Patriarca Ibrahim: Os 21 são mártires assassinados pela fé. A execução uniu cristãos e muçulmanos
Roma, 16 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) Sergio Mora
Militantes islâmicos do autoproclamado Califado Islâmico
(Isis por sua sigla em Inglês) publicaram neste domingo um vídeo onde
mostram 21 trabalhadores cristãos coptos egípcios sequestrados na cidade
líbia de Sirte em Dezembro e Janeiro, quando são levados para serem
decapitados.
Na Líbia, as milícias do Califado pegaram parte do território e
ameaçam chegar a Trípoli, a tal ponto que a Itália anunciou neste
Domingo fechar a sua sede diplomática devido à deterioração da situação.
Egipto declarou sete dias de luto pelo assassinato dos coptos,
religião que professa cerca de 10% da população do Iraque. Al Azhar, a
instituição mais prestigiosa do Islão sunita, com sede no Cairo,
descreveu o crime de "barbárie". As vítimas estavam trabalhando na Líbia
e foram sequestradas em dois turnos, há algumas semanas.
O Patriarca de Alexandria dos Coptos católicos, Ibrahim Isaac Sidrak,
ao tomar conhecimento da massacre, “enviou suas condolências a todas as
famílias dos mártires que deram suas vidas por sua fé, e ao mesmo tempo
agradeceu o Presidente Al Sisi e todas as instituições do governo
egípcio pela rápida resposta a este ato terrorista”.
A resposta do Cairo foi rápida e aviões de guerra lançaram ataques
contra alvos sensíveis do Califado. As Forças Armadas do Egipto indicaram
num comunicado: "A vingança por causa do sangue dos egípcios é um
direito absoluto e será aplicada". O país árabe também declarou sete
dias de luto pela morte dos cristãos coptos, religião professada por um
dez por cento da população.
Por sua parte, Al Azhar, universidade do Islão sunita baseada no
Cairo, chamou o crime de crime ‘bárbaro’.
Por outro lado, em declaração feita à Agência Fides por seus
colaboradores, o Primaz da Igreja Católica Copta pediu para que se veja a
trágica morte desses irmãos coptas ortodoxos com um olhar iluminado
pela fé, enquanto que considera como algo importante que em todo o país,
diante da sangrenta barbárie dos jihadistas, aconteça uma onde de
reacção humanitária.
"Este trágico episódio – diz o padre Hani Bakhoum Kiroulos,
secretário do Patriarcado copto católico – está unindo todo o país,
cristãos e muçulmanos. Se o objectivo era dividir-nos, o projecto
fracassou. A dura condenação da Universidade de Al Azhar (máximo centro
teológico do Islão sunita) foi imediata e inapelável. Bem como a operação
militar da aviação egípcia contra as bases do Estado Islâmico na Líbia
mostra que para o governo os cidadãos egípcios são todos iguais, e que o
Egipto se sente atacado como nação pelo delírio desses terroristas
sedentos de sangue”.
(16 de Fevereiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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