“Queres deveras ser santo? Cumpre o pequeno dever de cada momento faz o que deves e está no que fazes.” (Caminho, 815)
São Josemaria Escrivá
Esta é uma das frases de S. Josemaria Escrivá que mais me encorajam a seguir em frente e a colocar as últimas pedras. Desde nova aprendi que devo “começar e recomeçar”, bem como “colocar a última pedra”, mas o sentido destas frases só adquire o seu verdadeiro peso e valor nas nossas vidas, quando passamos por certos desafios e aprendizagens.
Há dois anos decidi que iria fazer um mestrado quando terminasse a licenciatura, ao mesmo tempo que trabalhava, e quem passa pela experiência de conjugar os estudos com o trabalho apercebe-se da verdadeira essência da palavra ORDEM. Com alguns ajustes, lá se passou o ano de aulas de mestrado, e foi no segundo ano que a frase “faz o que deves e está no que fazes” tomou a verdadeira proporção e o verdadeiro significado na minha vida.
Numa sociedade tão agitada e cheia de vida, cheia de estímulos e aprendizagens, numa era em que passar para o próximo desafio é uma constante, estar sempre a pensar no próximo passo já se tornou um hábito na vida de muitas pessoas.
Na minha opinião, o grande desafio é não pensar sempre no passo que iremos dar a seguir, e estar mais concentrados no presente, nos desafios que temos hoje em mãos, no desafio de cada dia, de cada momento.
E assim aconteceu comigo. Uma tese implica autodisciplina e ordem e o grande desafio, para mim, foi não pensar no todo e no que ainda faltava fazer, mas sim nas pequenas partes, que se foram realizando todos os dias.
Esta frase de São Josemaria acompanhou-me sempre, neste caminho da dissertação, procurando conjugar as prioridades do trabalho com a vida pessoal e familiar. De modo a conseguir equilibrar tudo, tinha que estar no que fazia, em cada hora do meu dia. Quando chegavam as alturas de cansaço, e nos momentos em que a esperança parecia querer escapar, olhava para o papelito com a frase “faz o que deves e está no que fazes” e para o pequeno crucifixo que sempre me acompanha, e lá orientava de novo a minha concentração e pensava no que me competia fazer naquele dia e naquele momento: “Terminar esta parte da dissertação!” E assim sucedeu ao longo da jornada, até por fim chegar a data final de entrega. Esta frase não só me influenciou e encorajou neste passo da minha vida, como também me influencia todos os dias.
Nas ocasiões em que me perguntam qual o passo que vou tomar a seguir, eu sempre respondo que estou focada no passo que estou a tomar hoje, e deixo o amanhã para Ele.
Deste modo, luto para olhar para a vida pensando em cumprir aquilo que devo fazer no HOJE, em cada momento, e para além de fazer o que devo, ESTAR no que faço é a essência… lutando por fazer o melhor que consigo, e quando me distraio do Hoje… volto a reorientar a rota.
Beatriz Raposo Estudante de mestrado e bolseira de investigação |
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