Apesar do apoio do Papa Francisco, a situação dos cristãos no Paquistão "é de perseguição
Roma, 15 de Abril de 2015 (Zenit.org) Deborah Castellano Lubov
"O Papa é o líder de todos os cristãos, por isso estamos
aqui para pedir a sua intervenção e, em particular, a sua oração, pelos
cristãos do Paquistão e a nossa família". Em uma entrevista concedida a
Zenit, depois de uma conferência de imprensa realizada terça-feira (14),
no Parlamento italiano, em Roma, o marido de Asia Bibi, Ashiq Masih,
fez esta declaração.
A filha de Asia Bibi, Eisham Ashiq, e o advogado Joseph Nadeem, que
estão na Itália para solicitar a intervenção da comunidade
internacional em prol da libertação da cristã, também participaram da
conferência.
O encontro aconteceu na sala de imprensa do Palazzo Montecitorio, e
foi apresentado pelo senador italiano Mario Mauro e o Secretário de
Estado, Domenico Rossi, juntamente com a Associação dos Paquistaneses
Cristãos e a Associação CitizenGO.
Asia Bibi Noreen, cristã paquistanesa, é mãe de cinco filhos. Em
2009, ela foi presa sob a acusação de insultar o profeta Maomé. Em 2010,
foi condenada à morte. Ela acredita que sobreviveu ao longo de quatro
anos de prisão por causa de suas orações e da oração de todos os membros
da Igreja.
Ao encontrar o Santo Padre na Audiência Geral, Bibi pediu ao marido e
a filha que beijassem a sua mão e pedissem uma bênção. Sobre a
importância deste encontro com o Papa para a família, o marido de Asia
Bibi destacou: "O Papa é o líder de todos os cristãos, por isso estamos
aqui para pedir a sua intervenção e, em particular, a sua oração para os
cristãos do Paquistão e a nossa família".
Respondendo se a voz do Papa é ouvida pelo povo do Paquistão, Ashiq
disse aos jornalistas: "Com certeza, a voz do Papa é ouvida no Paquistão
e é altamente respeitada".
Questionado sobre as condições físicas e psicológicas de sua esposa,
ele disse: "Ela tem uma fé muito forte. Ela está bem, em termos de saúde
psicológica e mental”.
Quando um repórter lhe perguntou: "Qual é a sua esperança agora?". Ele respondeu: "Nossa esperança é Deus e a nossa fé."
Sobre a longa e cansativa jornada para a Europa e se valeu a pena a
visita, o marido disse que "a Europa pode fazer muito, está comprometida
e dando maior visibilidade a Asia Bibi”.
Mais do que apenas reflectir sobre a provação de sua família, ele
falou sobre a situação dos cristãos no Paquistão. "A situação dos
cristãos no Paquistão é de perseguição", afirmou. "Na última
sexta-feira, um jovem cristão foi queimado vivo”.
"O nosso apelo é pela liberdade de Asia Bibi”, disse Ashiq Masih a ZENIT.
Ele também reiterou que só veio a Roma com uma filha, deixando os
outros no Paquistão, porque eles querem fazer um apelo à comunidade
internacional pela liberdade de Asia Bibi.
"Esperamos que a Europa pressione o governo paquistanês", disse
Ashiq. "É uma oportunidade para conseguir a liberdade de Asia Bibi".
O caso está no Supremo Tribunal Federal, perto da última chance, que
seria o perdão presidencial. No entanto, um perdão presidencial só
poderá acontecer se houver pressão por parte do governo italiano e do
resto da comunidade internacional.
Quando perguntado se ele continuava optimista dada a realidade, ele
disse: "Nós estamos optimistas. Estamos lutando muito junto com a
comunidade internacional para obter a liberdade Asia Bibi”.
Em declaração à ZENIT sobre o envolvimento da Igreja, o advogado,
Joseph Nadeem, ressaltou que quanto mais a Igreja estiver envolvida,
mais provável é a liberdade de Asia Bibi.
(15 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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