Hoje acordei sem inspiração para
a narrativa, logo, coloquei de parte o computador, já que me sentia esvaziada.
Ainda assim, antes de sair de casa para tomar café, abri o computador no
sentido de ver as mensagens recebidas. Na verdade, parece que os nossos amigos,
de algum modo, apercebem-se do nosso estado de espírito momentâneo. Dominus meus, Deus meus! Uma amiga
tinha-me enviado as efemérides do mês de março. Escolhi de imediato, a
Quarta-feira de Cinzas, o início da Quaresma. Que bom, já tinha o mote para um
novo artigo. Mas não só. Da cidade de Roma, mais precisamente do Vaticano,
recebo uma homília do Cardeal Raymond
Burke, que referia que se aproximava a Quaresma, altura propícia para
renovarmos a nossa vida em Jesus. Incentivava ainda que, para glória de Deus,
ajudássemos os nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais necessitados. Para
sermos mais caridosos para com os nossos irmãos, deixando ver assim, através de
nós, o amor de Jesus para com a comunidade bem como a Sua fraternidade. Gosto
particularmente desta época do ano em que nos sentimos a presença de Jesus mais
próxima de nós. Recordo a sua frase: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” e
acrescentou: “ninguém vai ao Pai senão por mim”. Logo, Jesus é o caminho para
Deus, para a vida eterna. Todos os dias de algum modo Jesus passa por nós. Tal
como os discípulos a caminho de Emaús. Também nos apetece dizer como eles:
“Fica connosco, está a entardecer e o dia já declinou”. A este propósito, S. Josemaria escreveu in Sulco: Que pena se tu e eu não soubéssemos ´parar´ Jesus que
passa! Porque Ele está disposto a ficar.
“Como Moisés levantou a serpente
no deserto, assim é preciso que seja levantado o Filho do Homem”. Jesus anuncia
assim a sua morte na cruz, onde alcançaria a vida eterna para os homens.
Recordo agora as palavras de S. Tomé que referiu: “Se não lhe vir nas mãos a
marca dos cravos, se não chegar com o dedo ao sítio dos cravos e levar a mão ao
seu lado, não acreditarei”. E as
palavras de Jesus a S. Tomé: “Chega aqui o teu dedo e vê as minhas mãos,
aproxima a tua mão e chega com ela ao meu lado, e não sejas incrédulo, mas
crente. Com alguma frequência nos revemos em S. Tomé. Surgem as dúvidas, a
dificuldade em acreditar. Mas depois, tal como este santo referimos interiormente
num ato de fé, de entrega e de amor, o que nos vai no coração: “Meu Senhor e
meu Deus! E recordamos as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que sem ver
acreditaram”. E ainda: “Eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo”.
Na verdade é uma época maravilhosa, como é bom revivermos a vida de Alguém que
muito amamos, apesar da nossa pequenez, dos nossos erros, das nossas dúvidas…mas
com muita fé, amor e adoração.
A mensagem do Papa Francisco para
a Quaresma tem o lema: “A criação encontra-se em expetativa, ansiosa,
aguardando a revelação dos filhos de Deus” (Rom. 8,19). Converter-nos para
fazer a criação de um jardim, não um deserto. Incentivando-nos a abandonar o
egoísmo, o olhar centrado em nós, partilhando com os nossos irmãos em dificuldade
os nossos bens materiais e espirituais. A celebração do Tríodo Pascal da
paixão, morte e ressurreição de Jesus, impele-nos a viver um itinerário de
preparação, cientes de que tornarmo-nos semelhantes a Jesus constitui um dom
inestimável da Sai misericórdia. A Quaresma chama os cristãos a encarnarem, de
forma mais intensa e concreta, o mistério pascal na sua vida pessoal, familiar
e social.
É na realidade uma época muito
bonita, com inúmeras manifestações de Amor. Recordo as inúmeras procissões que
têm lugar a nível mundial. Também é uma época de alegria em que as famílias se
juntam. No olhar de Jesus, compassivo, amável, cheio de ternura, de docilidade,
acolhedor, num abraço infinito, que contemplamos uma e outra vez, e que encontramos
misericórdia, amor incondicional, tristeza perante o nosso sofrimento, um
convite a segui-lo, renovando a nossa vida. Vem Espírito Santo e envia desde o
céu um raio da Tua luz. Santa Maria, Mãe da Igreja, Rainha da Família, que
acompanhaste Jesus até ao Calvário, sede a nossa esperança, intercedei por
todos nós, para que sejamos dignos de alcançar as promessas de Cristo.
Maria Helena Paes |
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