Depois de uma semana algo atribulada, acordei feliz ao pensar que o fim-de-semana iria proporcionar uns momentos relaxantes tão necessários para contrabalançar. Finalmente, iria ter lugar o VII Encontro de Poetas da Língua Portuguesa, em que seria lançada em Portugal uma Antologia Comemorativa denominada: “Os Poetas, a Poesia e os Continentes”, adiado devido à Pandemia SARS-COV-2. Devido à partida precoce do poeta, José Manuel Martins Pedro, vítima desta doença, sendo igualmente um dos fundadores destes encontros de poetas, ser-lhe-ia prestado um tributo. Muito querido por todos, a homenagem foi deveras sentida na certeza de que permanecerá para sempre nos nossos corações e na nossa memória, também através do seu legado literário. Face a este contexto, foi um encontro emotivo com um enorme sabor a saudade, ainda que com algumas ausências devido às restrições em vigor nos diferentes países. Mas foi muito bom o reencontro possível. Expresso um agradecimento especial à poeta Mariza Sorriso que conseguiu organizar o encontro e aglutinar todos os poetas com muito esforço, empenho, dedicação e mesmo sacrifício pessoal dadas as circunstâncias presentes. Como ela refere na apresentação da Antologia: ”Nossa Pátria é a Língua Portuguesa”. Somos cidadãos do mundo. Procuramos congregar as raízes, a família, as rimas perdidas das tribos poéticas espalhadas por todo o planeta, fragmentadas pelos aspetos geográficos, sociais e cronológicos. O nosso objetivo desde 2013 é dar a conhecer o que vai no coração de cada um, dar voz e integrar o maior número de poetas, incluindo os que, por razões socioeconómicas, não teriam oportunidade de serem ouvidos…Que o poeta falecido nos continue a enviar novos poetas…a fim de unir e compartilhar a poesia da língua portuguesa. Somos um só verso!” Suspirei de alívio na expetativa que os encontros continuem a realizar-se com o apoio da CPLP.
Escrevo estas notas no dia em que
se celebra a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo. Recordo as palavras de
Pilatos que disse a Jesus: “Tu és rei’” tendo Jesus respondido: “Tu o dizes: eu
sou rei. Nasci e vim ao mundo para isso: para dar testemunho da verdade. Todo
aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Jesus também referiu: “O meu reino
não é deste mundo”. E ainda: ”Eu sou o Alfa e o Ómega: “aquele que é, que irá e
que vem, o Todo-Poderoso”. O seu poder é eterno e o seu reino jamais será
extinto. Somos cidadãos desse Reino. Enquanto súbditos do Reino da Paz, tendo
como meta a nossa peregrinação terrena, procuremos todos envidar esforços,
dentro das nossas condições particulares, para que sejamos cidadãos que lutam
pela justiça, pela paz e pela promoção do bem-estar dos que mais necessitam a
diferentes níveis.
Na verdade, outro momento
gratificante foi a oportunidade de, num dia repleto de sol, fazer um novo passeio histórico-cultural pela
cidade de Lisboa sob a orientação de Maria José Rebelo, promovido pelo Centro
Cultural da Ponte. Festejavam-se os 10 anos em que se iniciou, em boa hora,
esta nobre e tão útil atividade. Muitos parabéns! É tão bom juntar o
conhecimento ao lazer e à boa companhia! Este passeio teve início no Largo do
Rato atá ao Príncipe Real incluindo uma visita ao Museu de História Natural e
da Ciência. Na impossibilidade de referir todo o passeio, vou mencionar um pouco
do que me foi dado a observar neste Museu aconselhando igualmente uma visita complementar
ao Jardim Botânico de Lisboa um jardim científico que foi projetado em meados
do séc. XIX para complemento moderno e útil do ensino e investigação da Botânica.
Fiquei admirada com as duas enormes colunas barrocas existentes à entrada deste
Museu de História Natural Ciência, oriundas do Convento de S. Francisco
destruído pelo terramoto em 1755. No átrio do edifício admirámos o grandioso
túmulo setecentista, de Fernão Telles de Menezes, que tinha doado os terrenos
aos jesuítas, e que de 1619 a 1759 albergou o chamado “Noviciado da Cotovia” e
sede de estudos científicos. Após a expulsão dos jesuítas, é erigido o Colégio
dos Nobres que funcionou até 1837, altura em que é criada a Escola Politécnica.
Esta sofre um incêndio em 1843, tendo sido reconstruída em estilo neoclássico
que se mantém hoje em dia Entrámos no Museu observando as rochas e minerais, os
animais, o laboratório e o anfiteatro para as aulas de Químico, magníficos espaços
do séc. XIX.
Regressando ao átrio do edifício,
e de acordo com o historiador João Batista Pereira, o túmulo de Francisco
Telles de Menezes, é um túmulo maneirista, semelhante aos que se encontram no
Mosteiro dos Jerónimos de D. Manuel I e de D. João III e que só no ano 2012
seria recolocado no local que se pensa ser o original. Fiquei deveras
impressionada com a visita a este riquíssimo Museu com vontade de regressar
outro dia com uma maior disponibilidade. O passeio foi, mais uma vez, excelente.
Agradeço reconhecidamente à orientadora os conhecimentos que nos transmitiu e
que não revelo na íntegra por razões de espaço. Contudo o relatório já se
encontra online em centroculturaldaponte.com.
Termino este artigo denominado
“Acordei Feliz”, agradecendo a Deus os bons momentos vivenciados que nos ajudam
a levar a vida em frente. Santa Maria, Rainha da Esperança intercedei por todos
nós.
Maria Helena Paes |
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