Na audiência geral, o papa também fala da criminalidade que existe por trás do comércio e do tráfico de drogas
Cidade do Vaticano, 12 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
O papa Francisco expressou nesta quarta-feira, durante a
audiência na Praça de São Pedro, a sua solidariedade para com os
mexicanos neste momento doloroso para o país, marcado pelo
desaparecimento e possível assassinato de 43 estudantes por grupos
ligados ao narcotráfico. “É visível a realidade dramática de toda a
criminalidade que existe por trás do comércio e do tráfico de drogas”,
disse o papa. “Eu estou com vocês e com as suas famílias”.
Francisco recordou também o trigésimo aniversário do tratado de paz
entre Argentina e Chile. "As fronteiras já estão claras. Não vamos
continuar brigando pelas fronteiras; vamos brigar por outras coisas, mas
não por isso. E há algo que eu quero destacar: isto aconteceu graças à
vontade de diálogo. Somente quando há vontade de diálogo se solucionam
as coisas. Eu quero também elevar um pensamento de gratidão a São João
Paulo II e ao cardeal Samoré, que tanto fizeram para conseguir esta paz
entre nós. Deus permita que todos os povos que enfrentam conflitos, de
qualquer índole, sejam de fronteiras, sejam culturais, se decidam a
solucioná-los na mesa do diálogo e não na crueldade de uma guerra",
exortou.
Um coral feminino acompanhado por violões e pandeiros cantava
“Cielito lindo” enquanto o Santo Padre percorria a Praça de São Pedro
para saudar os fiéis de todas partes do mundo. Apesar do mau tempo e da
ameaça de chuva, os peregrinos receberam o papa com entusiasmo e
alegria. Como toda semana, o Santo Padre passou de papamóvel em meio à
multidão e recebeu no colo vários bebês e crianças pequenas para lhes
dar a sua bênção.
Nesta audiência, o papa prosseguiu a série de catequeses sobre a
Igreja, reflectindo hoje sobre o serviço dos bispos, presbíteros e
diáconos. No resumo final, Francisco disse: "Queridos irmãos e irmãs! Na
catequese de hoje, pudemos nos perguntar sobre o que se pede dos
bispos, presbíteros e diáconos para que o seu serviço seja autêntico e
fecundo. São Paulo, em suas cartas pastorais, além de uma fé firme e de
uma vida espiritual sincera, que são a base vital, enumera algumas
qualidades humanas essenciais para estes ministérios: o acolhimento, a
sobriedade, a paciência, a afabilidade, a bondade de coração… Qualidades
que tornam possível que o seu testemunho do Evangelho seja alegre e
credível".
"O Apóstolo recomenda reavivar continuamente o dom recebido pela
imposição das mãos. A consciência de que tudo é dom, tudo é graça, os
ajuda a não cair na tentação de se colocar no centro e de confiar só
neles mesmos. Não se é bispo, presbítero ou diácono porque se é mais
inteligente ou porque se tem mais talentos que os outros, mas sim em
virtude do poder do Espírito Santo e para o bem do santo povo de Deus. A
atitude de um ministro não pode ser nunca autoritária, mas
misericordiosa, humilde e compreensiva".
Em seguida, o papa saudou os peregrinos latino-americanos e os
convidou a "dar graças a Deus pelas pessoas que exercem um ministério de
guia na Igreja e a fazem crescer em santidade. Rezemos para que eles
sejam sempre imagem viva do amor de Deus".
Depois das saudações em diversas línguas, o pontífice afirmou que,
"com grande angústia, acompanho as dramáticas situações dos cristãos que
são perseguidos em várias partes do mundo e assassinados por causa do
seu credo religioso. Sinto a necessidade de expressar a minha profunda
proximidade espiritual das comunidades cristãs duramente atingidas pela
absurda violência que não para, enquanto animo os pastores e os fiéis a
serem fortes e firmes na esperança".
Por isso, o papa fez mais uma vez "um apelo a quem tem
responsabilidades políticas locais e internacionais e também a todas as
pessoas de boa vontade, para que se inicie uma forte mobilização de
consciências em favor dos cristãos perseguidos. Eles têm o direito de
encontrar de novo, em seus países, a segurança e a serenidade,
professando livremente a sua fé".
Ao finalizar, como é habitual, o Santo Padre saudou de forma especial
os jovens, os enfermos e os recém-casados. Deste modo, recordou que
celebramos ontem a memória de São Martinho, bispo de Tours. "Sua grande
caridade seja exemplo para vocês, queridos jovens, para viver a vida
como uma doação; seu abandono em Cristo Salvador os sustente, queridos
enfermos, nas horas escuras de sofrimento; e o seu vigor espiritual,
queridos recém-casados, testemunhe a centralidade da fé no caminho
conjugal", exortou o papa.
(12 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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