Em entrevista concedida a Zenit, fala sobre migração mexicana para os Estados Unidos, e da aproximação entre os EUA e Cuba
Roma, 01 de Abril de 2015 (Zenit.org) Deborah Castellano Lubov
O Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin
disse que a Santa Sé está acompanhando de perto a forte migração de
mexicanos para os Estados Unidos, e ressaltou que esta é provavelmente
uma das principais questões a serem discutidas no próximo mês na Cúpula
das Américas.
Respondendo a várias perguntas de ZENIT e de outros jornalistas, o
cardeal falou da importância da Cúpula das Américas, na qual participam o
presidente dos EUA, Barack Obama, os líderes políticos de Cuba,
Venezuela e outros países da América. E na qual, pela primeira vez,
participará a máxima autoridade política da Santa Sé.
O cardeal também explicou o que o papa entende quando fala de uma economia ao serviço do homem, e critica a corrupção.
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ZENIT: Pela primeira vez na história, a Santa Sé vai
participar da Cúpula das Américas. Quais são suas expectativas para este
encontro?
- Cardeal Parolin: Esta Cúpula das Américas é importante porque, pela
primeira vez, reúne todas as nações e países da América. Este movimento
de aproximação entre os EUA e Cuba é significativo. É uma oportunidade
para que os países cresçam e para formar a base que permita ter maiores
funções e colaboração.
ZENIT: Como a Santa Sé tem a intenção de abordar a questão dos migrantes que entram nos Estados Unidos do México?
- Cardeal Parolin: Estive no México no ano passado para participar de
um seminário sobre a migração lá. A partir desse momento estamos com
este tema, especialmente a migração das crianças. Acho que foi um
momento muito importante, ou melhor ainda uma conquista, porque todas as
nações participantes estavam também interessadas em estabelecer uma
parceria económica em conjunto para aliviar este problema. Acho que foi
realmente um seminário promissor. Não sei exactamente a agenda, o
programa da próxima Cúpula das Américas, mas acho que a migração será um
dos temas. Acho que o trabalho da cúpula se concentrará sobre esta.
P: O Papa sempre fala de uma economia a serviço do homem. O que isso significa?
- Cardeal Parolin: É exactamente isso. O Papa sugere que a actividade económica deve ser colocada a serviço da dignidade humana e do
crescimento humano. Isso, portanto, significa que é necessário prestar
especial atenção ao homem, especialmente os mais fracos e vulneráveis,
os pobres. Uma economia ‘a serviço’, não uma economia que domina, que se
impõe. Pelo contrário, uma economia que se torna realmente um
instrumento de crescimento pessoal e a favor da comunidade.
As instituições devem ter uma abordagem ética da economia, não uma
abordagem puramente económica e financeira, onde a ideia de lucro
prevalece, mas uma abordagem ética na qual as finanças e a economia
estão à disposição das pessoas. O Papa pede também aos pobres que
assumam compromisso neste sentido e pede para se trabalhar para que a
economia possa colocar-se realmente a favor do homem.
P: O Papa em sua recente viagem a Nápoles condenou a
corrupção e disse “que fede”. No Parlamento italiano tem havido um
debate sobre uma lei contra a corrupção. Será que esses apelos do Papa
poderiam ajudar na luta contra a corrupção hoje?
- Cardeal Parolin: O presidente do Senado, Pietro Grasso falou
[durante a conferência na qual foi realizada esta entrevista com o
cardeal] exactamente da necessidade de ser responsáveis. E, portanto,
este convite do Papa se dirige a todos (...). Sim, sim, é a resposta.
(01 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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