Papa emérito Bento XVI colocou seu pontificado sob a protecção deste santo de Núrsia
Roma, 11 de Julho de 2013
Hoje,11 de Julho, a Igreja recorda São Bento. O Papa emérito
Bento XVI colocou seu pontificado sob a protecção deste santo de Núrsia,
pai do monaquismo ocidental e convidou a todos a seguir a sua
exortação. Reproduzimos a seguir alguns trechos da Audiência Geral de 9
de Abril de 2008 pronunciada por Bento XVI que recorda a vida do monge.
O nascimento de São Bento é datado por volta de 480. Provinha,
assim diz São Gregório, "ex provincia Nursiae" da região da Núrsia. Os
seus pais abastados enviaram-no para Roma para a sua formação nos
estudos. Mas ele não permaneceu por muito tempo na Cidade eterna. Como
explicação plenamente credível, Gregório menciona o facto de que o jovem
Bento sentia repugnância pelo estilo de vida de muitos dos seus
companheiros de estudos, que viviam de modo dissoluto, e não queria cair
nos mesmos erros deles. Desejava aprazer unicamente a Deus; "soli Deo
placere desiderans" (II Dial., Prol. 1)”.
A fonte mais importante sobre a sua vida é o segundo livro dos
Diálogos de São Gregório Magno (...)ele pretende ilustrar mediante o
exemplo de um homem concreto precisamente de São Bento a subida aos
cumes da contemplação, que pode ser realizada por quem se abandona a
Deus. Portanto, tem-se um modelo da vida humana como subida para o
vértice da perfeição(…)não quer narrar simplesmente algo de estranho,
mas demonstrar como Deus, admoestando, ajudando e também punindo,
intervenha nas situações concretas da vida do homem. Quer mostrar que
Deus não é uma hipótese distante colocada na origem do mundo, mas está
presente na vida do homem, de cada homem.
O período em Subiaco, marcado pela solidão com Deus, foi para Bento
um tempo de maturação. Ali tinha que suportar e superar as três
tentações fundamentais de cada ser humano: a tentação da
auto-suficiência e do desejo de se colocar no centro, a tentação da
sensualidade e, por fim, a tentação da ira e da vingança.
(...) estava convencido de que, só depois de ter vencido estas
tentações, ele teria podido dizer aos outros uma palavra útil para as
suas situações de necessidade. E assim, tendo a alma pacificada, estava
em condições de controlar plenamente as pulsões do eu, para deste modo
ser um criador de paz em seu redor. Só então decidiu fundar os seus
primeiros mosteiros no vale do Anio, perto de Subiaco.
No ano de 529 Bento deixou Subiaco para se estabelecer em
Montecassino (...) a vida monástica no escondimento tem uma sua razão de
ser, mas um mosteiro tem também uma sua finalidade pública na vida da
Igreja e da sociedade, deve dar visibilidade à fé como força de vida.”
Em 21 de Março de 574, Bento concluiu a sua vida terrena, deixou com a
sua Regra e com a família beneditina por ele fundada um património que
deu nos séculos passados e ainda hoje continua a dar frutos em todo o
mundo.
Sem oração não há experiência de Deus. Mas a espiritualidade de Bento
não era uma interioridade fora da realidade. Na agitação e na confusão
do seu tempo, ele vivia sob o olhar de Deus e precisamente assim nunca
perdeu de vista os deveres da vida quotidiana e o homem com as suas
necessidades concretas.
O Senhor aguarda que nós respondamos todos os dias com os factos aos
seus ensinamentos", afirma ele (Prol. 35). Assim a vida do monge
torna-se uma simbiose fecunda entre acção e contemplação "para que em
tudo seja glorificado Deus" (57, 9).”
in
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