Numa tranquila e abrangente perspectiva sobre as pestes e as epidemias, que foram assolando a humanidade, percorremos dois mil e quinhentos anos de história, com recurso à arte, à literatura e à ciência, conduzidos por Jaime Nogueira Pinto, através do seu livro Contágios.
Não obstante estes tempos serem de pandemia, a leitura da
obra não nos sobrecarrega ou desespera, pelo contrário, ajuda a compreender
algumas situações, dá-nos uma outra capacidade para aceitar as suas inevitáveis
consequências, e reconhecer como os
reveses da vida podem contribuir para fortalecer
o sentido que podemos dar à essência do nosso existir.
Sem medos acrescidos, com uma interessante e completa informação, sem excessos
nem insinuações ou devaneios, o inevitável valor cultural e pedagógico desta
obra, ajuda a integrar no tempo e no espaço realidades incontornáveis das
tragédias vividas e superadas no fluir da Humanidade.
(…) Há
dois milénios e meio que as pestes caem sobre a Humanidade e sobre as nações.
Esta não é a primeira vez nem será a última; mas num tempo como o nosso, é como
se a presença mais próxima e mais comunitária da morte que a pandemia traz nos
acordasse de repente para a certeza da nossa fragilidade individual e colectiva
e para a surpresa do fim.
«Que a graça do Senhor Jesus esteja com todos vós.»
É este o fim do Apocalipse, do livro das terríveis revelações
que, nas suas palavras, nos deixa a razão da nossa Esperança.
Maria Susana Mexia
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