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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Santa Sé: não basta um emprego remunerado; ele deve ser digno e seguro

Observador permanente do Vaticano junto à ONU volta a denunciar desigualdades sociais e falta de políticas focadas na dignidade da pessoa


Roma, 23 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org)


O observador permanente da Santa Sé junto à Organização das Nações Unidas em Nova Iorque, dom Bernardito Aúza, discursou no último dia 10 de Fevereiro na 53ª sessão da Comissão para o Desenvolvimento Social, do Conselho Económico e Social (ECOSOC).

O arcebispo filipino destacou a preocupação da Santa Sé com os novos desafios do crescimento económico, que não vem beneficiando por igual a sociedade. “Para ser sustentável e beneficiar a todos, o desenvolvimento social tem que ser ético, moral e focado na pessoa”, recordou.

“Precisamos prestar atenção aos indicadores que dão uma imagem completa do bem-estar de cada indivíduo na sociedade, promovendo, ao mesmo tempo, políticas que fomentem o enfoque verdadeiramente integral para o desenvolvimento da pessoa humana em seu conjunto”.

Aúza enfatizou que “não é suficiente ter um emprego remunerado; é preciso ter um trabalho digno e seguro”.

“Investir na educação, no acesso a serviços básicos de saúde e na criação de redes de segurança social são factores primários para melhorar a qualidade de vida da pessoa e para assegurar uma distribuição equitativa da riqueza e dos recursos na sociedade”.

“Só colocando a pessoa humana no centro do desenvolvimento e fomentando os investimentos e políticas que respondam às necessidades reais é que o progresso na erradicação da pobreza será permanente e a sociedade será mais resistente a possíveis crises”.

O núncio apostólico explicou também que a economia de mercado não existe para servir a si mesma, e sim para servir ao bem comum de toda a sociedade. Ele ressaltou a importância de se prestar maior atenção ao bem-estar dos mais vulneráveis e afirmou que o desenvolvimento integral autêntico da pessoa e a erradicação da pobreza são possíveis somente com base na importância da família para a sociedade, adoptando-se um enfoque estratégico alicerçado na verdadeira justiça social para reduzir o sofrimento de milhões de irmãos e irmãs.

Para isto, o observador permanente da Santa Sé perante a ONU declarou que as políticas de desenvolvimento social devem abordar não só as necessidades da vida económica e política, mas também a dimensão espiritual e moral de toda pessoa humana.

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