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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

O Dia Mundial da Ciência tem o seu lugar na agenda mundial a 24 de Novembro

O seu objetivo é enaltecer o papel da ciência para o desenvolvimento humano, destacar grandes nomes da ciência, colocar desafios para o futuro e instigar o gosto pela ciência nas gerações mais novas.

“Não há verdadeira ciência sem abertura ao mistério, nem fé autêntica sem abertura à investigação científica”.

Ao longo dos séculos tem-se verificado que a ciência e a fé são totalmente compatíveis, são companheiras de viagem. Faz todo o sentido, que alguns dos grandes cientistas tenham sido também sacerdotes, e as suas vidas são provas irrefutáveis.

Alguns testemunhos de padres cientistas, que muito genuinamente e com todo o amor à Ciência e à Teologia, impulsionaram a evolução do conhecimento científico até aos nossos dias, dando graças ao Criador.

1 – São Silvestre II (945-1003)

Foi o primeiro Papa francês da história, grande matemático. Um dos primeiros divulgadores dos numerais indo-arábicos na Europa cristã, introduzindo em França o sistema decimal islâmico e o uso do zero, facilitando assim os cálculos.



2 – Santo Alberto Magno (1193-1280)

Sacerdote dominicano, bispo e Doutor da Igreja. Também foi filósofo, geógrafo e um químico famoso, a quem se atribui a descoberta do arsénio.




3) Roger Bacon (1214-1294)

Frade franciscano conhecido como “Doutor Admirável”. Fez estudos e pesquisas em mecânica, óptica e geografia, além da filosofia. Precursor do método científico moderno, defendeu que “a matemática é a porta e a chave de toda a ciência”.



4) Jean Buridan (1300-1375)

Padre francês, foi um dos pioneiros da Teoria do Ímpeto, que explicava o movimento de projéteis e objetos em queda livre. Essa teoria preparou o caminho para a dinâmica de Galileu e para o princípio da inércia, de Isaac Newton.




5) Nicolau Oresme (1323-1382)

Teólogo e bispo de Lisieux, fez estudos e pesquisas como filósofo, psicólogo, musicólogo, economista, matemático, físico e astrónomo. A originalidade do seu pensamento e dos seus conhecimentos, tê-lo-ão levado à descoberta da refração atmosférica da luz.




6) Nicolau Copérnico (1475-1543)

Sacerdote polaco, é considerado o pai da teoria heliocêntrica e da astronomia moderna. Também foi matemático, astrónomo, jurista, físico, político, líder militar, diplomata e economista.




7) Francesco Maria Grimaldi (1618-1663)

Padre jesuíta italiano, físico e matemático, construiu e usou instrumentos para medir as características geológicas da lua e desenhou um mapa que foi publicado por Giovanni Battista Riccioli. Foi pioneiro nos estudos sobre a difração da luz.




8) Giovanni Battista Riccioli (1598-1671)

Astrónomo e sacerdote jesuíta italiano, considerado como um pioneiro da astronomia lunar. Foi a primeira pessoa a medir a taxa de aceleração de um corpo em queda livre. É reconhecido como pioneiro da astronomia lunar.




9) Athanasius Kircher (1602-1680)

Sacerdote jesuíta e cientista, inventor, poliglota, erudito e especialista em cultura oriental. Usando um microscópio rudimentar, examinou doentes com peste, observou pioneiramente os vermes, construi um aparelho para projectar imagens, conhecido como lanterna mágica (1646) e relacionou a peste bubónica com putrefação. Escreveu mais de quarenta livros, entre eles o famoso “Mundus Subterraneus” (1665), onde expõe o conhecimento da época sobre o interior da Terra.

10) Nicolau Steno (1638-1686)

É considerado o pai da geologia. Era um polímata, médico e anatomista dinamarquês. Converteu-se ao catolicismo já adulto, foi ordenado sacerdote em 1675 e bispo dois anos depois. Veio a falecer em 1686, tendo sido beatificado pelo Papa João Paulo II, em 1988.



11) Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724)

Bartolomeu Lourenço de Gusmão, sacerdote jesuíta, cognominado o padre voador, foi cientista e inventor luso-brasileiro, nascido na Capitania de São Vicente, famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional, a que chamou "passarola"


Precursor da aviação, a Força Aérea Brasileira concede todos os anos, a pessoas que prestaram serviços importantes para a aeronáutica, um prémio com o seu nome: a Medalha Bartolomeu de Gusmão

12) Ruder Boskovic (1711-1787)

Físico, astrónomo, matemático, filósofo, poeta e sacerdote jesuíta, da República de Ragusa (hoje Croácia). Influenciou as obras de Faraday, Kelvin, Einstein, etc.




13) Gregor Mendel (1822-1884)

Gregor Mendel (1822-1884), foi um biólogo, botânico, meteorologista e monge agostiniano austríaco. É considerado o pai da genética, por ter descoberto a origem da herança genética e a transmissão dos caracteres hereditários. Durante sua vida, Mendel publicou dois grandes trabalhos, agora clássicos: "Ensaios com plantas híbridas" (1865) e "Hierácias obtidas pela fecundação artificial" (1869).


14) Jean-Baptiste Carnoy (1836-1899)

Jean Baptiste Carnoy, foi um sacerdote belga e cientista na área da citologia, é dele a criação da importante fórmula da medicina conhecida como “solução de Carnoy”.

Doutorou-se em Ciências Naturais em 1865, e é o responsável pela explicação inicial da real natureza de membranas nas então denominadas substâncias albuminoides.


15) Johann Georg Hagen (1847- 1930)

Johann Georg Hagen, entrou na Companhia de Jesus na Alemanha, em 1863. Foi matemático e astrónomo. Em 4 de julho de 1872, Otto von Bismarck, chanceler da Alemanha, expulsou os jesuítas do Império Alemão e Johann foi para a Inglaterra, onde foi ordenado sacerdote. Mais tarde partiu para os Estados Unidos e foi nomeado director do Observatório da Universidade de Georgetown, em 1888. O Papa Pio X chamou-o em 1906, para assumir o controlo do Observatório do Vaticano, em Roma, onde viria a falecer em 1930. A cratera de Hagen, com 55 km de diâmetro, no lado oposto da Lua, recebeu o seu nome.

16) James B. Macelwane (1833–1956)

James B. Macelwane, sacerdote jesuíta, foi um pioneiro sismólogo americano. Organizou o Serviço Sismológico Jesuíta, cuja estação central fica em St. Louis, Missouri e fez parte da faculdade da Universidade de Saint Louis.

Todos os anos, a União Geofísica Americana concede a medalha James B. Macelwane, a um cientista de até 36 anos de idade, que tenha prestado contribuições significativas à Geofísica.


O nome da medalha é uma homenagem a este padre jesuíta, que se dedicou com grande empenho à formação de jovens cientistas que contribuíssem com o progresso da humanidade.

17) Georges Lemaitre (1894-1966)

Georges Lemaitre, o padre do Big bang. Sacerdote belga, astrónomo, cosmólogo e professor de física. Lemaître propôs a “hipótese do átomo primordial“, ou “ovo cósmico”, para estudar a origem do universo, o que veio a popularizar-se como a teoria do Big Bang, a qual foi posteriormente desenvolvida por George Gamow.

Albert Einstein, ao escutá-lo numa conferência na Califórnia, comentou-lhe que a teoria da origem do universo por ele proposta, foi a mais bela e satisfatória explicação da Criação que ouviu em toda a sua vida.

18) Bonaventura Thürlemann (1909–1997

Bonaventura Thürlemann, padre beneditino, professor de matemática e física na escola do mosteiro de Engelberg, na Suíça, é conhecido como inventor dos primeiros medidores eletromagnéticos de fluxo. Publicou, em 1941, um trabalho intitulado (Método Elétrico para a Medição da Velocidade em Líquidos), onde demonstrava que a velocidade média do fluxo num tubo pode ser determinada medindo a diferença de potencial elétrico entre dois pontos da fronteira de um tubo, sem que seja necessário saber a distribuição de velocidades no tubo.

19) Manuel Carreira Vérez (1931-2020)

Sacerdote jesuíta, teólogo, filósofo e astrofísico espanhol. É membro do Observatório Vaticano e trabalhou em numerosos projectos para a NASA. Foi sempre um firme defensor da compatibilidade entre ciência e fé.

20) Luís Archer (1926- 2011)

Luís Archer, padre e cientista português, é considerado um impulsionador da biogenética em Portugal. Foi distinguido em 2006 com o prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em nome da Igreja Católica. Com cerca de 250 trabalhos de investigação e seis livros publicados, participou na criação do Laboratório de Genética Molecular do Instituto Gulbenkian da Ciência, onde trabalhou durante mais de 20 anos.

Luís Archer foi o primeiro presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, entre 1996 e 2001, e em 1998 a Associação Portuguesa de Bioética, em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, atribuiu-lhe o Prémio Nacional de Bioética. Um cientista da vida, procurando cientificamente compreender, promover e elevar a dignidade da humanidade.

Apesar de toda a contribuição da Igreja nos diversos campos científicos porque será que alguns insistem em considerar a Igreja em desacordo com a ciência? Vale a pena pensar na união efectiva de ambos os saberes e ignorar as divergências inadequadamente apontadas entre a Igreja e a Ciência.

“ Uma das grandes tragédias do nosso tempo é esta ideia que foi criada que a ciência e a religião têm que estar em guerra.” Francis Collins

Maria Susana Mexia


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