Entrevista com o director do Coral Sinodal de Moscovo, que cantou em Roma junto com o Coral da Capela Pontifícia Sistina
Roma, 05 de Novembro de 2013
O Coral Sinodal de Moscovo cantou neste domingo, 3 de Novembro, na basílica de Santa Maria Maior juntamente com o coral da
Capela Pontifícia Sistina. O programa cultural deixou Moscovo e Roma mais
próximos e contou com uma mensagem do papa, recordando que a Igreja tem
dois pulmões: o do oriente e o do ocidente. Citando Dostoievski,
Francisco recordou também que “a beleza salvará o mundo”.
A iniciativa fez parte da XII edição do Festival de Música e Arte Sacra, que acontece em Roma até o dia 10 deste mês.
ZENIT conversou com o director do coral sinodal de Moscovo, Aleksei Puzakov.
Como nasceu esta viagem?
Aleksei Puzakov: Na Igreja russa existe um departamento voltado a contactos exteriores. Esse departamento colabora com a comissão cultural
do papa. No verão passado, eles nos convidaram a participar deste
festival de música sacra e a proposta era interessante, porque iriam
cantar juntos o Coral Sinodal de Moscovo e o Coro da Capela Sistina. São
representantes um da cultura musical ocidental e o outro da cultura
musical oriental. Esta proposta era muito interessante. Por um lado,
exigia uma certa responsabilidade, mas, por outro, era uma grande honra
para nós. Intercambiamos diversas comunicações com o maestro Massimo
Palombela e construímos juntos o programa deste concerto.
Como é composto o coral?
Aleksei Puzakov: Todos vieram de Moscovo. Todos os integrantes do coro cantam na Igreja ortodoxa. Hoje são quarenta e oito.
Como você vê as relações entre a Igreja de Moscovo e a Igreja de Roma hoje?
Aleksei Puzakov: Nós estamos percorrendo juntos um caminho de
compreensão recíproca e de melhora cultural do mundo. Hoje, é muito
importante o testemunho da cultura cristã. Está sendo construído um
programa substancioso de colaboração entre a Igreja católica e a Igreja
ortodoxa. Um programa cultural. Naturalmente, quando falamos de cultura,
falamos claramente de Deus, mas também de outros aspectos. Sentimos que
não existem grandes diferenças.
Com o papa Francisco, a relação mudou em algo?
Aleksei Puzakov: A minha percepção é que as relações, pouco a pouco, estão aumentando e melhorando.
Vocês estiveram com o papa depois do ângelus, na porta da
residência de Santa Marta e cantaram na presença dele. O que foi que ele
disse?
Aleksei Puzakov: Eles nos cumprimentou e nos pediu para rezarmos
juntos. Para rezarmos por ele e pelos cristãos. Também pediu para
saudarmos o patriarca de Moscovo, desejou o amor cristão para todos nós e
nos cumprimentou, um por um.
Foi uma surpresa?
Aleksei Puzakov: Foi uma verdadeira surpresa! Nós interpretamos isso
como um milagre e como uma grande alegria. Superou as nossas
expectativas. Quando dissemos ao papa que encontrá-lo assim era um
milagre, ele respondeu que o milagre somos nós aqui.
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