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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Mas onde é que estão os homens? Sei lá, sei lá!

Pontos de vista diferentes ou a moral vista por um só ponto: A decência no feminino versus guerra santa.

Olhando com olhos de ver para o que à nossa volta prolifera, chama-nos a atenção a forma como algumas mulheres e adolescentes, de qualquer estatuto social andam vestidas, ou antes despidas.

Acresce que, aliada a esta forma de vestir/despir andam todas muito livres, muito disponíveis e muito chamativas, digamos com um adequamento propício a outras interpretações. Sair à noite para descontrair, nos mais perversos lugares, cheios de armadilhas e uma corrupção sem fim, é o expoente máximo de liberdade, modernidade e de afirmação.

Lugares seguros, dizem elas! Nada de bebidas espirituais, só suminhos e, até os shotes não têm álcool. Acreditam? Eu também não! Aliás as urgências dos hospitais e os comas alcoólicos lá estão para o provar.

E então, pergunto eu: mas onde é que estão os homens, os pais, os maridos, os irmãos e os namorados? Sei lá, sei lá, por aí, em todos os sítios e em nenhum, num desvario de consumismo, desinteresse, falta de maturidade e de referências para conhecer e cumprir as suas obrigações de cuidar e proteger os que, supostamente, amam.

Têm medo de ser cotas? Ou perderam a noção de protecção familiar?

Talibãs, não, obrigado, mas homens “descafeinados”, amorfamente perversos, que optam pelo comodismo do seu próprio ego, solitário, empobrecido e, quiçá, degradado. Mais premente para eles é o futebol, o debate político, a crise ou as fofocas, as idas sagradas ao ginásio ou ainda mergulhar no computador, esse navegar sem norte, num mar lodoso e sem fundo, que atola quem não tem tino.

É contra esta “perdição” de valores familiares, de intimidades desprotegidas com promiscuidade gratuita, que os fundamentalistas barbudos do Médio Oriente se revoltam. Irão, Iraque, Paquistão e Afeganistão, entre outros, não cessam de bradar gritos de morte ao “Satã do Ocidente” (EUA e Europa) numa reactiva explosão de descontentamento.

Terrorismo? Divergência religiosa? Talvez não tanto, todos são praticantes duma religião monoteísta, a diferença é que uns são extremistas e outros são versão ligt. A virtude está no meio-termo, diz o ditado, mas entre Alá e Cristo paira uma grande diferença: um muçulmano conquista o céu se matar um infiel que não acredita na sua fé e os cristãos praticam a tolerância, a compreensão, o perdão e o Céu é uma terra prometida a quem na vida passar fazendo o bem aos outros e amando o Criador.

A grande questão é que o Ocidente abdicou das suas referências religiosas, espirituais e já não conhece o seu Deus. Voltar a religar o coração e a razão com a cultura e a espiritualidade da mensagem cristã é a via única e obrigatória sob pena de, mais tarde ou mais cedo, ver a nossa vida e a nossa liberdade apreendidas.

E disso todos temos um pouco de culpa, pois tão ladrão é o que rouba como o que deixa roubar e, como já não temos a fé do bandido crucificado com Jesus, não ousamos pedir-lhe que nos guarde um lugar no Céu, pois a ideia da existência desse Paraíso já não habita no nosso pensamento, não faz parte do ideal de vida eterna que, daria sentido à nossa finita e precária existência.

Homens do Ocidente uni-vos, o perigo entra sem bater à porta e só a vossa atitude e acção conjunta de reforço e prática dos valores da Europa ainda podem evitar a flageladora calamidade, que sem apelo nem agravo incide sobre todos nós. Esta é a maior crise e só o bom senso, o afecto, o amor e a fé nos poderão salvar.

António Esteves
Professor



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