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sábado, 6 de setembro de 2014

Bispos da Venezuela condenam a versão do pai-nosso dedicada a Hugo Chávez

Cardeal Urosa pede que o governo não promova essa prece, que, além de incentivar ainda mais a divisão no país, seria um acto de idolatria


Roma, 05 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


O arcebispo de Caracas, cardeal Jorge Urosa Savino, criticou hoje com veemência a versão do pai-nosso criada por seguidores do falecido presidente Hugo Chávez e avisou que rezá-la significa cometer pecado de idolatria. Urosa pediu que o governo e o partido evitem a difusão dessa “prece”, que pode provocar novos motivos de divisão do povo venezuelano.

Os participantes da I Oficina de Projecção do Sistema de Formação Socialista, organizada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, hoje no poder), apresentaram nesta segunda-feira a “oração do delegado”, uma versão chavista do pai-nosso. O texto começa com a frase “Chávez nosso que estás no céu”.

No comunicado, assinado juntamente com os bispos auxiliares, o cardeal declara que “esta prece é voltada ao falecido presidente Chávez em vez de se dirigir a Deus, que é o nosso Pai Celestial. O pai-nosso, oração por excelência dos cristãos do mundo inteiro, provém dos próprios lábios de nosso Senhor Jesus Cristo, que o rezou no Sermão da Montanha. Por isso, é um texto intocável”.

“Assim como a ninguém é permitido mudar a letra do Hino Nacional para honrar alguma pessoa, é igualmente ilícito a quem quer que seja mudar o pai-nosso ou qualquer outra oração cristã, como o credo. Os símbolos, orações e elementos religiosos católicos devem ser respeitados”.

Quem rezar esta oração, alertou o cardeal, “cometerá o pecado da idolatria, por atribuir a uma pessoa humana as qualidades ou acções próprias de Deus”.

O comunicado completa: “O pai-nosso faz parte do património sagrado da Igreja católica e de todas as Igrejas cristãs do mundo inteiro. Não é lícito modificá-lo, manipulá-lo, instrumentalizá-lo”.

E finaliza: “Nós, católicos, exigimos que o pai-nosso seja respeitado. Pedimos aos dirigentes do governo e do PSUV que evitem a difusão desta suposta ‘oração’, para que não haja mais um motivo de divisão entre o povo venezuelano”.

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