São Odilo instituiu a comemoração dos Fieis Defuntos, um dia após a festa de Todos os Santos
Roma, 31 de Outubro de 2014 (Zenit.org) Ivan de Vargas
Halloween deriva da expressão "All hallow’s eve”, que em
Inglês antigo significa ‘véspera de Todos os Santos’, e refere-se a esta
noite, véspera da Festa de Todos os Santos. No entanto, o antigo
costume anglo-saxão perdeu seu sentido estritamente religioso para
manter no lugar a noite do terror, das bruxas e fantasmas. Halloween
marca um triste retorno ao paganismo antigo, tendência que nos últimos
anos também tem se espalhou entre os povos latino-americanos.
Hoje em dia o Dia das Bruxas é especialmente um grande negócio.
Máscaras, fantasias, doces, maquilhagem e outros itens são um motor mais
do que suficiente para que alguns empresários fomentem o consumo mórbido
do terror. Uma cultura consumista que propicia e aproveita as
oportunidades para fazer negócio, sem se importar como.
Hollywood tem contribuído para a propagação desta festa tornando-a
macabra com uma série de filmes nos quais a violência gráfica e os
assassinatos criam no espectador um estado de angústia e ansiedade.
Estes filmes são vistos por adultos e crianças, criando medo nos
pequenos e uma ideia errónea da realidade.
A actual celebração do Halloween se distancia dos valores da Igreja,
colocando-se longe da comemoração dos Fieis Defuntos, com conotações
nocivas e contrárias aos princípios elementares da nossa fé.
No entanto, muitos cristãos tentam converter esta festa com espírito
pagão, em uma ocasião propícia para recordar com a oração os seres
queridos e meditar sobre a realidade da morte, que a civilização actual
procura retirar com frequência da consciência das pessoas, imersas nas
preocupações da vida diária.
A prática de orar pelos mortos é extremamente antiga. Já no Antigo
Testamento, no segundo livro dos Macabeus, Judas envia uma colecta à
Jerusalém para oferecê-la como expiação pelos mortos em batalha. Pois,
diz o escritor sagrado, é um pensamento piedoso e santo rezar pelos
mortos para que sejam libertos do pecado pecado.
Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e
ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, e
recomenda as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em seu
favor.
No século VI os beneditinos tinham o hábito de rezar pelos mortos no
dia seguinte ao de Pentecostes. São Odilo, quinto abade do Mosteiro de
Cluny, no sul da França, foi o primeiro que instituiu nos mosteiros da
sua Ordem a comemoração dos Fieis Defuntos, no dia seguinte à festa de
Todos os Santos, cujo rito aprovou e abraçou depois a Igreja Universal.
O abade de Cluny instaurou em 998 a celebração do 2 de Novembro como
uma prática obrigatória em sua comunidade, que deveria oferecer esmolas,
orações e sacrifícios por todas as almas do purgatório. Da mesma forma
difundiu esta prática de caridade entre os fieis que o rodeavam. De lá
se espalhou para outras congregações beneditinas e entre os cartuxos; a
diocese de Liège adoptou-a pouco depois, e em Milão se aprovou no século
XII. Começando pela Abadia de Cluny, gradualmente o hábito de
intercessão solene pelos mortos, com uma celebração que São Odilon
chamou de a festa dos mortos, uma prática que hoje já está em vigor em
toda a Igreja.
A tradição de visitar o cemitério para rezar pelas almas dos que já
partiram deste mundo, é acompanhada por um profundo sentimento de
devoção, onde se tem a convicção de que a pessoa amada precisa de
sufrágio eucarístico e das orações. Ao orar pelos defuntos, a Igreja
contempla antes de tudo o mistério da ressurreição de Cristo que, com a
sua cruz, nos obtém a salvação e a vida eterna.
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(31 de Outubro de 2014) © Innovative Media Inc.
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