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sábado, 13 de julho de 2013

Depois de uma noite escura, Bento XVI e a Virgem de Loreto guiaram-na até ao convento

A história da vocação de Ilaria


Teve um acidente de viação e aí começou a história. Uma peregrinação nocturna até Loreto mudou-lhe a vida. Agora é monja de clausura.

Actualizado 18 de Junho de 2013

Javier Lozano / ReL

As peregrinações a santuários e a outros santos lugares foram sempre fonte de numerosas vocações. Em Itália, cresceram muito as peregrinações de jovens de Macerata a Loreto. Caminham 28 quilómetros pela noite dentro rezando o Rosário e entoando cânticos até aos pés do Santuário de Nossa Senhora de Loreto.

Esta peregrinação, que já viveu a sua XXXV edição, organizada por Comunhão e Libertação viu como passou de 300 pessoas no primeiro ano para mais de 90.000 em 2013. E ao longo de todo este tempo a Virgem de Loreto foi testemunha de numerosas conversões e chamadas à vocação.

O acidente que dá começo à história
É o caso de Ilaria uma jovem italiana que lutou contra Deus durante uma daquelas noites a caminho de Loreto e que finalmente como Maria disse sim. Há oito anos disso. Agora é monja de clausura e já professou os votos solenes. Esse dia mudou-lhe a vida.

Ilaria conta que “essa noite de há oito anos foi a noite decisiva da minha vida, como posso esquecê-lo?”. Ela era como qualquer outra rapariga de 19 anos da sua idade. Com as suas inquietudes e os seus sonhos. Estudou arquitectura e a sua grande afeição era tocar tuba na banda do seu povoado.

Mas um dia, concretamente em 19 de Abril de 2005, ela teve um acidente de viação. Desde o hospital pode ver em directo a eleição de Bento XVI como Papa. Este é o começo da sua história até ao convento.

As palavras do Papa sacudiram a sua alma

Chamou-me a atenção pela sua simplicidade, sentia-me abraçada pelos seus braços estendidos”, recorda agora no diário Avvenire. Poucos dias mais tarde escutou a homilia de início do Pontificado do Papa que a deixou completamente esmagada

Estas foram as palavras de Bento que lhe tocaram o mais profundo do seu ser: “Não tenhais medo de Cristo! Ele não tira nada, e dá tudo. Quem se dá a ele, recebe cem por um. Se, abrires, abri de par em par as portas a Cristo, e encontrareis a verdadeira vida”.

“Não posso explicar o que se passou comigo mas depois de escutar essas palavras comecei a chorar e desde esse momento comecei a ressoar na minha cabeça a ideia de entregar-me totalmente a Deus na vida consagrada”, conta Ilaria.

Uma procura de respostas

A partir desse momento começou a fazer-se perguntas às quais não encontrava resposta. Provinha de uma família de tradição católica mas a educação recebida não era suficiente. Queria mais, necessitava de mais.

Então, um amigo convidou-a para uma curiosa jornada. “Vem comigo à peregrinação de Macerata a Loreto”. Ainda que não estivesse recuperada do acidente e o médico proibiu-a de percorrer os 28 quilómetros andando pela noite dentro, ela não o duvidou. Queria procurar respostas a qualquer preço. Ainda que tivesse medo.

“Tira-me esta ideia da cabeça”
“Na verdade eu estava convencida de que não era “do tipo de convento” assim decidi participar na peregrinação para dizer a Nossa Senhora: ‘olha, eu não estou feita para isto, tira-me esta ideia da cabeça e que me deixe em paz”.

Sem dúvida, durante essa noite ela viveu a sua própria noite escura. Uma noite de uma grande luta silenciosa na qual Virgem respondia aos seus chamamentos para saber que direcção devia dar à sua vida.

Durante o caminho, o rezar do Rosário esteve marcado por algumas meditações curtas que se escutavam através dos altifalantes. As palavras das que se falava quando estava Jesus no Getsemaní pareciam estar feitas para ela: “esta é a hora da decisão, Jesus disse sim sabendo que vai sofrer, e adere ao Pai com todo o amor do Filho e com todo o temor do homem.

Dá-me a força para pronunciar o meu sim”
Ao chegar aos pés da Virgem, a sua luta interior está no ponto mais alto e desde o mais profundo do seu coração pediu à Virgem que lhe ajudasse a entender e lhe desse luz naquela obscuridade. E chegou o momento no qual esta jovem disse à Virgem: “Se realmente me queres, dá-me a força para pronunciar o meu sim, como o fizeste quando eras jovem como eu”. Depois desse momento chegou a paz ao seu coração.

A partir desse momento começa uma viagem, ajudado por um grupo de Comunhão e Libertação e uma comunidade de monjas de clausura nas quais faz uma experiência. Um ano depois daquela noite entrou no convento. E em 3 de Outubro de 2012 fez a sua profissão solene. Curiosamente no dia seguinte de que Bento XVI fora a Loreto pedir protecção à Virgem para o Ano da Fé.

“Todavia um sinal: a Virgem Maria e o Papa continuavam acompanhando a minha vocação. Tal como aquela que há oito anos quando o meu tormento interior terminou com um sim”.


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