O seu objetivo é
enaltecer o papel da ciência para o desenvolvimento humano, destacar grandes
nomes da ciência, colocar desafios para o futuro e instigar o gosto pela
ciência nas gerações mais novas.
“Não há verdadeira ciência sem abertura ao mistério,
nem fé autêntica sem abertura à investigação científica”.
Ao
longo dos séculos tem-se verificado que a ciência e a fé são totalmente compatíveis,
são companheiras
de viagem. Faz todo o sentido, que alguns dos grandes
cientistas tenham sido também sacerdotes,
e as suas
vidas são provas irrefutáveis.
Alguns
testemunhos de padres cientistas, que muito genuinamente e com todo o amor à
Ciência e à Teologia, impulsionaram a evolução do conhecimento científico até
aos nossos dias, dando graças ao Criador.
1
– São Silvestre II (945-1003)
Foi o primeiro
Papa francês da história, grande matemático. Um dos primeiros divulgadores
dos numerais indo-arábicos na Europa cristã, introduzindo em França o sistema decimal
islâmico e o uso do zero, facilitando assim os cálculos.
2
– Santo Alberto Magno (1193-1280)
Sacerdote
dominicano, bispo e Doutor da Igreja. Também foi filósofo, geógrafo e um
químico famoso, a quem se atribui a descoberta do arsénio.
3) Roger Bacon (1214-1294)
Frade franciscano
conhecido como “Doutor Admirável”. Fez estudos e pesquisas em
mecânica, óptica e geografia, além da filosofia. Precursor do método científico moderno,
defendeu que “a matemática é a porta e a chave de toda a ciência”.
4) Jean Buridan (1300-1375)
Padre francês, foi
um dos pioneiros da Teoria do Ímpeto, que explicava o movimento de projéteis e objetos em
queda livre. Essa teoria preparou o caminho para a dinâmica de Galileu e para
o princípio da inércia, de Isaac Newton.
5) Nicolau Oresme (1323-1382)
Teólogo e bispo
de Lisieux,
fez estudos e pesquisas como filósofo, psicólogo, musicólogo, economista,
matemático, físico e astrónomo. A originalidade do seu pensamento e dos seus
conhecimentos, tê-lo-ão levado à descoberta da refração atmosférica da luz.
6) Nicolau Copérnico (1475-1543)
Sacerdote polaco, é
considerado o pai da teoria heliocêntrica e da astronomia moderna. Também foi
matemático, astrónomo, jurista, físico, político, líder militar, diplomata e
economista.
7) Francesco Maria
Grimaldi (1618-1663)
Padre jesuíta italiano, físico e matemático, construiu e usou
instrumentos para medir as características geológicas da lua e desenhou
um mapa que foi publicado por Giovanni Battista Riccioli. Foi pioneiro nos estudos sobre a difração da
luz.
8) Giovanni Battista Riccioli (1598-1671)
Astrónomo e sacerdote jesuíta
italiano, considerado como um pioneiro da astronomia lunar. Foi a primeira
pessoa a medir a taxa de aceleração de um corpo em queda livre. É reconhecido como pioneiro da astronomia
lunar.
9) Athanasius Kircher (1602-1680)
Sacerdote jesuíta e cientista, inventor, poliglota,
erudito e especialista em cultura oriental. Usando
um microscópio rudimentar, examinou doentes com peste, observou
pioneiramente os vermes, construi um aparelho para projectar imagens,
conhecido como lanterna
mágica (1646) e relacionou a peste bubónica com putrefação.
Escreveu
mais de quarenta livros, entre eles o famoso “Mundus Subterraneus”
(1665), onde expõe o conhecimento da época sobre o interior da Terra.
10) Nicolau Steno (1638-1686)
É considerado o pai da
geologia. Era um polímata, médico e anatomista dinamarquês. Converteu-se ao
catolicismo já adulto, foi ordenado sacerdote em 1675 e bispo dois
anos depois. Veio a falecer em 1686, tendo sido beatificado pelo Papa João
Paulo II, em 1988.
11)
Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724)
Bartolomeu Lourenço de Gusmão, sacerdote jesuíta, cognominado
o padre voador, foi cientista e inventor luso-brasileiro, nascido na Capitania
de São Vicente, famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional, a
que chamou "passarola"
Precursor da aviação, a
Força Aérea Brasileira concede todos os anos, a pessoas que prestaram serviços
importantes para a aeronáutica, um prémio com o seu nome: a Medalha
Bartolomeu de Gusmão
12) Ruder Boskovic (1711-1787)
Físico, astrónomo, matemático,
filósofo, poeta e sacerdote jesuíta, da República de Ragusa (hoje Croácia).
Influenciou as obras de Faraday, Kelvin, Einstein, etc.
13) Gregor Mendel (1822-1884)
Gregor Mendel (1822-1884), foi um biólogo, botânico, meteorologista e
monge agostiniano austríaco. É
considerado o pai da genética, por ter descoberto a origem da herança
genética e a transmissão dos caracteres hereditários. Durante sua vida, Mendel publicou
dois grandes trabalhos, agora clássicos: "Ensaios com plantas
híbridas" (1865) e
"Hierácias obtidas pela fecundação artificial" (1869).
14)
Jean-Baptiste Carnoy (1836-1899)
Jean Baptiste Carnoy, foi um sacerdote belga e cientista na área
da citologia, é dele a criação da importante fórmula da medicina conhecida
como “solução de Carnoy”.
Doutorou-se
em Ciências Naturais em 1865, e é o responsável pela
explicação inicial da real natureza de membranas nas então denominadas
substâncias albuminoides.
15) Johann
Georg Hagen (1847- 1930)
Johann Georg Hagen, entrou na
Companhia de Jesus na
Alemanha, em
1863. Foi matemático e astrónomo. Em 4 de julho de 1872,
Otto
von Bismarck, chanceler da Alemanha, expulsou os
jesuítas
do Império Alemão e Johann foi para a Inglaterra, onde foi ordenado
sacerdote. Mais
tarde partiu para os Estados Unidos e foi nomeado director do Observatório da
Universidade de Georgetown, em 1888. O Papa Pio X
chamou-o em 1906, para assumir o controlo do Observatório do Vaticano, em Roma,
onde viria a falecer em 1930. A cratera de Hagen, com 55 km de diâmetro, no
lado oposto da Lua, recebeu o seu nome.
16)
James B. Macelwane (1833–1956)
James
B. Macelwane, sacerdote jesuíta, foi um pioneiro sismólogo americano. Organizou
o Serviço Sismológico Jesuíta, cuja estação central fica em St. Louis, Missouri
e fez parte da faculdade da Universidade de Saint Louis.
Todos
os anos, a União Geofísica Americana concede a medalha James B. Macelwane, a um
cientista de até 36 anos de idade, que tenha prestado contribuições
significativas à Geofísica.
O
nome da medalha é uma homenagem a este padre jesuíta, que se dedicou com grande empenho à formação de jovens
cientistas que contribuíssem com o progresso da humanidade.
17) Georges Lemaitre (1894-1966)
Georges Lemaitre, o padre
do Big bang. Sacerdote belga, astrónomo, cosmólogo e professor de física.
Lemaître propôs a “hipótese
do átomo primordial“, ou “ovo cósmico”, para estudar a origem do universo, o que veio
a popularizar-se como a teoria do Big Bang, a qual foi posteriormente desenvolvida
por George Gamow.
Albert Einstein, ao escutá-lo numa conferência na Califórnia, comentou-lhe
que a teoria da origem do universo por ele proposta, foi a mais bela e satisfatória
explicação da Criação que ouviu em toda a sua vida.
18) Bonaventura Thürlemann
(1909–1997
Bonaventura Thürlemann, padre beneditino, professor
de matemática e física na escola do mosteiro de Engelberg, na Suíça, é
conhecido como inventor dos primeiros medidores eletromagnéticos de fluxo. Publicou,
em 1941, um trabalho intitulado (Método Elétrico para a Medição da Velocidade
em Líquidos), onde demonstrava que a velocidade média do
fluxo num tubo pode ser determinada medindo a diferença de potencial elétrico
entre dois pontos da fronteira de um tubo, sem que seja necessário saber a
distribuição de velocidades no tubo.
19) Manuel Carreira Vérez (1931-2020)
Sacerdote
jesuíta, teólogo, filósofo e astrofísico espanhol. É membro do Observatório
Vaticano e trabalhou em numerosos projectos para a NASA. Foi sempre um firme
defensor da compatibilidade entre ciência e fé.
20) Luís Archer (1926- 2011)
Luís
Archer, padre
e cientista português, é considerado um impulsionador da biogenética em
Portugal. Foi distinguido em 2006 com o prémio Árvore da Vida – Padre Manuel
Antunes, atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em nome
da Igreja Católica. Com cerca de 250 trabalhos de investigação e seis livros
publicados, participou na criação do Laboratório de Genética Molecular do
Instituto Gulbenkian da Ciência, onde trabalhou durante mais de 20 anos.
Luís Archer foi o primeiro
presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, entre 1996 e
2001, e em 1998 a Associação Portuguesa de Bioética, em parceria com a
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, atribuiu-lhe o Prémio
Nacional de Bioética. Um cientista da vida, procurando cientificamente
compreender, promover e elevar a dignidade da humanidade.
Apesar de toda a
contribuição da Igreja nos diversos campos científicos porque será que alguns
insistem em considerar a Igreja em desacordo com a ciência? Vale a pena pensar
na união efectiva de ambos os saberes e ignorar as divergências inadequadamente
apontadas entre a Igreja e a Ciência.
“ Uma
das grandes tragédias do nosso tempo é esta ideia que foi criada que a ciência
e a religião têm que estar em guerra.” Francis Collins
Maria Susana Mexia
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