Análise de Bioética da Universidade Católica de Valência San Vicente Mártir
Roma, 26 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) Justo Aznar
De 2013 a 2014, foram realizadas na Índia mais de 4 milhões
de esterilizações forçadas, a maioria sendo a retirada das trompas das
mulheres.
A morte de 16 mulheres no estado de Bilaspur, depois da remoção das
trompas para esterilização, despertou a indignação pública na Índia.
Essas mortes estão relacionadas com as precárias condições sanitárias
onde estas intervenções são executadas. Tornou-se público também que um
único cirurgião esterilizou 83 mulheres em poucas horas, em um ambiente
cirúrgico sem os padrões básicos de higiene.
A causa exacta da morte dessas mulheres é desconhecida porque não há
dados post-mortem das falecidas ou registos médicos das que
sobreviveram.
Por outro lado, as autoridades de saúde detectaram que foram
administrados antibióticos adulterados após as intervenções cirúrgicas, o
que poderia ter favorecido a morte das pacientes.
As campanhas de esterilização forçada em massa na Índia são
promovidas para tentar conter o crescimento demográfico no país, o que
derrubou as taxas de fertilidade de 3,6 em 1991 para 2,4 no de 2012,
embora haja uma grande variação entre os diferentes estados. Bihar tem
uma taxa de fecundidade de 3,5% (Lancet 384; E68-E69, 2014).
Parece razoável analisar políticas que regulam a fertilidade em
países com alta densidade demográfica, mas essas políticas devem ser
coerentes com a liberdade e a dignidade da pessoa, e nunca mutilação
forçada realizada fora dos padrões sanitários, que objectivamente são
problemas éticos.
(26 de Fevereiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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