Páginas

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Card. Parolín sobre o Iraque: Soluções políticas, não militares violentas

O secretário de Estado do Vaticano explica aos jornalistas o modus operandi do papa e da Santa Sé para travar os focos de tensão no mundo


Roma, 04 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Salvatore Cernuzio


"Precisamos de soluções políticas, não militares violentas": o pensamento do cardeal Pietro Parolín é o mesmo que o papa Francisco manifestou no voo de volta da Coreia do Sul: “parar o agressor injusto, não bombardeá-lo”. O secretário de Estado vaticano se pronunciou ontem no XXXVIII Congresso Nacional dos Conselheiros Eclesiásticos Coldiretti, realizado em Roma, sobre o "A fraternidade: percurso profético para uma economia de cara humana".

Muitos jornalistas interrogaram o diplomata sobre a crise no Oriente Médio, que está semeando morte e destruição quase como uma “guerra mundial”.

A situação dos cristãos no Iraque "está no coração do papa e da Santa Sé", disse Parolin, definindo como "dramática" a emergência humanitária na região. O Vaticano está engajado em garantir que os cristãos "recebam ajuda e a assistência humanitária" e "possam voltar com segurança para os seus povoados e casas".

De qualquer forma, as situações de crise não podem ser paradas com mais violência, mas "com a vontade política de todas as partes envolvidas no conflito e com a ajuda da comunidade internacional", disse Parolin, reiterando que "este é o único caminho" para evitar que "esses conflitos prossigam e sejam esquecidos", como aconteceu no caso da Síria.

O pensamento do Secretário de Estado se voltou também à situação na Ucrânia. Parece que ontem a região conseguiu encaminhar a resolução da crise trágica em que estava mergulhada desde Março. O presidente russo Vladimir Putin e o ucraniano Petro Poroshenko conversaram por telefone e estabeleceram de comum acordo um "cessar-fogo total".

Detrás desta solução, desejada há meses, também está a mão da Santa Sé, garantiu Parolin. "A diplomacia vaticana se mexeu desde o início da crise. Há uma presença da diplomacia vaticana em toda esta situação", acrescentou, explicando que "estamos pensando em como ajudar na composição pacífica da situação".

O mesmo modus operandi também se aplica à paz na Terra Santa, onde os negociadores parecem ter conseguido outra trégua mais longa entre Gaza e Israel. Além das orações, o pontífice propôs e realizou a grande "Invocação pela Paz" de 8 de Junho, dia de Pentecostes, reunindo nos Jardins do Vaticano, de forma inédita, os presidentes Mahmud Abbas, da Palestina, e Shimon Peres, de Israel, além do patriarca Bartolomeu.

Muitos duvidaram da eficácia daquele encontro, mas, "para o Santo Padre, a oração tem sempre um efeito, embora nem sempre ele seja imediatamente visível", disse o cardeal. Em sua opinião, "tudo o que é necessário para reforçar a vontade de paz" é útil, "inclusive a oração", porque "ela nos coloca nas mãos de Deus e nós sabemos que só Ele pode nos dar a inspiração e a força".

Sem comentários:

Enviar um comentário