Novo estudo destaca riscos afectivos e psicológicos
Roma, 23 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) John Flynn, LC
Um novo estudo publicado este ano traz evidências de que as
crianças obtêm melhores resultados em seu desenvolvimento quando são
criadas por pais heterossexuais. O artigo “Problemas emocionais entre
crianças criadas por pais homossexuais: diferença por definição” foi
publicado na edição de Fevereiro de 2015 do British Journal of
Education, Socity and Behavioural Science. O autor do estudo é o
professor de sociologia Donald Paul Simmons, da Universidade Católica da
América, e se baseia numa amostragem de mais de duzentas mil crianças,
incluindo 512 criadas por parceiros do mesmo sexo.
As conclusões indicam incidência consideravelmente maior de
problemas emocionais nas crianças cujos responsáveis são pessoas do
mesmo sexo, em comparação com os filhos de pais heterossexuais. “Os
filhos de pais biológicos casados apresentam 1/4 dos problemas
emocionais identificados entre as crianças criadas por pais do mesmo
sexo".
Na introdução, o estudo menciona que, ao longo dos últimos anos,
várias pesquisas afirmaram que as crianças criadas por pais do mesmo
sexo não sofrem desvantagens em comparação com os filhos de pais
heterossexuais. Tais pesquisas foram tão bem divulgadas que chegaram a
embasar sentenças em processos judiciais e decisões tomadas em políticas
públicas e em ambientes profissionais.
Mais recentemente, porém, revisões dessas pesquisas revelaram
deficiências em sua elaboração, ao mesmo tempo em que novos estudos vêm
apontando resultados negativos no desenvolvimento de crianças de
famílias do mesmo sexo. Muitas das pesquisas que alegavam não haver
diferenças entre crianças de diferentes tipos de famílias se baseavam em
amostragens muito pequenas ou em fontes não representativas, além de
apresentarem limitações metodológicas.
Instabilidade familiar
Um factor que afecta em especial as crianças criadas por parceiros
homossexuais é o maior índice de instabilidade e dissolução da relação
entre os parceiros, na comparação com os casais de sexo oposto.
"Estudos sobre o divórcio sugeriram que a dissolução familiar pode
afectar a saúde emocional da criança devido ao aumento do conflito
parental anterior à separação (...) Pais afectiva ou mentalmente
instáveis são um factor de risco para o desenvolvimento de transtornos
mentais ou emocionais na criança. Há indicativos robustos de que a
atracção por pessoas do mesmo sexo está associada a um risco mais elevado
de sofrimento psíquico", acrescentou Simmons.
A falta de laços biológicos para as crianças criadas por casais do
mesmo sexo é outro factor que pode causar problemas. “Nenhuma criança
participante deste estudo e criada por parceiros homosseuxais vivia com
ambos os pais biológicos, ao passo que, nas famílias heterossexuais,
quase dois terços (64%) viviam com pai e mãe biológicos", informa o
artigo, recordando também que "quase todos os estudos que já examinaram
esta questão apontaram que o bem-estar infantil é mais elevado entre as
crianças que vivem com ambos os pais biológicos".
"No mínimo, não é acurado afirmar que as crianças criadas por
parceiros do mesmo sexo não sofram desvantagem alguma em relação às que
são criadas por famílias heterossexuais", observa o autor.
Estigmatização?
Simmons constatou que a susceptibilidade a problemas emocionais
devidos à estigmatização dos casais homossexuais foi pouco marcante. Por
isso, “deve ser rejeitada a hipótese de que as restrições relativas à
paternidade ou ao estado civil dos parceiros homossexuais explique o
maior risco de problemas emocionais”.
“O estudo indica que os problemas emocionais das crianças criadas por
parceiros do mesmo sexo têm relação justamente com a privação da
experiência de ser criadas pelo pai e pela mãe biológicos”, já que,
“funcionalmente, o casamento entre pessoas de sexos opostos é uma
prática social que, tanto quanto possível, garante às crianças um
cuidado conjunto de ambos os pais biológicos, com os seus consequentes
benefícios naturais”.
(23 de Fevereiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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