Observador permanente do Vaticano junto à ONU volta a denunciar desigualdades sociais e falta de políticas focadas na dignidade da pessoa
Roma, 23 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org)
O observador permanente da Santa Sé junto à Organização das
Nações Unidas em Nova Iorque, dom Bernardito Aúza, discursou no último
dia 10 de Fevereiro na 53ª sessão da Comissão para o Desenvolvimento
Social, do Conselho Económico e Social (ECOSOC).
O arcebispo filipino destacou a preocupação da Santa Sé com os
novos desafios do crescimento económico, que não vem beneficiando por
igual a sociedade. “Para ser sustentável e beneficiar a todos, o
desenvolvimento social tem que ser ético, moral e focado na pessoa”,
recordou.
“Precisamos prestar atenção aos indicadores que dão uma imagem
completa do bem-estar de cada indivíduo na sociedade, promovendo, ao
mesmo tempo, políticas que fomentem o enfoque verdadeiramente integral
para o desenvolvimento da pessoa humana em seu conjunto”.
Aúza enfatizou que “não é suficiente ter um emprego remunerado; é preciso ter um trabalho digno e seguro”.
“Investir na educação, no acesso a serviços básicos de saúde e na
criação de redes de segurança social são factores primários para melhorar
a qualidade de vida da pessoa e para assegurar uma distribuição
equitativa da riqueza e dos recursos na sociedade”.
“Só colocando a pessoa humana no centro do desenvolvimento e
fomentando os investimentos e políticas que respondam às necessidades
reais é que o progresso na erradicação da pobreza será permanente e a
sociedade será mais resistente a possíveis crises”.
O núncio apostólico explicou também que a economia de mercado não
existe para servir a si mesma, e sim para servir ao bem comum de toda a
sociedade. Ele ressaltou a importância de se prestar maior atenção ao
bem-estar dos mais vulneráveis e afirmou que o desenvolvimento integral
autêntico da pessoa e a erradicação da pobreza são possíveis somente com
base na importância da família para a sociedade, adoptando-se um enfoque
estratégico alicerçado na verdadeira justiça social para reduzir o
sofrimento de milhões de irmãos e irmãs.
Para isto, o observador permanente da Santa Sé perante a ONU declarou
que as políticas de desenvolvimento social devem abordar não só as
necessidades da vida económica e política, mas também a dimensão
espiritual e moral de toda pessoa humana.
(23 de Fevereiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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