Comunicado do Observatório Internacional Cardeal Van Thuan
Roma, 18 de Julho de 2013
Aproxima-se do fim o processo parlamentar relativo à chamada
"lei da homofobia" na Itália. Em meio às emergências económicas e às polémicas políticas no país, corre-se o risco de que a lei seja aprovada
em meio ao silêncio geral. Silêncio, infelizmente, também do mundo
católico. Por outro lado, tem havido um despertar em alguns grupos e
órgãos de imprensa, que começaram a colectar assinaturas contra a lei. O
nosso Observatório adere a essas iniciativas.
As notícias que procedem do restante da Europa, onde leis
semelhantes já estão em vigor, são alarmantes. Dizer que família é
somente aquela que é constituída por um homem e por uma mulher pode ser
classificado como homofobia e perseguição. A leitura pública do livro do Génesis, sobre a criação do homem e da mulher, ou das passagens de São
Paulo sobre a imoralidade do ato homossexual, pode ser considerada
crime. Ensinar na escola que a família é apenas uma pode ser considerado
ato de discriminação por ódio homofóbico. A lei, interpretando
ideologicamente os direitos, obriga ao reconhecimento público daquilo
que não merece reconhecimento público e, com isso, limita a liberdade, a
mesma liberdade de opinião e de religião que também faz parte dos
direitos aos quais a própria lei apela.
Estamos diante de uma perspectiva de pressão, quando não de
perseguição. Somos forçados a negar as evidências e as diferenças. As
consciências são chamadas a fazer uma escolha, provavelmente pagando um
custo cada vez mais alto, entre a verdade e a lei do Estado. Nunca antes
aconteceu que regimes democráticos expressassem uma ideologia tão
opressiva e violenta como neste caso.
O problema atinge todos, porque é um fato da liberdade, da
consciência e da razão. É chamativa a instrumentalidade de se basear a
luta contra a discriminação na implementação de uma discriminação maior.
São óbvios os enormes recursos aplicados, a convergência dos poderes
nesta política de negação da liberdade, a convergência sinérgica e
programada de grandes meios de comunicação e lobbies políticos, sociais e
culturais.
O cenário, com todos os seus perigos, é visível para todos. Os
católicos, no entanto, o levam em consideração de forma particular,
porque são apoiados e orientados não apenas pela sua razão, mas pela
Palavra de Deus, por reiterados ensinamentos da Igreja e pelas
afirmações do catecismo. Nada disso mudou desde que, em 2007, os bispos
italianos, e, antes deles, os dicastérios pontifícios, esclareceram
doutrinal e eticamente o assunto.
in
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