Mensagem do Santo Padre à sessão plenária da Conferência Episcopal Italiana, em Assis
Roma, 12 de Novembro de 2014 (Zenit.org)
O papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes na
67ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), que
acontece desde domingo e vai até amanhã em Assis. O tema é a formação
dos sacerdotes.
Na mensagem, lida pelo cardeal Angelo Bagnasco, presidente da CEI, o
papa fala de Assis recordando o grande amor e veneração de São
Francisco pela Santa Mãe Igreja hierárquica e, em particular, pelos seus
sacerdotes, “através dos quais a maternidade da Igreja chega a todo o
povo de Deus”.
O Santo Padre mencionou os sacerdotes que conheceu e “cuja vida viu
passar entre as pessoas das nossas paróquias, educando as crianças,
acompanhando as famílias, visitando os doentes em suas casas e no
hospital, cuidando dos pobres, sempre conscientes de que separar-se dos
outros ‘para não se sujar’ é a pior maneira de sujar-se".
“Os sacerdotes santos são pecadores perdoados e instrumentos de
perdão. A sua existência fala a linguagem da paciência e da
perseverança; não são turistas do espírito, eternamente indecisos e
insatisfeitos, porque sabem que estão nas mãos d’Aquele que cumpre as
suas promessas e cuja providência significa que nada pode separá-los
desse pertencimento. Sim, ainda é tempo de sacerdotes desta envergadura,
pontes para o encontro entre Deus e o mundo”.
“Sacerdotes como estes”, prosseguiu o papa, “não podem ser
improvisados: eles são bem formados no seminário e a ordenação os
consagra para sempre como homens de Deus e servidores do povo”. Mas “a
identidade do presbítero, precisamente porque vem do alto, exige dele um
caminho diário de readequação, partindo daquilo que fez dele um
ministro de Jesus Cristo”.
A formação dos sacerdotes não tem limite de tempo, “porque os
sacerdotes não deixam nunca de ser discípulos de Jesus, de segui-lo.
Portanto, a formação, como discípulo, acompanha toda a vida de um
ministro ordenado”.
O papa recorda também “que não se precisa de sacerdotes
clericalistas, cujo comportamento é provável que afaste as pessoas de
Deus, nem de sacerdotes funcionários, que, enquanto interpretam um
papel, procuram a sua consolação longe de nosso Senhor”.
“Só aquele que se torna como o Bom Pastor encontra unidade, paz e
força na obediência do serviço; só aquele que respira no horizonte da
fraternidade sacerdotal sai da falsidade de uma consciência que pretende
ser o epicentro de tudo e a única medida dos próprios sentimentos e
actos”.
O pontífice encerrou desejando que os participantes vivam “jornadas
de escuta e de confrontação, que os levem a traçar rotas de formação
permanente, conjugando a dimensão espiritual com a cultural, a
comunitária com a pastoral: estes são os pilares das vidas edificadas de
acordo com o Evangelho, consolidadas na disciplina diária, na oração,
na guarda dos sentidos, no sadio cuidado de si mesmos, no testemunho
humilde e profético; vidas que devolvem à Igreja a confiança que ela, em
primeiro lugar, depositou neles”.
(12 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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