Cidadãos devem se comprometer com a luta pela justiça social
Roma, 17 de Julho de 2013
Os bispos do Congo lançaram um apelo enfático aos líderes
africanos pelo fim da guerra que arrasa a República Democrática do Congo
e para que os políticos trabalhem não pelos próprios interesses, e sim
pelo bem de toda a população do continente. A mensagem foi publicada no
encerramento da assembleia geral do simpósio das Conferências Episcopais
da África e de Madagáscar (Secam), que aconteceu em Kinshasa, no Quénia.
Na mensagem final, reproduzida pela agência Fides, os bispos também
convidam os cidadãos africanos "a se comprometer urgentemente na luta
por uma ordem social justa, em que todos usufruam de direitos somados à
sua dignidade humana".
O encontro terminou ontem, 16 de Julho, e reuniu uma centena de
bispos de todo o continente. O tema foi "a Igreja, família de Deus na
África a serviço da reconciliação, da justiça e da paz".
A denúncia contundente dos bispos africanos se refere aos conflitos
que atingem a parte oriental da República Democrática do Congo (RDC),
gerando atrocidades, actos de violência, estupros e o saldo espantoso de
seis milhões de mortes em vinte anos. Os bispos "convidam todas as
partes envolvidas a buscar a solução para esta guerra e a trabalhar activamente pela paz", estendendo o apelo às Nações Unidas, à União
Europeia e à União Africana. O convite é feito também aos líderes
políticos: os prelados consideram que é preciso "sensibilizar e educar
os líderes políticos, nos respectivos países, para que eles se
comprometam com a volta de uma paz duradoura na RDC".
Para cumprir o seu compromisso com a justiça e com a reconciliação,
os bispos do SECAM adoptaram um "plano estratégico de cinco anos"
(2013-2018) que prevê projectos em matéria de governança e de formação
para as práticas democráticas e para o bem comum.
"Estamos decididos a enviar sinais firmes: agora cabe a cada
conferência episcopal definir gestos específicos, responsabilizando
todos os sujeitos envolvidos", disse o vice-presidente do SECAM, dom
Gabriele Mbilingi, arcebispo de Lubango, em Angola. "A África precisa
hoje de um Bom Samaritano em política, capaz de pensar a organização da
sociedade de forma que o bem comum seja a prioridade", disse o bispo de
Kinkala, Congo, dom Louis Portella Mbuyu, em sua homilia na missa de
encerramento da assembleia. A atenção ao bem comum, enfatizou ele,
significa que os líderes da política e da economia "devem saber gerir a
riqueza e o poder não para si mesmos, mas para os seus irmãos e irmãs,
com o orgulho de proporcionar o bem-estar para todos".
in
Sem comentários:
Enviar um comentário