Era o dia 2 de Abril de 2005. Centenas de milhares quiseram despedir-se e proclamavam santo já
Roma, 01 de Abril de 2015 (Zenit.org) Sergio Mora
"Queridos irmãos e irmãs, às 21:37 o nosso amado santo padre
João Paulo II voltou à casa do Pai. Rezemos por ele”, disse o cardeal
Sandri no dia 2 de Abril de 2005, para os milhares de fiéis que se
reuniram na Praça de São Pedro, sob as janelas do seu apartamento para
rezar o terço por ele. Foi na noite anterior ao Domingo da Divina
Misericórdia.
Lá havia muitos jovens e pessoas que, desde o dia anterior, estavam
reunidos acompanhando a agonia do Papa polaco. Acendia-se a luz de uma
janela, apagava-se a luz do seu escritório, todos tentavam entender o
que estava acontecendo enquanto se rezava ou os jovens cantavam e faziam
coros.
Foi uma morte anunciada. O Papa estava se apagando a cada dia. No dia
24 de Fevereiro de 2005 o Papa ingressou novamente no Hospital Gemelli.
Já tinha se passado nove dias desde o início deste mês por uma crise
respiratória aguda.
Esteve hospitalizado por mais 18 dias, fizeram-lhe uma traqueostomia,
a sua situação praticamente não melhorava, e no dia 14 de Março voltou
ao Vaticano apesar dos médicos dizerem o contrário. Voltou sentado na
frente de um pequeno ónibus que lentamente fez o percurso. Muitos se
reuniram na rua para vê-lo passar, intuindo a gravidade da situação.
No dia 30 de Março, durante a audiência geral, foi quando o papa
santo de 84 anos impressionou a multidão reunida na praça. O Papa que
com as suas palavras fez rachar no meio o império soviético não
conseguia proferir palavras apesar de seus esforços para fazê-lo, e sua
bênção foi silenciosa.
Já no dia 20 de Março, domingo de Ramos, mal conseguia segurar a
palma da mão. Pela primeira vez não presidia a cerimónia e da janela do
seu escritório somente pôde dar a bênção.
Na sexta-feira santa, não pôde ir à Via Sacra no coliseu romano.
Somente chegaram uma imagens do Papa de costas na sua capela privada,
sentado, com a estola púrpura e segurando uma cruz. O Papa denominado
‘da comunicação’ também não conseguiu pronunciar palavra no domingo de Páscoa, para a bênção Urbi et Orbi.
Na noite do 2 de Abril, pouco antes de sua morte, disse suas últimas palavras: "Deixe-me ir para a casa do Pai".
Da segunda-feira, 4, à quinta-feira, 7 de Abril, ocorreu um facto que
ninguém imaginaria: centenas de milhares de fiéis lotaram a praça de São
Pedro e a via da Conciliação para dar o seu último adeus ao Papa. Não
havia distinção de idade ou raças: idosos, crianças, mães e jovens que
vieram de todo o mundo. Dia e noite, a multidão estava lá fazendo fila
durante muitas horas para chegar na frente do corpo sem vida do Santo
Padre e permanecer apenas alguns segundos.
No dia 8 de Abril houve as exéquias, definidas como ‘o maior funeral
da história’. A missa foi presidida pelo cardeal Joseph Ratzinger, que
11 dias depois se tornou Bento XVI. Impressionou o forte vento que
‘folheava’ o livro do evangelho colocado sobre a austera caixa que
continha o corpo do Papa polaco, diante de milhares de pessoas e
líderes de todo o mundo que participavam na cerimónia na praça e dos
televisores que alcançaram recorde de silenciosa audiência. O Cardeal
Ratzinger na homilia fúnebre indicou a janela do seu escritório virada
para a praça e que foi o centro de atenção dos olhares do mundo. E disse
que “nosso amado Papa está agora na janela do céu. Nos olha. Nos
abençoa”.
"Santo já” foi o clamor da multidão. Desejo que o processo de
canonização obteve no dia 5 de Julho de 2013, quando o Papa Francisco
assinou o decreto que autorizava a canonização juntamente com João
XXIII, e cuja cerimónia foi realizada no dia 27 de Abril de 2014.
(01 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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