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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Férias e consciência ecológica

Carta pastoral do cardeal Lluís Martínez Sistach


Roma, 06 de Agosto de 2013


As férias, a consciência ecológica e a natureza são os temas abordados pelo cardeal Lluís Martínez Sistach, arcebispo de Barcelona, em sua última carta pastoral. "O verão e as férias [que acontecem nesta época no hemisfério Norte, ndr] nos permitem um contacto maior com a natureza. Por isso, a grande actualidade da temática ecológica. O respeito pelo ambiente natural que nos rodeia, pelo cosmo, pela criação, é um assunto de transcendência inegável", afirma o purpurado.

Reitera-se com frequência, diz o cardeal, "que a situação é séria e preocupante, porque a depredação do nosso património natural continua avançando em toda parte. A crise ecológica é um problema moral, relacionado com o desenvolvimento técnico e científico actual, que tem uma dimensão que compromete seriamente, no longo prazo, a própria existência humana".

O cardeal relembra que o beato João Paulo II, numa das suas encíclicas sociais, fez a seguinte observação: é conveniente “desenvolver maior consciência de que não podemos utilizar impunemente as diversas categorias de seres, sejam vivos ou inanimados, animais, plantas, elementos naturais, da maneira que cada um desejar, de acordo com as próprias exigências económicas. Uma correta consciência ecológica deve levar em consideração a dimensão ética que deve sempre caracterizar o desenvolvimento dos povos”.

Ele também menciona que, na encíclica Evangelium Vitae, o papa polaco escreveu que “o homem, chamado a cultivar e preservar o jardim do mundo, tem uma responsabilidade específica pelo ambiente da vida, ou seja, pela criação que Deus colocou a serviço da sua dignidade pessoal, da sua vida; e isto não só no presente, mas também no tocante às gerações futuras".

O cardeal utiliza dois verbos muito expressivos: "cultivar e preservar". Ele explica que "cultivar é cuidar de uma coisa com respeito e amor. Preservar acrescenta o sentido de uma especial protecção, do exercício de uma responsabilidade".

A este propósito, ele cita as palavras do papa Francisco na homilia da missa de início do seu pontificado: “Eu gostaria de pedir, por favor, a todos aqueles que ocupam lugares de responsabilidade no âmbito económico, político e social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejam guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do próximo, do meio ambiente. Não permitamos que os sinais de destruição e de morte acompanhem o caminho deste nosso mundo”.

Para finalizar a carta pastoral, o cardeal de Barcelona convida: "Seja na residência habitual ou fora dela, é preciso fazer das férias um tempo de reflexão, de oração, de cultivo da espiritualidade, um tempo para a leitura, para a convivência com a família e com os amigos, e, acima de tudo, um tempo de louvor a Deus por ter dado aos homens o jardim do mundo, um jardim que temos de cultivar e não danificar de qualquer maneira".



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