A história de três gerações que se entrelaça na história da China.
Começando por narrar a vida da avó nos tempos feudais, a autora, Jung Chang percorre a epopeia da mãe, activista na guerrilha do Partido Comunista, numa posição de destaque na organização e onde conheceu o homem que seria o pai de seus filhos. Embora devotos funcionários do partido, foram ambos denunciados, perseguidos e submetidos às famosas assembleias de denúncia durante a Revolução Cultural.
Jung Chang sofreu muito com a condenação dos pais, sabia que eles estavam inocentes, mas não o podia demonstrar, uma vez que tal atitude seria usada contra ela mais tarde.
A Revolução Cultural mergulhou a China num caos, propiciando que pessoas fossem denunciadas e condenadas com base em inimizades, ressentimentos e inveja, tudo envolto numa brutalidade sem precedentes.
A autora conheceu de perto o regime de Mao Tse-Tung, era uma adolescente quando a Revolução Cultural explodiu. Nascida em 1952, Jung Chang foi criada dentro da ideologia comunista. A adesão à Revolução de Mao pareceu-lhe lógica. A sua família tinha muitos privilégios graças às posições dos pais no partido, mas quando o pai caiu em desgraça percebeu e questionou certas incoerências do regime.
A sua desilusão com os líderes deu-lhe consciência do fanatismo e ignorância reinantes no país, num clima de paranoia crescente, pois bastava a acusação de um vizinho para que alguém se tornasse traidor da noite para o dia.
Quando foi possível Chang, inscreveu-se num programa de intercâmbio com a Inglaterra. Esta viagem permitiu-lhe perceber como era o seu país naquele momento, e como toda a política maoista não passava de mentiras.
Publicado originalmente em 1991, mais de dez anos após a autora se ter mudado para Inglaterra, mantém o vigor e a força subjacente aos extremismos, ainda hoje tão arreigados em alguns países.
Este livro baseado em factos verdadeiros é uma oportunidade para conhecer de perto a História da China.
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