Joshua Horn |
Ateu militante e presidente de uma sociedade anticlerical converte-se depois de uma experiência mística.
Actualizado 14 de Novembro de 2012
Sara Martín / ReL
Imagina Joaquín Sabina falando da Virgem com verdadeira devoção ou a José Saramago indo a encontros de leitura da Bíblia? Pois exactamente assim de repente foi a conversão radical de Joshua Horn, ateu militante e presidente da Secular Free Thought Society (Sociedade Secular de Livre Pensamento), associação de estudantes da Universidade do Arizona conhecida pela suas abertas posições ateias e anticlericais.
Hostil à religião
Crescido numa família de rito baptista muito rigorosa, Horn afastou-se da fé no final da sua adolescência, quando travou contacto com estudantes que não partilhavam a sua religião. Começou a estudar textos científicos aos quais anteriormente não tinha tido acesso.
Pouco depois de um mês tinha-se convertido ao deísmo, e em seguida chegou a sua transição ao ateísmo: «Estava zangado e tinha assumido uma espécie de mentalidade de vítima», explica Horn.
Demonstrar que a religião era algo falso
«Era bastante hostil à religião em geral, e tinha prometido a mim mesmo como missão pessoal demonstrar que todas as religiões eram falsas», reconhece numa entrevista concedida ao diário State Press.
A história de Joshua
Se queria ver Pokemon, em troca tinha que ter uma hora de conversa com os seus pais. A sua infância viveu-a numa escola cristã privada que negava a evolução, e tinha que ir à igreja pelo menos três vezes por semana. Era um menino modelo que impressionou os professores e o clero com a sua inteligência natural, o seu esmagador domínio da lógica e a sua fervente devoção religiosa.
Investigar tudo o proibido
Mas tudo mudou ao chegar ao instituto, onde a realidade era muito mais diferente que o ambiente fechado das famílias baptistas no qual se tinha movido até então. A sua curiosidade inata e o seu afã por aprender despertaram-se e começou a devorar textos académicos: religiosos, filosóficos, matemáticos, científicos... «Os meus pais pensaram que me tinham lavado o cérebro no instituto», conta Horn.
«Decidi investigar por minha conta tudo o que me tinham proibido».
Os anos da Universidade
O Joshua ateu militante chegou à Universidade de Arizona sedento de novos conhecimentos e com vontade de continuar demonstrando «que todas as religiões eram falsas».
Entrou na Secular Free Thought Society (Sociedade Secular de Livre Pensamento) e a sua paixão e fervor pela causa da razão contra o dogma manipulado levaram-no a seu novo presidente em questão de pouco tempo.
Costumava ir aos debates universitários com um arsenal de argumentos e contra-argumentos baseados nas suas extensas leituras, pronto para destruir verbalmente quem quer que se pusesse diante dele.
«Costumava viver realmente para o debate e para mudar a mentalidade das pessoas», explica Ryan Jungbluth, um amigo próximo de Horn e também católico convertido.
Do islão ao catolicismo
Com efeito, a inteligência de Horn «pode ser quase mortal», afirma Alam Fahad, amigo de Horn desde a secundária e testemunha durante os anos das suas transformações ideológicas. Alam foi criado como muçulmano, mas também se converteu ao catolicismo. Tanto Ryan como Alam devem parte da sua conversão à influência de Joshua.
No dia em que tudo mudou
Três meses depois de chegar à presidência a vida de Joshua mudou totalmente enquanto lia a Ladainha do Sagrado Coração. «A melhor maneira de explica-lo» começa, «é que não só sentia e experimentava algo, mas sim que sentia e experimentava algo concreto e uma maneira completamente nova de viver. A única palavra que posso usar é um sentido místico, não me havia sucedido nunca. Nunca tinha experimentado algo assim antes, e eu diria que o que sentia era misticamente Jesus Cristo», assegura.
«Foi uma nova forma de experimentar a realidade, pelo que não existe nenhuma analogia com qualquer outra coisa que tenha vivido, o que o converte em algo muito difícil de explicar», lamenta.
Zangado com essa experiência mística
Num primeiro momento não gostou da mudança: «Estava zangado pelo que me havia sucedido. Assustado e sem consolo algum. Não podia crer que fosse possível...», reconhece.
«Sucede e dás-te conta de que é algo que te obriga a mudar de imediato a vida, e todos os caminhos que tinhas empreendido». E o primeiro passo foi deixar a Free Thought Society no dia seguinte.
A partir desse momento... desprezado
Como sucedera a Antony Flew quando anunciou a sua conversão (chamaram-lhe louco e vítima do Alzheimer), a mesma sorte teve Joshua Horn.
«Inclusive houve sugestões de que estava mal da cabeça», assegura. «Esperava-o, vivi uma intensa experiência interior e este grupo se baseia totalmente na negação disso. Decidi seguir em frente com a minha vida», conclui.
Catalisador de novos convertidos
Hoje, dois anos mais tarde, Horn seguiu em frente com a sua vida e em consequência com a sua conversão ao catolicismo decidiu ser voluntário no All Saints Newman Center (http://www.asucatholic.org/), também leu os Pais da Igreja e são Tomás de Aquino, e converteu-se em catalisador de novos convertidos.
«Aristóteles disse que o propósito de uma flauta é ser bem tocada. Eu creio que o propósito de uma boa história é ser contada», assegura.
Actualizado 14 de Novembro de 2012
Sara Martín / ReL
Imagina Joaquín Sabina falando da Virgem com verdadeira devoção ou a José Saramago indo a encontros de leitura da Bíblia? Pois exactamente assim de repente foi a conversão radical de Joshua Horn, ateu militante e presidente da Secular Free Thought Society (Sociedade Secular de Livre Pensamento), associação de estudantes da Universidade do Arizona conhecida pela suas abertas posições ateias e anticlericais.
Hostil à religião
Crescido numa família de rito baptista muito rigorosa, Horn afastou-se da fé no final da sua adolescência, quando travou contacto com estudantes que não partilhavam a sua religião. Começou a estudar textos científicos aos quais anteriormente não tinha tido acesso.
Pouco depois de um mês tinha-se convertido ao deísmo, e em seguida chegou a sua transição ao ateísmo: «Estava zangado e tinha assumido uma espécie de mentalidade de vítima», explica Horn.
Demonstrar que a religião era algo falso
«Era bastante hostil à religião em geral, e tinha prometido a mim mesmo como missão pessoal demonstrar que todas as religiões eram falsas», reconhece numa entrevista concedida ao diário State Press.
A história de Joshua
Se queria ver Pokemon, em troca tinha que ter uma hora de conversa com os seus pais. A sua infância viveu-a numa escola cristã privada que negava a evolução, e tinha que ir à igreja pelo menos três vezes por semana. Era um menino modelo que impressionou os professores e o clero com a sua inteligência natural, o seu esmagador domínio da lógica e a sua fervente devoção religiosa.
Investigar tudo o proibido
Mas tudo mudou ao chegar ao instituto, onde a realidade era muito mais diferente que o ambiente fechado das famílias baptistas no qual se tinha movido até então. A sua curiosidade inata e o seu afã por aprender despertaram-se e começou a devorar textos académicos: religiosos, filosóficos, matemáticos, científicos... «Os meus pais pensaram que me tinham lavado o cérebro no instituto», conta Horn.
«Decidi investigar por minha conta tudo o que me tinham proibido».
Os anos da Universidade
O Joshua ateu militante chegou à Universidade de Arizona sedento de novos conhecimentos e com vontade de continuar demonstrando «que todas as religiões eram falsas».
Entrou na Secular Free Thought Society (Sociedade Secular de Livre Pensamento) e a sua paixão e fervor pela causa da razão contra o dogma manipulado levaram-no a seu novo presidente em questão de pouco tempo.
Costumava ir aos debates universitários com um arsenal de argumentos e contra-argumentos baseados nas suas extensas leituras, pronto para destruir verbalmente quem quer que se pusesse diante dele.
«Costumava viver realmente para o debate e para mudar a mentalidade das pessoas», explica Ryan Jungbluth, um amigo próximo de Horn e também católico convertido.
Do islão ao catolicismo
Com efeito, a inteligência de Horn «pode ser quase mortal», afirma Alam Fahad, amigo de Horn desde a secundária e testemunha durante os anos das suas transformações ideológicas. Alam foi criado como muçulmano, mas também se converteu ao catolicismo. Tanto Ryan como Alam devem parte da sua conversão à influência de Joshua.
No dia em que tudo mudou
Três meses depois de chegar à presidência a vida de Joshua mudou totalmente enquanto lia a Ladainha do Sagrado Coração. «A melhor maneira de explica-lo» começa, «é que não só sentia e experimentava algo, mas sim que sentia e experimentava algo concreto e uma maneira completamente nova de viver. A única palavra que posso usar é um sentido místico, não me havia sucedido nunca. Nunca tinha experimentado algo assim antes, e eu diria que o que sentia era misticamente Jesus Cristo», assegura.
«Foi uma nova forma de experimentar a realidade, pelo que não existe nenhuma analogia com qualquer outra coisa que tenha vivido, o que o converte em algo muito difícil de explicar», lamenta.
Zangado com essa experiência mística
Num primeiro momento não gostou da mudança: «Estava zangado pelo que me havia sucedido. Assustado e sem consolo algum. Não podia crer que fosse possível...», reconhece.
«Sucede e dás-te conta de que é algo que te obriga a mudar de imediato a vida, e todos os caminhos que tinhas empreendido». E o primeiro passo foi deixar a Free Thought Society no dia seguinte.
A partir desse momento... desprezado
Como sucedera a Antony Flew quando anunciou a sua conversão (chamaram-lhe louco e vítima do Alzheimer), a mesma sorte teve Joshua Horn.
«Inclusive houve sugestões de que estava mal da cabeça», assegura. «Esperava-o, vivi uma intensa experiência interior e este grupo se baseia totalmente na negação disso. Decidi seguir em frente com a minha vida», conclui.
Catalisador de novos convertidos
Hoje, dois anos mais tarde, Horn seguiu em frente com a sua vida e em consequência com a sua conversão ao catolicismo decidiu ser voluntário no All Saints Newman Center (http://www.asucatholic.org/), também leu os Pais da Igreja e são Tomás de Aquino, e converteu-se em catalisador de novos convertidos.
«Aristóteles disse que o propósito de uma flauta é ser bem tocada. Eu creio que o propósito de uma boa história é ser contada», assegura.
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