O secretário de Estado do Vaticano explica aos jornalistas o modus operandi do papa e da Santa Sé para travar os focos de tensão no mundo
Roma, 04 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Salvatore Cernuzio
"Precisamos de soluções políticas, não militares violentas":
o pensamento do cardeal Pietro Parolín é o mesmo que o papa Francisco
manifestou no voo de volta da Coreia do Sul: “parar o agressor injusto,
não bombardeá-lo”. O secretário de Estado vaticano se pronunciou ontem
no XXXVIII Congresso Nacional dos Conselheiros Eclesiásticos Coldiretti,
realizado em Roma, sobre o "A fraternidade: percurso profético para uma
economia de cara humana".
Muitos jornalistas interrogaram o diplomata sobre a crise no
Oriente Médio, que está semeando morte e destruição quase como uma
“guerra mundial”.
A situação dos cristãos no Iraque "está no coração do papa e da Santa
Sé", disse Parolin, definindo como "dramática" a emergência humanitária
na região. O Vaticano está engajado em garantir que os cristãos
"recebam ajuda e a assistência humanitária" e "possam voltar com
segurança para os seus povoados e casas".
De qualquer forma, as situações de crise não podem ser paradas com
mais violência, mas "com a vontade política de todas as partes
envolvidas no conflito e com a ajuda da comunidade internacional", disse
Parolin, reiterando que "este é o único caminho" para evitar que "esses
conflitos prossigam e sejam esquecidos", como aconteceu no caso da
Síria.
O pensamento do Secretário de Estado se voltou também à situação na
Ucrânia. Parece que ontem a região conseguiu encaminhar a resolução da
crise trágica em que estava mergulhada desde Março. O presidente russo
Vladimir Putin e o ucraniano Petro Poroshenko conversaram por telefone e
estabeleceram de comum acordo um "cessar-fogo total".
Detrás desta solução, desejada há meses, também está a mão da Santa
Sé, garantiu Parolin. "A diplomacia vaticana se mexeu desde o início da
crise. Há uma presença da diplomacia vaticana em toda esta situação",
acrescentou, explicando que "estamos pensando em como ajudar na
composição pacífica da situação".
O mesmo modus operandi também se aplica à paz na Terra Santa, onde os
negociadores parecem ter conseguido outra trégua mais longa entre Gaza e
Israel. Além das orações, o pontífice propôs e realizou a grande
"Invocação pela Paz" de 8 de Junho, dia de Pentecostes, reunindo nos
Jardins do Vaticano, de forma inédita, os presidentes Mahmud Abbas, da
Palestina, e Shimon Peres, de Israel, além do patriarca Bartolomeu.
Muitos duvidaram da eficácia daquele encontro, mas, "para o Santo
Padre, a oração tem sempre um efeito, embora nem sempre ele seja
imediatamente visível", disse o cardeal. Em sua opinião, "tudo o que é
necessário para reforçar a vontade de paz" é útil, "inclusive a oração",
porque "ela nos coloca nas mãos de Deus e nós sabemos que só Ele pode
nos dar a inspiração e a força".
(04 de Setembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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