No Angelus do I Domingo da Quaresma, o Papa presenteia os fiéis com um livreto intitulado "Guarde o coração" e pede orações pelos Exercícios Espirituais
Roma, 22 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) Salvatore Cernuzio
A Praça de São Pedro estava lotada. Entre os fiéis reunidos
para rezar o Angelus com o Papa no Primeiro Domingo da Quaresma, estava
um grupo de sem-tecto junto com o elemosineiro do vaticano Dom Konrad
Krajewski.
Eles ajudaram os voluntários a distribuírem um presente que o Papa
Francisco ofereceu aos fiéis para este percurso quaresmal. Um livreto
intitulado “Custodici il cuore” (Guarde o coração), “porque – explicou o
Papa - a Quaresma é um caminho de conversão que tem ao centro o
coração”.
Não foi por acaso que os desabrigados ajudaram nesta tarefa. “Como
sempre, também hoje, aqui na praça - destacou Francisco - os próprios
necessitados nos trazem uma grande riqueza, a riqueza da nossa Doutrina
para custodiar o coração”.
O livreto reúne alguns ensinamentos de Jesus, conteúdos essenciais da
nossa fé como, por exemplo, os Sete Sacramentos, os Dons do Espírito
Santo, os Dez Mandamentos, as Virtudes, as Obras de misericórdia..."Cada
um pegue um livrinho e leve consigo, como ajuda para a conversão e o
crescimento espiritual, que parte sempre do coração: alí onde se joga a
partida das escolhas quotidianas entre o bem e o mal, entre mundanidade e
Evangelho, entre indiferença e partilha. A humanidade tem necessidade
de justiça, de paz, de amor e poderá ter isto somente retornando com
todo o coração a Deus, que é a fonte de tudo isto. Peguem o livro,
leiam-o todos”.
Na primeira catequese antes da oração mariana, o Papa deteve-se na
“prova enfrentada voluntariamente por Jesus, antes de iniciar sua missão
messiânica”, narrada no Evangelho de São Marcos, na liturgia de hoje.
Um verdadeiro "corpo a corpo" entre Jesus e Satanás "naqueles
quarenta dias de solidão", destacou o Pontífice, mas do qual "o Senhor
sai vitorioso", porque ele "desmascarou" as tentações do diabo, e
"venceu". E "nós - acrescentou espontaneamente o Papa – vencemos todos,
mas agora temos que proteger no nosso quotidiano esta vitória."
Por isso, na Quaresma "devemos combater", reiterou o Santo Padre. E a
Igreja oferece a "perspectiva" e o "sentido" deste tempo litúrgico, que
é "tempo de combate espiritual contra o espírito do mal."
O percurso desses quarenta dias - acrescentou Francisco - "passa pelo
deserto", ou seja, o lugar "onde você pode ouvir a voz de Deus e a voz
do tentador." Porque no "barulho" e na "confusão" que caracterizam o
mundo de hoje "ouvimos apenas as vozes superficiais". Pelo contrário, no
deserto, “podemos ir mais fundo, onde se joga verdadeiramente o nosso
destino, a vida ou a morte."
Mas, como ouvimos a voz de Deus? "Na sua palavra", disse o Papa. Por
isso "é importante conhecer as Escrituras, porque senão não saberemos
responder aos ataques do maligno". E por isso você também precisa "ler o
Evangelho todos os dias, medita-lo, um pouco, apenas 10 minutos, e
levá-lo consigo, em seu bolso, na bolsa...".
O deserto quaresmal, na verdade, "nos ajuda a dizer não à
mundanidade, aos ídolos, nos ajuda a fazer escolhas corajosas conforme o
Evangelho e a reforçar a solidariedade com os nossos irmãos", assegurou
o Santo Padre. Peçamos, portanto, para entrar neste deserto "sem medo",
"porque não estamos sozinhos, estamos com Jesus, com o Pai e o Espírito
Santo”. Na verdade, como foi para Jesus, “é justamente o Espírito Santo
que nos guia no caminho quaresmal, o mesmo Espírito descido sobre Jesus
e que nos é dado no baptismo”.
Além disso, no "deserto" quaresmal, devemos manter o olhar na Páscoa,
que é a vitória final de Jesus contra o mal, contra o pecado e contra a
morte. Este é o significado do Primeiro Domingo da Quaresma, disse o
Papa Francisco: "colocar-nos decididamente no caminho de Jesus, o
caminho que conduz à vida”. E ao final do itinerário quaresmal, na
Vigília Pascal, “poderemos renovar com maior consciência a aliança
baptismal e os compromissos que dela derivam”.
Neste percurso, ao nosso lado, está Maria, a Virgem Santíssima,
"modelo de docilidade ao Espírito", à qual o Papa reza para que "nos
ajude a deixar-nos conduzir por Ele, que quer fazer de cada um de nós
uma nova criatura”. À Maria o Papa confia a semana de Exercícios
Espirituais, que terá início às 18:00 (hora local), na Casa Divino
Mestre em Ariccia, do qual participará toda a Cúria Romana.
Um evento importante para o Santo Padre, que pede aos fiéis para
acompanhá-lo com a oração. "Rezem - disse – para que neste "deserto" que
são os Exercícios possamos ouvir a voz de Jesus e também corrigir muitos
defeitos que todos nós temos e também para enfrentar as tentações que a
cada dia nos atacam."
(22 de Fevereiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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