Em 28 de Fevereiro de 2013, o Papa alemão deixou seu pontificado às 20h00
Roma, 27 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García
“Sou simplesmente um peregrino que inicia a última etapa de
sua peregrinação nesta terra”. Com estas palavras, o Santo Padre Bento
XVI em Castel Gandolfo despediu-se de sua vida como Papa, há dois anos.
Em 28 de Fevereiro de 2013, 17 dias após surpreender o mundo com a sua
demissão, o pontífice alemão se retirou na residência papal de verão
durante a Sede Vacante. Nesse mesmo dia, foi selado o apartamento papal.
No último dia de seu pontificado, Bento XVI cumpriu um programa
intenso. Na parte da manhã cumprimentou os cardeais presentes em Roma,
na Sala Clementina, no Vaticano. Naquele encontro, recordou que a Igreja
"é de Cristo" e "não uma instituição, mas uma realidade viva." Ele
também exortou os cardeais a pedir ao Espírito Santo para serem "dóceis
na eleição do novo Papa". Lá, Bento XVI prometeu "obediência ao novo
Papa."
Na parte da tarde, às 16h45, no pátio San Damiano, no Vaticano,
cumprimentou algumas autoridades e seus colaboradores da Secretaria de
Estado.
De carro foi até o heliporto do Vaticano, localizado a 800 metros de
distância, onde fez os últimos cumprimentos e de lá voou de helicóptero
para Castel Gandolfo, cerca 15 minutos de voo. Bento XVI permaneceu por
lá alguns meses. Em seguida, retornou para o mosteiro Mater Ecclesiae,
no Vaticano, onde vive há dois anos. Chegando em Castel Gandolfo, o Papa
emérito foi recebido pelas autoridades locais e pelo bispo da diocese,
Marcello Semeraro. Em seguida, ele apareceu na varanda e proferiu suas
últimas e emocionantes palavras como Pontífice.
Às 20 horas do dia 28 Fevereiro de 2013 Bento XVI deixou de ser Papa.
A partir daquele momento passou a ser chamado de Papa Emérito Bento
XVI.
A Guarda Suíça fechou as portas da casa em Castel Gandolfo e deixou
de exercer suas funções neste período da residência temporária de Bento
XVI, pois não havia Papa para custodiar e a função foi assumida pela
Gendarmaria do Vaticano.
Em sua última Audiência Geral, um dia antes de sua despedida, Bento
XVI recordou na catequese que, em 19 de Abril, quase oito anos antes,
quando aceitou assumir o ministério petrino, teve “a firme certeza que
sempre me acompanhou: esta certeza da vida da Igreja, da Palavra de
Deus". Ele também disse que nunca se sentiu “sozinho no levar a alegria e
o peso do ministério petrino; o Senhor colocou tantas pessoas que, com
generosidade e amor a Deus e à Igreja, ajudaram-me e foram próximas a
mim".
E desejou que sua saudação e sua "gratidão alcançasse a todos: o
coração de um Papa se expande ao mundo inteiro". Bento XVI explicou que
nos últimos meses sentia que suas “forças estavam diminuindo” e pediu a
Deus com insistência, na oração, para iluminar “com a sua luz para fazer
a decisão mais justa não para o seu próprio bem, mas para o bem da
Igreja".
Desta maneira, nos últimos dois anos o Papa emérito viveu retirado do
mundo, dedicado à oração. Em algumas ocasiões participou em actos
públicos; pudemos vê-lo nos dois Consistórios para criação de novos
cardeais, na Jornada da Terceira Idade, e no dia que entrará para a
história como o dia dos quatro Papas, a canonização de João XXIII e João
Paulo II.
(27 de Fevereiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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