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sábado, 13 de setembro de 2014

A história de como João Paulo II e a sua Teologia do Corpo guiou ao catolicismo um pastor luterano

«Surpreendeu-nos com a sua verdade, a sua beleza e a sua bondade» 

O caminho de retorno da família luterana

Actualizado 23 de Agosto de 2014

Javier Lozano / ReL

João Paulo II foi um colaborador excepcional de Deus na hora de levar milhares de pessoas à Igreja. Primeiro fê-lo na vida e agora desde o céu. Graças a ele, à sua espiritualidade, ao seu empurrão na hora de falar de Cristo e também através das suas catequeses, o santo polaco conseguiu que muitos conhecessem um Deus completamente diferente do que conheciam.

Este é o caso de Paul e Carol. Ele era pastor luterano e ambos procediam de famílias luteranas desde há séculos. “Tanto Carol como eu temos origens luteranas escandinavas, e ambos éramos todo o luteranos que se possa imaginar. Imagino que não houve um católico na família desde a Reforma”, recorda o marido e pastor.

Sem dúvida, havia certas coisas que os faziam duvidar sobre o que estavam vivendo. Por um lado, a deriva doutrinal das comunidades protestantes e por outro a conversão ao catolicismo de certos líderes luteranos. Algo que sem dúvida os mexeu e os fez perguntar-se se Roma era realmente o que lhes tinham contado desde crianças.

A deriva do luteranismo
Ao mesmo tempo que Paul via esta série de desequilíbrios, a sua esposa Carol também começou a experimentar o mesmo. Em 2002 foi com o seu pai a um congresso luterano no Kansas. Entre os oradores havia um católico, o padre Jay Scott Newman. Ela comoveu-se como não o tinha feito com o resto: “no seu discurso católico sobre a sexualidade havia beleza, unidade e uma lógica convincente. Havia também algo atractivo e inclusive irresistível na autoridade com a qual falava o padre Newman”, recorda o casal.

Quando voltou a casa, Carol contou ao seu marido tudo o que tinha sentido pelo que de maneira imediata este pastor luterano quis conhecê-lo e começaram a intercambiar correios electrónicos. O sacerdote católico respondeu às tradicionais dúvidas sobre a Igreja mas sobretudo recomendou-lhe autores como John Henry Newman ou Scott Hahn para que reflectir. “Todos eles apontavam numa mesma direcção, Roma”, conta Paul.

A importância de João Paulo II
Ao mesmo tempo Carol começou a ir a aulas a uma escola católica e nela descobriu a encíclica de João Paulo II, Veritatis Splendor. Recorda o seu marido que ela “se emocionou porque no fundo, apesar da mensagem da cultura pós-moderna, sabia que existe tal coisa chamada verdade, e que é esplêndida.

A estas dúvidas que tinham uniu-se-lhes a enfermidade, problemas económicos e de amizades pelo que recordam que 2003 foi o pior ano da sua vida e foi logo aí quando chegou o momento decisivo. Foram a um congresso de fim-de-semana organizado pelos Conselhos de Vida Familiar Católica. Ali descobriram algo que lhes mudou a vida: A Teologia do corpo de João Paulo II.

“Quando terminou começámos a chorar”
“Nessa época tão dura da nossa vida a mensagem do Papa supôs para nós um farol de luz e esperança. A catequese de João Paulo II sobre a natureza do amor humano e o significado do matrimónio e a sexualidade nos surpreendeu com a sua verdade, a sua beleza e a sua bondade evidentes”, recorda agora o matrimónio através do seu testemunho no livro Convertidos (Rialp).

Deste modo, “quando terminou o congresso esse sábado pela noite deitámo-nos sobre a cama e começámos a chorar. Chorávamos porque tínhamos estado expostos a uma doutrina belíssima e nos sentíamos tocados pelo Senhor. Chorávamos porque sabíamos que tínhamos que converter-nos ao catolicismo e que isto ia causar uma grande revolução nas nossas vidas. E também derramávamos lágrimas de contrição porque nos demos conta de que a nossa cultura nos tinha enganado em temas de anticoncepção. Sofríamos há dez anos porque que tinha feito uma vasectomia. Além disso, nessa noite Carol sentiu uma forte chamada a estudar a Teologia do corpo. Ao cabo de umas semanas eu mesmo experimentei esta mesma sensação de chamada”.

A aproximação à Igreja Católica foi chegando pouco a pouco apesar do sofrimento que lhe provocava o continuar sendo pastor de uma comunidade luterana sentindo-se cada vez mais católico. Rezar perante o Santíssimo ou rezar o Rosário que se ofereceram mutuamente passou a ser algo normal no casal. E no seu interior despertou-se outra inquietude e decidiram estudar no Instituto de Matrimónio e Família João Paulo II.

A conversão da sua família

Esta Teologia do Corpo de João Paulo II tinha-os seduzido de tal maneira que os levava inexoravelmente à Igreja Católica. Assim, decidiram que o melhor seria ir estudar pelo que devia deixar a sua paróquia. E assim o anunciou a todos os seus paroquianos.
Venderam a sua casa, pagaram as suas dívidas e mudaram-se para a Austrália para estudar no Instituto João Paulo II, “o melhor e o mais duro que fizemos na nossa vida”. E por fim chegou o dia. Este casal contava que “a maior e a mais destacada alegria da nossa viagem foi ser recebidos em comunhão plena na Catedral de São Patrício na Semana Santa de 2005.

João Paulo II tinha sido chave no seu recebimento na Igreja e uma semana depois de ser católicos o “nosso amado morreu. Estávamos muito agradecidos de tê-lo tido oficialmente como nosso Santo Padre, ainda que tivesse sido só durante uma semana. Chorámos com o resto do mundo com a morte de João Paulo o Grande”.

Já na Igreja seguiram o caminho de volta e conta que “quando ainda estávamos na Austrália, na festividade de Nossa Senhora de Guadalupe, puderam operar-me e reverter com êxito a vasectomia”. Agora depois de acabar os cursos Paul e Carol são especialistas em matrimónio e família e desde que voltaram ele começou a trabalhar como director do Gabinete de Vida Matrimonial e Familiar na arquidiocese de Edmonton.

E os sofrimentos passados converteram-se em graças. “Deus não deixa de bendizer-nos. Dois dos cinco irmãos de Carol converteram-se ao catolicismo e o mesmo se passou com vários dos nossos queridos amigos”.


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