Assinala que a Igreja espanhola aposta pouco pela música
Nacho
Barriuso canta para Deus, para expressar-se e para evangelizar e crê que a Igreja em Espanha negligencia este recurso evangelizador |
Actualizado 6 de Fevereiro de 2014
Pablo J. Ginés/ReL
Nacho Barriuso, jovem asturiano de 20 anos, natural de Avilés e estudante de medicina na Universidade de Oviedo, encarna de alguma maneira uma nova geração de jovens católicos.
Querem cantar a Deus e sabem-se minoritários e algo incompreendidos... Mas não lhes importa demasiado: ao fim e ao cabo, todos os jovens enamorados sentiram-se assim na história, e um jovem cristão é um enamorado de Deus, um nostálgico da eternidade.
Canções com um ponto melancólico, a surpresa do encontro que dá sentido, tem toda a lógica para expressarem a fé desta geração. Cantar "A tua Graça alcançou-me", como faz Nacho Barriuso, não é tão diferente de cantar "assombrou-me que me quisesses" ou "enamorar-me surpreendeu-me e estou-te agradecido". Os acordes de um pop romântico não desentoam para falar de Deus.
Família praticante... Mas com um ponto de conversão
"Cresci numa família praticante e, ainda que fui sempre à missa aos domingos nem sempre assisti com o mesmo interesse. A igreja e toda a sua mensagem não eram importantes na minha vida até que, como disse a canção, ´a sua graça me encontrou´. Foi através da paróquia e de pessoas que viviam a sua fé de verdade", explica Nacho a ReL.
É uma pintura impressionista, pinceladas da mudança da vida cinzenta à vida com fé.
"Vivia sem dar-me conta ´escravo de tanta porcaria´, em comparação com agora, era uma vida em branco e negro, sem sabor e com pouco odor. Nessa conversão, que começou num dia concreto foi progredindo gradualmente, senti que o Senhor me abria os olhos, levantava-me, punha paz no meu coração e com o tempo foi afiançando o sentimento".
Para Nacho, as velhas palavras do Evangelho são plenamente poderosas e vivas e por isso as canta: "Levanta e anda, ao cego farás ver, a tua luz brilhará na obscuridade. O surdo escutará, e o mundo falará, uma só palavra bastará para curar", proclama.
Crê que Deus "nos pede a todos os baptizados" deixar que "através de nós brilhe a sua luz na obscuridade". No seu caso, o faz também com a música. "Oro muitas vezes com canções e componho e gravo por minha conta o que vou sentindo".
Pablo J. Ginés/ReL
Nacho Barriuso, jovem asturiano de 20 anos, natural de Avilés e estudante de medicina na Universidade de Oviedo, encarna de alguma maneira uma nova geração de jovens católicos.
Querem cantar a Deus e sabem-se minoritários e algo incompreendidos... Mas não lhes importa demasiado: ao fim e ao cabo, todos os jovens enamorados sentiram-se assim na história, e um jovem cristão é um enamorado de Deus, um nostálgico da eternidade.
Canções com um ponto melancólico, a surpresa do encontro que dá sentido, tem toda a lógica para expressarem a fé desta geração. Cantar "A tua Graça alcançou-me", como faz Nacho Barriuso, não é tão diferente de cantar "assombrou-me que me quisesses" ou "enamorar-me surpreendeu-me e estou-te agradecido". Os acordes de um pop romântico não desentoam para falar de Deus.
Família praticante... Mas com um ponto de conversão
"Cresci numa família praticante e, ainda que fui sempre à missa aos domingos nem sempre assisti com o mesmo interesse. A igreja e toda a sua mensagem não eram importantes na minha vida até que, como disse a canção, ´a sua graça me encontrou´. Foi através da paróquia e de pessoas que viviam a sua fé de verdade", explica Nacho a ReL.
É uma pintura impressionista, pinceladas da mudança da vida cinzenta à vida com fé.
"Vivia sem dar-me conta ´escravo de tanta porcaria´, em comparação com agora, era uma vida em branco e negro, sem sabor e com pouco odor. Nessa conversão, que começou num dia concreto foi progredindo gradualmente, senti que o Senhor me abria os olhos, levantava-me, punha paz no meu coração e com o tempo foi afiançando o sentimento".
Para Nacho, as velhas palavras do Evangelho são plenamente poderosas e vivas e por isso as canta: "Levanta e anda, ao cego farás ver, a tua luz brilhará na obscuridade. O surdo escutará, e o mundo falará, uma só palavra bastará para curar", proclama.
Crê que Deus "nos pede a todos os baptizados" deixar que "através de nós brilhe a sua luz na obscuridade". No seu caso, o faz também com a música. "Oro muitas vezes com canções e componho e gravo por minha conta o que vou sentindo".
Jovens longe da Igreja, porquê?
Numa Espanha onde muitos jovens dizem crer em Deus, mas só 10 ou 15% se mantém estáveis na Igreja e nos sacramentos, Nacho crê que a razão do afastamento dos jovens está sobretudo no desconhecimento e na falta de informação.
"No meio desta cultura da informação há uma tendência à desinformação em muitos temas relacionados com a Igreja. Muitos meios de comunicação e pessoas pouco entendidas dão muitas vezes informação incompleta ou errónea nos temas religiosos, o que faz que os jovens tenham ideias equivocadas. Também falta o testemunho: há muitos jovens que não conhecem pessoas que vivam a sua fé. E talvez os poucos cristãos que conhecem estão tão desinformados como eles. É importante que nos formemos! Um jovem necessita ver e conhecer pessoas (se são jovens também melhor) que vivam de verdade a fé que dizem ter. Eu lhes recomendaria que não se conformem com qualquer resposta às perguntas que possam ter (que é bom fazer-se perguntas) e que procurem pessoas que vivem a sua fé (sacerdotes ou laicos) e falem com eles".
A Igreja espanhola, frouxa em música
Nacho Barriuso, um nativo digital como toda a sua geração, reflectiu sobre o papel da música para evangelizar.
"A música é um meio muito poderoso para comunicar, muito eficaz para chegar aos que somos jovens. Penso que na Igreja em Espanha não está muito explorado o tema, em comparação com outras realidades que conheci noutros países. Creio que as dioceses deveriam promover mais os concertos de grupos católicos que há. Isso, além de evangelizar pode ajudar a animar outras pessoas a iniciar os seus próprios projectos".
De momento, ele tenta evangelizar com a música através do Ministério Nacional do Louvor da Renovação Carismática, que usa dança, mimo e canções, e produz um disco novo cada três ou quatro anos, renovando não só os cânticos carismáticos mas sim os de outros muitos ambientes católicos. Mas Nacho assinala que qualquer paróquia pode renovar muito a fé através de um simples coro paroquial.
Jovens com um deus "à medida"
Aos jovens afastados da fé, que fabricaram o seu próprio Deus pouco exigente, ele "convida-os a ser inconformistas e não conformar-se com um Deus adaptado às suas comodidades. Se cada um acreditasse em Deus à sua maneira, haveria tantos deuses como crentes... É coerente? Que procure pessoas que vivam a fé e fale com elas, que investigue que se mova... O que procura, encontra".
Às pessoas mais velhas que sofrem porque os seus filhos ou netos não vivem a fé, recomenda-lhes três coisas: "primeiro, tem que dar testemunho da sua fé com a sua forma de vida. O segundo rezar por eles. O terceiro... Convidá-los, apoiá-los e animá-los a qualquer coisa que os possa aproximar da fé. Também penso que é contraproducente ser exageradamente pensado e opressivo, cada pessoa tem um ritmo neste processo que tampouco se pode forçar muito. Para que quem necessite mais informação que procure sobre a vida de Santa Mónica".
Numa Espanha onde muitos jovens dizem crer em Deus, mas só 10 ou 15% se mantém estáveis na Igreja e nos sacramentos, Nacho crê que a razão do afastamento dos jovens está sobretudo no desconhecimento e na falta de informação.
"No meio desta cultura da informação há uma tendência à desinformação em muitos temas relacionados com a Igreja. Muitos meios de comunicação e pessoas pouco entendidas dão muitas vezes informação incompleta ou errónea nos temas religiosos, o que faz que os jovens tenham ideias equivocadas. Também falta o testemunho: há muitos jovens que não conhecem pessoas que vivam a sua fé. E talvez os poucos cristãos que conhecem estão tão desinformados como eles. É importante que nos formemos! Um jovem necessita ver e conhecer pessoas (se são jovens também melhor) que vivam de verdade a fé que dizem ter. Eu lhes recomendaria que não se conformem com qualquer resposta às perguntas que possam ter (que é bom fazer-se perguntas) e que procurem pessoas que vivem a sua fé (sacerdotes ou laicos) e falem com eles".
A Igreja espanhola, frouxa em música
Nacho Barriuso, um nativo digital como toda a sua geração, reflectiu sobre o papel da música para evangelizar.
"A música é um meio muito poderoso para comunicar, muito eficaz para chegar aos que somos jovens. Penso que na Igreja em Espanha não está muito explorado o tema, em comparação com outras realidades que conheci noutros países. Creio que as dioceses deveriam promover mais os concertos de grupos católicos que há. Isso, além de evangelizar pode ajudar a animar outras pessoas a iniciar os seus próprios projectos".
De momento, ele tenta evangelizar com a música através do Ministério Nacional do Louvor da Renovação Carismática, que usa dança, mimo e canções, e produz um disco novo cada três ou quatro anos, renovando não só os cânticos carismáticos mas sim os de outros muitos ambientes católicos. Mas Nacho assinala que qualquer paróquia pode renovar muito a fé através de um simples coro paroquial.
Jovens com um deus "à medida"
Aos jovens afastados da fé, que fabricaram o seu próprio Deus pouco exigente, ele "convida-os a ser inconformistas e não conformar-se com um Deus adaptado às suas comodidades. Se cada um acreditasse em Deus à sua maneira, haveria tantos deuses como crentes... É coerente? Que procure pessoas que vivam a fé e fale com elas, que investigue que se mova... O que procura, encontra".
Às pessoas mais velhas que sofrem porque os seus filhos ou netos não vivem a fé, recomenda-lhes três coisas: "primeiro, tem que dar testemunho da sua fé com a sua forma de vida. O segundo rezar por eles. O terceiro... Convidá-los, apoiá-los e animá-los a qualquer coisa que os possa aproximar da fé. Também penso que é contraproducente ser exageradamente pensado e opressivo, cada pessoa tem um ritmo neste processo que tampouco se pode forçar muito. Para que quem necessite mais informação que procure sobre a vida de Santa Mónica".
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