Cardeal João Braz de Aviz adverte para o perigo do individualismo reinante, que pode tornar monges pessoas individualistas
Madrid, 14 de Novembro de 2013
O prefeito da Congregação para os Institutos de Vida
Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz,
falou hoje na XX Assembleia Geral da Conferência Espanhola de Religiosos
(CONFER), sobre "A Vida Religiosa, sinal de comunhão na Igreja para o
mundo". Em seu discurso, o cardeal brasileiro salientou a importância do
Concílio Vaticano II na renovação da vida consagrada. "Quem se afasta
do Concílio - observou – gera divisão".
A Conferência Espanhola de Religiosos (CONFER) é um órgão de
direito pontifício constituído pelos Superiores Maiores dos Institutos
Religiosos e Sociedades de Vida Apostólica, com sede na Espanha,
enquanto legítimos representantes dos seus membros.
Durante a apresentação, Dom João recordou que "a estrutura
carismática não é menor do que a estrutura hierárquica, ambas as
dimensões são igualmente essenciais para a construção divina do mundo”.
"Precisamos de religiosos e religiosas com uma grande maturidade
humana, não podemos parecer ´estranhos` para as pessoas" – destacou -.
"Todos nós somos discípulos de Jesus, também eu cardeal, e temos que ver
onde está o nosso coração: na riqueza, no número de religiosos ... onde
está a nossa segurança? "
Além disso, o cardeal falou sobre o serviço de amor, que perde o
sentido se os doentes e idosos das congregações forem um fardo para as
próprias comunidades. "Nós temos caído no individualismo reinante na
sociedade, somos monges individualistas", queixou-se.
Por fim, o responsável vaticano pelos religiosos abordou a autoridade
dentro da Igreja, que não pode ser transformado em autoritarismo. Os
Superiores "não podem deixar de tratar seus irmãos com carinho; no
cuidado da vida comunitária, o amor fraternal é essencial para que a
vida religiosa seja um sinal credível nos dias actuais". E ressaltou que
"a obediência tem sentido a partir do amor, se não, se converte em
escravidão”.
Ele concluiu: "O mundo de hoje não entende que para amar é preciso
abaixar-se, tem que fazer-se pequeno". "Nesta perspectiva, é igualmente
importante presidir uma missa, cozinhar, limpar ... "
Para mais informações: http://www.confer.es
in
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