Termina nesta sexta-feira à tarde a cúpula dos cardeais sobre a reforma da Cúria. Mais subsidiariedade sem descuidar do serviço central, entre os temas discutidos
Roma, 13 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García
O colégio cardinalício continua reunido na Sala do Sínodo,
ouvindo e discutindo os progressos sobre a reforma da Cúria. Num
ambiente calmo e construtivo, informou o director da Sala de Imprensa, o
padre Federico Lombardi, já houve um total de 40 intervenções de
diversos cardeais.
Num briefing com os jornalistas na manhã de hoje, o porta-voz da
Santa Sé especificou quais foram os temas abordados até o momento.
Por um lado, foi tratado o tema da relação entre a Cúria Romana e as
Igrejas locais, analisando como é possível servir melhor a Igreja no
mundo. Ouviu-se muito a palavra: descentralização, no sentido de
"subsidiariedade".
Sobre a centralização, o padre Lombardi esclareceu que não existe um
clima “assertivo ou agressivo". Todo o espírito desta reforma (afirmou)
é tão claramente orientado à Cúria, a serviço da Igreja universal, que
não tem sentido questionar.
Ao mesmo tempo, outras intervenções manifestaram que a
subsidiariedade não deve subestimar o serviço central da Santa Sé, por
ter a experiência de muitos países, onde a Igreja local tem uma certa
fraqueza e pode sentir-se apoiada pelas indicações e orientações que vêm
de Roma. Por isso, foi bastante comentado que haja "coordenação não
somente funcional” mas que é necessário que se “expresse um sentido de
comunhão entre os membros da Cúria e os dicastérios”. A propósito se
comentou sobre a possibilidade de mais reuniões e que haja uma
comunicação que crie comunhão.
Neste sentido falaram das relações internacionais, destacando a
necessidade do conhecimento de Secretaria de Estado nas relações dos
entes da Igreja, com as organizações internacionais, para que seja
garantia de coerência de linhas e posicionamentos.
Assim, a simplificação e a necessidade de um pessoal qualificado tem
sido um critério bastante compartilhado nas intervenções. Abordaram
também a questão dos leigos, especialmente das mulheres em posições de
responsabilidade na Cúria.
Sobre o documento que rege o funcionamento actual da Cúria, a Pastor
Bonus, recordaram que há aspectos e elementos muito positivos e
importantes que não devem ser desperdiçados e que deve haver um trabalho
de continuidade.
O padre Lombardi observou que existe também certo consenso sobre a
possibilidade de uma actuação gradual quando são tomadas decisões e
medidas.
Esta manhã, 164 cardeais estiveram presentes no Consistório, entre os
quais estão também aqueles que serão criados no sábado pelo Santo
Padre.
A manhã desta sexta-feira, foi em grande parte dedicada a questões de
economia e de organismos económicos. O cardeal Pell, prefeito da
Secretaria de Economia da Santa Sé, falou em seguida e depois informou
sobre alguns particulares dos trabalhos do COSEA (Comissão relativa ao
estudo dos problemas económicos e administrativos da Santa Sé). Também o
Cardeal Marx falou do Conselho de Economia e do que foi feito até
agora. Também foi falado do IOR (Instituto para as Obras de Religião).
No final destas intervenções, houve tempo para os cardeais fazerem
perguntas aos quatro oradores desta manhã. Grande parte das intervenções
foram para apreciar o trabalho realizado dando a impressão de que estão
fazendo um bom trabalho.
Como esperado, esta noite termina o Consistório com uma intervenção
do cardeal O'Malley sobre a Comissão para a tutela dos menores.
(13 de Fevereiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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