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quinta-feira, 28 de março de 2019

Papa Francisco irá a Moçambique em Setembro

Abrigo temporário de escalonados na região da cidade da Beira. Foto © Caritas Internationalis

O Papa Francisco irá visitar Moçambique, Madagáscar e Ilhas Maurícias entre 4 e 10 de Setembro, anunciou o Vaticano nesta quarta-feira, 27 de Março. Não havendo uma relação directa com a tragédia que assolou as províncias de Sofala e Manica, esta pode ter acelerado a decisão. E é de prever que o programa – que só mais tarde será divulgado – possa incluir pelo menos a cidade da Beira, a mais afectada pelo ciclone Idai.
Essa mesma é a esperança do arcebispo da Beira, o argentino Cláudio Dalla Zuanna, que considerou a visita como um momento “de encorajamento e de consolidação” para a paz e também como permitindo uma “palavra de consolação e encorajamento” também em relação à “situação de pobreza” agravada pelo ciclone. “Seria bonito, numa situação como a nossa, que o Papa chegasse aqui”, dizia o bispo, citado pela Ecclesia.
O arcebispo argentino Dalla Zuanna diz que “é preciso olhar mais para a frente, para a reconstrução”, depois da “emergência imediata”. E acrescenta: “Será preciso não esquecer Moçambique depois que passou a emoção desta situação, A cidade, as pessoas precisam de ajuda a reerguer-se”, afirmou.
No comunicado da Sala Stampa que anuncia a visita do Papa, informa-se que Francisco estará nas capitais dos três países a visitar: Maputo, Antananarivo (Madagáscar) e Port Louis (Maurícias).
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi tinha tido um encontro privado com o Papa em Setembro e nessa altura reforçou o convite dos bispos, feito em 2016, para que o Papa se deslocasse ao país. Nyusi reagiu à notícia afirmando que a visita será um “momento histórico”. O presidente da Conferência Episcopal Moçambicana, Lúcio Muandula, bispo de Xai-Xai, afirmou também que acolhia a informação “com muito agrado”, definindo-a como um gesto de “proximidade” num momento em que quase dois milhões de pessoas da região centro do país precisam de “muito apoio e conforto”.
Para lá da tragédia provocada pela passagem do Idai, o Presidente Nyusi afirmou que a passagem do Papa será um “marco histórico” no sentido de consolidar o diálogo como “única via” para alcançar uma “paz definitiva”, já que o país tem enfrentado situações de tensão, sobretudo no Norte. O lema escolhido para a vista é, aliás, “Esperança. Paz. Reconciliação”.
Será a quarta vez que o actual Papa irá a África, depois de ter visitado o Quénia, Uganda e República Centro-Africana (2015), o Egipto (2017) e Marrocos (no próximo fim-de-semana). Para este ano, o Papa tem ainda previstas viagens a três países de maioria ortodoxa: Bulgária e Macedónia (5-7 de Maio) e Roménia (31 de Maio a 2 de Junho).


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