Transhumanismo é um movimento cultural, intelectual e científico que visa substituir a evolução natural do ser humano, e transformar a condição humana através do desenvolvimento de tecnologias amplamente disponíveis, nomeadamente a nanotecnologia, a biotecnologia, a tecnologia informática e as teorias do conhecimento (neurociências).
Com estes
elementos, preveem aumentar as capacidades intelectuais, físicas e psicológicas
humanas, eliminar a doença, potenciar o prazer, travar o envelhecimento e até
dar morte à morte. Herdeira do iluminismo,
do positivismo e do evolucionismo, a corrente transumanista pretende “fabricar” seres
humanos mais aperfeiçoados, criando uma nova realidade, portadora duma
inteligência artificial brilhante, robôs omniscientes e máquinas todo-poderosas
que ultrapassem a condição humana. Desta forma, um transhumano seria um
ser humano transformado, com algumas habilidades físicas e psíquicas superiores
às de um ser humano normal, devido à aplicação de "melhorias"
tecnológicas e genéticas.
Porém, este
plano não se reduz a um hipotético benefício de saúde para a humanidade, mas
tem como fim investigar e fazer experiências com seres vivos, incluindo seres
humanos, sem qualquer limite ético.
Face a esta visão de poder que
busca alterar substancialmente a natureza humana na sua essência antropológica
por meio de tecnologias disruptivas, urge reivindicar firmemente o respeito
pela Pessoa, pela sua dignidade, liberdade, singularidade, exclusividade e
diversidade. Não podemos esquecer que subjacente a estas ideologias se encontram
grandes centros do poder económico e grandes empresas digitais Facebook,
Google, etc. e um poder político radical que investem grandes somas de dinheiro
na promoção do transhumanismo. Considerado por
alguns críticos,
como o movimento que tem as ideias mais perigosas do mundo, as aspirações mais
ousadas, corajosas, imaginativas e idealistas da humanidade. De facto, o conceito
de humanidade, de antropologia e de criação/evolução natural ficam suplantados
por uma “miragem” ideológica de poder criar novos seres, numa ousada
atitude prometaica ou num simbólico retorno ao paraíso perdido.
Expoente máximo de um mundo sem Deus,
laicizado e desumanizado, onde paulatinamente se foram derrubando todos os
ancestrais conceitos da tradição antropológica, esta estratégia de criação do
homem pelo homem, poderá ser uma queda livre no impacto da ciência na história
da humanidade.
Transhumanismo
– Ideologia, Utopia ou uma nova religião?
Maria Susana Mexia
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