É assim que Enrique Rojas, de 72 anos, ex. catedrático de Psiquiatria
da Universidade da Extremadura e director do Instituto Espanhol de Investigação Psiquiátrica, se refere à adição
da pornografia, que arruína vidas, matrimónios e famílias, “uma desgraça que
caiu sobre nós, um drama oculto e destruidor”.
Actual presidente da Fundação Rojas-Estapé
para o tratamento de perturbação da personalidade em pessoas com poucos
recursos económicos, os seus trabalhos de investigação centram-se no âmbito da depressão e da ansiedade.
Desde 1973, após a
sua aprovação nos Estados Unidos que o negócio desta área da pornografia, se
expandiu extraordinariamente por todo o mundo, atingindo mais de 80% dos jovens
sem que os pais disso se apercebam. Também nos adultos a taxa é muito elevada
estimando que 70% dos divórcios são consequência desta adição. Estima-se que
50% da internet é sobre esta matéria, dispõe de uma oferta sem limites...
Sabendo que a
pornografia consiste na apresentação de imagens sexuais directas e explícitas,
que incitam ao consumo de sexo sem amor, deduz-se facilmente, que a presa fácil
é, quase sempre, a mulher. A violência implícita, quer física, quer psíquica ou
moral, converte-a em objecto, na medida em que fica disponível para uma
sexualidade utópica, irreal, delirante e absurda que conduz a uma obsessiva
destruição.
Enrique Rojas refere
que estudos recentes sobre o impacto desta adição afecta alguns circuitos
cerebrais e passado algum tempo, estas imagens surgem nos pacientes dominando
completamente a sua vontade e liberdade, atraindo-os como um íman que impele a
seguir nessa direção.
Este entretenimento
quer para adolescentes, quer para adultos, afecta e degrada toda a relação
entre pessoas, não descurando também o efeito de agressividade que está inerente
a estas dependências e a estas influências.
É silencioso e
oculto o vício, até que o dependente e a vítima se têm de expor e de procurar
consulta especializada nesta área sensível e de grande projecção na sociedade,
na família e nas relações pessoais, pelo que lhe chama uma “epidemia mundial”.
Preocupante ainda, é o facto de se ter descoberto em
alguns países da União Europeia uma rede de pornografia infantil e outra de
homossexualidade e de pedofilia de enormes proporções, que atraem e viciam de
tal forma as suas vítimas, tornando-as escravas e dependentes, sem força para
reagir positivamente, tendo uma forte influência nas violações e violências
doméstica/sexual, tendo subjacente um negócio oculto mas muito rentável.
Para melhor compreendermos esta nova pandemia
o Professor Rojas recomenda dois livros recentes: um de Peter Kleponis, psicólogo
americano, “Pornografía: comprender y afrontar el problema”,
muito bem estruturado e documentado, outro de Óscar Tokumura, onde é analisado o tema ao
nível das redes sociais: “La pornografía online, o qual nos dá uma
visão panorâmica e abrangente desta realidade escondida e camuflada, mas
sentida e sofrida por milhares e milhares de pessoas nos nossos dias, em que a
vida, a liberdade, o estímulo e a vontade estão aprisionadas e agrilhoadas de
forma violenta e pecaminosa.
Maria Susana Mexia |
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