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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O que se busca é construir a paz e não destruí-la

O secretário emérito do Pontifício Conselho para a Pastoral dos migrantes e dos itinerantes fala abertamente sobre temas candentes


Roma, 20 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org)


Depois de dez anos como secretário do Pontifício Conselho para a Pastoral dos migrantes e dos itinerantes, Mons. Agostino Marchetto, publicou um livro-entrevista “Chiesa e migranti. La mia battaglia per una sola famiglia umana”, (Ed. La Scuola). Em 2012 saiu à luz uma obra sobre a correta hermeneutica do Concílio Vaticano II e no 2013 “Primato Pontificio ed Episcopato”, ambos na LEV, alcançando até mesmo o elogio do próprio Papa Francisco que o definiu como “o melhor hermeneuta do Concílio Vaticano II”.

Em entrevista republicada na edição italiana de ZENIT, com autoria de Giuseppe Rusconi, Mons. Marchetto, já por antecipação, lamentou, caso o dicastério do qual foi prefeito for destituído, como consequência da reforma da Cúria, pois, segundo ele, “se perderia um século de pastoral”, afirmou; 

Ao ser questionado sobre a guerra na Ucrânia disse: “Se o Ocidente quisesse estender a Nato até a Ucrânia, como é que a Rússia poderia aceitar tal desenvolvimento? Se encontraria com um potencial inimigo nas portas de casa, mais ainda, dentro de casa, se consideramos que para os Russos a Ucrânia é património da sua grande história e cultura. Por outro lado o ocidente não vê com bons olhos o possível restabelecimento de uma leadership russa em uma longa faixa de territórios hoje povoados por vários estados independentes”.

Autores ocidentais, principalmente dos EUA, pedem para se mobilizar armas em defesa da Ucrânia ao que Mons. Marchetto afirma que tal atitude poderia provocar a Rússia e “comprometer mais ainda todo o continente”. Por acaso, se perguntou, “o que se busca é destruir a paz?”.

O melhor caminho a se fazer é, portanto, o de “procurar de todas as formas possíveis um acordo entre os diversos actores na Líbia: é preciso chegar a um ponto comum em vista do bem comum nacional”. Daí que deixou claro também que isso só poderia acontecer “na presença de uma verdadeira vontade de manter a Líbia unida, como Estado independente”.

Sobre o fenómeno migratório Mons. Marchetto sugeriu uma aliança séria entre a África e a Europa, o que poderia levar a uma solução satisfatória.    
  
A entrevista completa encontra-se em italiano e pode ser lida clicando aqui



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