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domingo, 17 de novembro de 2013

Como ser católico no Brunei, onde o seu milionário sultão implantou a lei islâmica?

Actualizado 11 de Novembro de 2013

AsiaNews /CNA / ReL

Católicos do Brunei numa celebração
Cada certo tempo, quando se publicam as tabelas dos homens mais ricos do mundo, o sultão do Brunei figura nelas. Já os leitores das novelas do pirata Sandokan, ambientadas nos mares malásios do século XIX, associavam Brunei com luxo.

Brunei é hoje um pequeno país independente de uns 400.000 habitantes na ilha de Bornéu, entre a Indonésia e a Malásia.

No sultanato os católicos são apenas 20.000, a maioria deles - como em outros países muçulmanos em vias de desenvolvimento industrial - imigrantes filipinos (70%).

Segundo os índices internacionais, Brunei é um país desenvolvido e, sobre o papel, dos mais ricos do mundo, ainda que a repartição da riqueza seja desigual. O idioma oficial é o malaio, mas também são comuns o inglês e o chinês. Quase 70% dos habitantes desta monarquia absoluta são muçulmanos de etnia malaia, 15% são não muçulmanos de origem chinesa, seguido por outras populações indígenas e grupos menores. 10% diz que não professam nenhuma religião, 12% declaram-se budistas. Os cristãos são 10%, metade deles católicos.

A sharia, recém-implantada
O sultão Hassanal Bolkiah introduziu recentemente a lei islâmica, a sharia, que se aplica só aos muçulmanos e prevê - de acordo com o Corão - a condenação à morte por lapidação por adultério, a amputação das extremidades para os ladrões, chicotadas por outros crimes como o aborto e consumo de álcool. Entre outras coisas, estão proibidas a sua venda e consumo público e as autoridades vigiam atentamente as actividades de outras religiões.

Uma diocese de imigrantes
O padre Arin Ssugit, auxiliar do bispo na Catedral de Nossa Senhora da Assunção na capital, Bandar Seri Begawan, confirma com cifras que atende uma diocese formada pela imigração: 70% são filipinos, outros 20% são imigrantes católicos da Indonésia, Índia e Malásia, e apenas uns 2.000 católicos são nativos do Brunei.

O clero consiste no bispo e três sacerdotes. Os cristãos são livres de viver a fé no lar e em lugares de culto, mas existem fortes restrições para a sua expressão de fé em público. Todos os domingos, disse o P. Sugit, entre 5 e 6.000 pessoas assistem às missas na catedral.

O Vicariato Apostólico foi fundado em 2004 pelo Papa João Paulo II, que elevou ao nível de bispo monsenhor Sim, consagrado em 21 de Janeiro de 2005 pelo então Núncio Salvatore Pennacchio. "É um começo humilde - conclui monsenhor Sim - e devemos continuar enriquecendo a nossa fé, baseando-nos no princípio da comunidade".


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