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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Putin reúne os líderes de 15 igrejas ortodoxas e pede ao mundo que proteja os cristãos

Actualizado 26 de Julho de 2013

P. J. Ginés / ReL


Vladimir Putin, o Patriarca Kiril
e outros jerarcas ortodoxos
Vladimir Putin leva 13 anos dirigindo a Rússia. Sempre teve como modelo o Império czarista, alguns elementos ilustrados de Pedro o Grande e a iconografia de Moscovo como uma Terceira Roma, a que proteja aos cristãos ortodoxos do mundo inteiro.

Com motivo dos 1025 anos do "Baptismo da Rússia" (o rei São Vladimir, neto de Santa Olga, cristianizou toda a Rússia original - na Ucrânia - no ano 998), o novo Vladimir convocou os líderes das igrejas ortodoxas para reforçar o seu papel como protector dos cristãos, lamentando que Europa e América não façam apenas nada pelos cristãos perseguidos em terras do Islão.

Se Constantino convocava concílios...
Se o imperador Constantino e os seus herdeiros convocavam concílios na Segunda Roma (Constantinopla), Putin encenou a sua liderança protectora desde a Terceira Roma, e foram delegações de 15 igrejas ortodoxas autocéfalas que somam uns 225 milhões de cristãos (a imensa maioria na Rússia, onde os praticantes são escassos: entre 2 e 5% dos ortodoxos vão à Igreja, inclusive na Páscoa).

As 15 igrejas assistentes:
  • Constantinopla
  • Alexandria (ortodoxos do Egipto e África, não são coptos)
  • Antioquia (ortodoxos sírios)
  • Jerusalém
  • Geórgia
  • Sérvia
  • Albânia
  • Roménia
  • Bulgária
  • Chipre
  • Polónia
  • Checa
  • Eslováquia
  • Grécia
  • Rússia
  • Igreja Ortodoxa Russa na América
Ainda que assistissem os Patriarcas da Rússia, Geórgia, Roménia e outros países, o Patriarca ecuménico Bartolomeu I de Constantinopla enviou só um delegado de classificação menor.

As Igrejas ortodoxas ali reunidas decidiram emitir uma declaração alertando sobre a ameaça de desaparição dos cristãos na Síria por causa da guerra civil, debaixo da qual se agita uma perseguição directa e violenta contra a minoria cristã.


O da Síria afecta todo Oriente
"Não devemos permitir a desolação do Médio Oriente desde o ponto de vista da presença da cristandade. Isso seria uma catástrofe da civilização. As nossas origens estão ali, dali provém a nossa fé", avisou o Patriarca Kiril de Moscovo.

O patriarca russo recordou que no passado já houve outros casos nos quais os cristianos ortodoxos foram expulsos dessa região de maioria muçulmana. E advertiu que o que ocorra com a comunidade cristã na Síria influirá na sorte dos cristãos em todo o Médio Oriente.

Rússia, exemplo de paz inter-religiosa
Putin falou como um estadista com visão global tentando despertar a comunidade internacional. Recordou que se violam os direitos das minorias religiosas em todo o mundo, especialmente os dos cristãos, e que a humanidade "deve tomar medidas para freá-lo". Mencionou "especialmente o Médio Oriente e a África do Norte".

E postulou o exemplo de Rússia como país de grande tamanho, com grande diversidade religiosa, abundância de população muçulmana e "enorme experiência em chegar a um acordo e uma paz interconfessional", experiência que a Rússia está disposta a partilhar.


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