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domingo, 31 de março de 2019

Uma epidemia mundial

É assim que Enrique Rojas, de 72 anos, ex. catedrático de Psiquiatria da Universidade da Extremadura e director do Instituto Espanhol de Investigação Psiquiátrica, se refere à adição da pornografia, que arruína vidas, matrimónios e famílias, “uma desgraça que caiu sobre nós, um drama oculto e destruidor”.

Actual presidente da Fundação Rojas-Estapé para o tratamento de perturbação da personalidade em pessoas com poucos recursos económicos, os seus trabalhos de investigação centram-se no âmbito da depressão e da ansiedade.
Desde 1973, após a sua aprovação nos Estados Unidos que o negócio desta área da pornografia, se expandiu extraordinariamente por todo o mundo, atingindo mais de 80% dos jovens sem que os pais disso se apercebam. Também nos adultos a taxa é muito elevada estimando que 70% dos divórcios são consequência desta adição. Estima-se que 50% da internet é sobre esta matéria, dispõe de uma oferta sem limites...

Sabendo que a pornografia consiste na apresentação de imagens sexuais directas e explícitas, que incitam ao consumo de sexo sem amor, deduz-se facilmente, que a presa fácil é, quase sempre, a mulher. A violência implícita, quer física, quer psíquica ou moral, converte-a em objecto, na medida em que fica disponível para uma sexualidade utópica, irreal, delirante e absurda que conduz a uma obsessiva destruição.

Enrique Rojas refere que estudos recentes sobre o impacto desta adição afecta alguns circuitos cerebrais e passado algum tempo, estas imagens surgem nos pacientes dominando completamente a sua vontade e liberdade, atraindo-os como um íman que impele a seguir nessa direção.

Este entretenimento quer para adolescentes, quer para adultos, afecta e degrada toda a relação entre pessoas, não descurando também o efeito de agressividade que está inerente a estas dependências e a estas influências.

É silencioso e oculto o vício, até que o dependente e a vítima se têm de expor e de procurar consulta especializada nesta área sensível e de grande projecção na sociedade, na família e nas relações pessoais, pelo que lhe chama uma “epidemia mundial”.

Preocupante ainda, é o facto de se ter descoberto em alguns países da União Europeia uma rede de pornografia infantil e outra de homossexualidade e de pedofilia de enormes proporções, que atraem e viciam de tal forma as suas vítimas, tornando-as escravas e dependentes, sem força para reagir positivamente, tendo uma forte influência nas violações e violências doméstica/sexual, tendo subjacente um negócio oculto mas muito rentável.

Para melhor compreendermos esta nova pandemia o Professor Rojas recomenda dois livros recentes: um de Peter Kleponis, psicólogo americano, “Pornografía: comprender y afrontar el problema”, muito bem estruturado e documentado, outro de Óscar Tokumura, onde é analisado o tema ao nível das redes sociais: “La pornografía online, o qual nos dá uma visão panorâmica e abrangente desta realidade escondida e camuflada, mas sentida e sofrida por milhares e milhares de pessoas nos nossos dias, em que a vida, a liberdade, o estímulo e a vontade estão aprisionadas e agrilhoadas de forma violenta e pecaminosa.

Maria Susana Mexia



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