Após a missa em Santa Marta, o padre apresentou ao papa o seu trabalho na Casa do Menor, que ele fundou para ajudar as crianças sem tecto
Roma, 18 de Novembro de 2013
Depois da missa desta manhã na Domus Sanctae Marthae, o papa
Francisco recebeu o pe. Renato Chiera, fundador da Casa do Menor, do
Rio de Janeiro. Para o sacerdote, que há 40 anos trabalha pastoralmente
em prol dos menores de rua, abraçar o Sucessor de Pedro foi uma alegria
inesquecível.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, ele afirmou: "É uma emoção muito
grande, e eu ainda estou emocionado agora, enquanto falo. Para mim, o
papa é a presença de Jesus em carne e osso, que está no meio da
humanidade para se inclinar sobre as nossas feridas. Nesse momento da
missa, eu vi também a profundidade que ele tem e o encontro com Deus que
ele tem, de um jeito que me tocou totalmente”.
O pe. Renato apresentou ao Santo Padre o seu "pequeno trabalho", a
Casa do Menor, uma ONG que trabalha há décadas no campo da cooperação
internacional para projectos de ajuda às crianças de rua da América do
Sul, da África e da Europa. A associação tem hoje numerosos projectos em
diversas áreas dos três continentes. De acordo com o site oficial, a ONG
trabalha todos os dias para combater a exploração de crianças, a
prostituição infantil e os abusos contra crianças em geral, nas áreas
mais pobres e perigosas da Terra.
Por meio deste papa, disse o padre Chiera, nós temos a confirmação
"daquilo que, com humildade e mesmo com fragilidade, nós tentamos fazer
na Baixada Fluminense, na periferia do Rio, junto com as crianças que
não são amadas. Ele sempre fala de ir para a rua, de ir para os
subúrbios, e eu posso dizer que faço isso há 36 anos. Eu sinto, então,
que Deus quer isso mesmo".
O padre prosseguiu: "Quando eu disse a ele que trabalhava nos
subúrbios com as crianças de rua, o papa me disse: ‘Um bom trabalho, um
belo trabalho’. Depois, eu apresentei a ele as cartas das crianças e
contei que nós queremos fazer uma copa do mundo de meninos de rua
recuperados, uma copa alternativa. E acrescentei: 'Precisamos da sua
ajuda e lhe trouxemos aqui uma carta’".
Depois de contar ao papa sobre as suas experiências e sobre o seu
projecto, o padre deu a Francisco o seu livro "Presença", e, brincando,
lhe disse: "Eu sou do Piemonte, igual a você, de perto de Asti, e trouxe
a você uma garrafa de vinho de Asti e um torrone de Alba". Em seguida,
deu-lhe um “abraço brasileiro”, agradecendo-lhe pela visita ao Brasil na
Jornada Mundial da Juventude: lá, recordou o padre Renato, o papa
"observou que, para entrar no meio do povo brasileiro, é preciso passar
pelo seu coração".
Dessa visita, concluiu o fundador da Casa do Menor, "eu vou levar o
amor de Deus para essas crianças, por meio do que o papa me mostrou com o
abraço dele, com a bênção dele. Esses nossos meninos, esses nossos
jovens, como eu já disse muitas vezes, precisam se sentir amados [...] A
Igreja, através do papa, em carne e osso, é o amor de Deus por eles":
esta é a mensagem que o padre Chiera levará para todos os menores que a
sua obra ajuda.
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