressivas.
Por isso, volto a perguntar-me:
a violência tão praticada e badalada não será a consequência de toda uma
ausência de bitolas, de regras, de orientações e do afecto no desempenho
efectivo da educação dos meninos e das meninas, em casa, no lar, com pais e
avós atentos a tudo e a todos os comportamentos dos demais?
Não podemos nem devemos andar
distraídos, os perigos sempre espreitaram e temos de saber discernir com bom
senso e longe das influências televisivas ou opiniões fabricadas ou
manipuladas, mas que nunca são para o nosso bem.
José M. Esteves
Ora bem, desde a década de 60 que td começou um bocado a descambar, era a liberdade sexual, era as drogas, era toda uma libertinagem que com o correr dos anos se veio a agravar.
ResponderEliminarAgora acolitada por alguma comunicação social, mais NET, mais sites de pornografia e filmes de psicopatas, deu nesta tragédia.
Não me venham chamar antiquado, nem machista, nem nada desses chavões, o que falta é boa educação, respeito e equilíbrio, famílias normais, etc, etc.